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São Paulo

Operação na Baixada Santista é a segunda mais letal da história

A Operação Escudo sendo conduzida na Baixada Santista desde o dia 26 de janeiro já resultou em 43 mortes, superando a letalidade da Operação Escudo do ano anterior

A Operação Escudo sendo conduzida na Baixada Santista desde o dia 26 de janeiro já resultou em 43 mortes, superando a letalidade da Operação Escudo do ano anterior, que vitimou 28 pessoas, e tornando-se a segunda mais letal da história de São Paulo. A operação, supostamente desencadeada visando retaliar a morte de um policial da ROTA em Cubatão, recebeu ainda o reforço de 400 policiais enviados por Tarcísio ao atingir a marca de 20 civis assassinados.

Entre 28 e 31 de janeiro, foram registrados 10 casos de mortes no Guarujá. Entre 3 e 19 de fevereiro, o Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) havia registrado 32 mortes por policiais em serviço nas cidades da Baixada Santista. Com a inclusão do incidente ocorrido em 20 de fevereiro, o número sobe para 33 mortes apenas neste mês na região.

Esses números ultrapassam os registrados na primeira Operação Escudo, que teve 28 mortes em 40 dias na mesma região, concluída em setembro de 2023 no que ficou conhecido como a Chacina do Guarujá.

Fato é que, em todos os casos, os moradores da região contestam a história contada pela PM, afirmando que a vítima não reagiu e foi assassinada dentro de casa.

Temos o caso, por exemplo, de Alex Macedo Paiva, ajudante de pedreiro de 30 anos. A SSP citou o caso em um balanço horas depois de ter sido baleado. Paiva foi levado ao hospital após ser ferido, onde passou por cirurgia, mas não resistiu. Sua família nega que ele teria qualquer envolvimento com os crimes dos quais é acusado pela polícia, vídeos feitos por moradores mostram sangue no chão e buracos de tiro na parede da casa onde ele foi baleado.

A média de mortes na ação da PM na Baixada Santista é de 1,76 por dia, totalizando três mortes a cada dois dias, mais que o dobro da média diária da primeira Operação Escudo.

São várias as denúncias envolvendo a operação. Vídeos mostram, por exemplo, agentes da PM do estado destruindo câmeras de seguranças nos locais dos assassinatos de civis. A Secretaria de Segurança Pública justificou a destruição de câmeras de monitoramento no Guarujá, afirmando serem usadas por criminosos.

Uma comitiva de organizações de direitos humanos investigou denúncias de excessos e violações pela PM na região. Flávio Roberto Campos, do núcleo de direito antidiscriminatório da OAB, participou da comitiva, acompanhado de figuras como Luzia Cantal, ouvidora nacional de Direitos Humanos, Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias de São Paulo, e Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Campos denuncia a dificuldade de acesso aos laudos por parte da SSP-SP e a desconfiança dos moradores em relação à versão oficial das mortes. Ele destaca a intenção de uma mãe de exumar o filho, contestando a versão policial e afirmando que seu filho foi torturado pelos agentes de Tarcísio.

O Diário Causa Operária entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo exigindo explicações acerca da brutalidade da atual operação. Com a palavra, a Secretaria:

A SSP esclarece que os casos de Morte Decorrente de Intervenção Policial (MDIP) são consequência direta da reação violenta de criminosos à ação da polícia no combate ao crime organizado, que tem grande presença na Baixada Santista e já vitimou três policiais militares desde 26 de janeiro. É importante ressaltar que a opção pelo confronto é sempre do suspeito, nunca do policial.

Durante a Operação Verão na região, 716 criminosos foram presos, incluindo 265 procurados pela Justiça. Além disso, foram apreendidos 510 quilos de drogas e 83 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito. Até o momento, 31 pessoas morreram em confrontos com a polícia, entre elas o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos.

Todos os casos de mortes registradas em confrontos são investigados com rigor pelas polícias Civil e Militar, e acompanhadas pelo Ministério Público e Poder Judiciário.

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