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Palestina

Declaração de Lula impulsiona campanha contra o genocídio

MRT reduz o impacto das declarações de Lula, enquanto relações Brasil-“Israel” se deterioram, rumo a uma ruptura total, capitaneada pelo presidente brasileiro

Na última terça-feira, 20 de fevereiro, o portal Esquerda Diário publicou artigo intitulado: “Palestina | Mais do que declarações, é preciso romper qualquer relação entre Brasil e Israel para enfrentar o massacre contra o povo palestino”. O tema do artigo são as recentes declarações de Lula, que condenou de maneira categórica o Estado sionista de “Israel”. Ao invés de ressaltar a importância das colocações, e utilizá-las como forma de impulsionar a campanha em solidariedade à Palestina, no entanto, o Esquerda Diário faz o oposto. Vejamos o que colocaram:

“As críticas de Lula ocorrem após meses de bombardeios e massacre, mas reconhecem aquilo que é evidente desde outubro do ano passado: se trata de um genocídio em curso. Inclusive setores judeus antissionistas reconheceram que o massacre na Palestina se assemelha ao holocausto. Mas mais do que declarações, é preciso romper relações econômicas e diplomáticas com Israel em apoio ao povo palestino. (…) Seu governo mantém vigentes inclusive acordos de colaboração em ‘segurança’ firmados ainda pelo governo Bolsonaro, assim como também é parte de garantir que as armas e a tecnologia militar de Israel sejam parte do que mata e reprime sobretudo a juventude negra nas favelas e periferias com as balas da polícia. “Diante da enorme barbárie sionista em curso, é necessário ir muito além de palavras e romper quaisquer relações econômicas, militares e diplomáticas com o Estado sionista de Israel [grifos nossos]”.

Como demonstrado pelo artigo, a matéria não utiliza a deterioração de relações entre Brasil e “Israel”, que ocorreu em função das declarações do presidente, como ferramenta para impulsionar a mobilização. Pelo contrário, o Esquerda Diário diminui as ações do governo brasileiro, que chegou a retirar seu embaixador de “Israel”. Mais que isso, o presidente Lula agora é oficialmente persona non grata em “Israel”, ou seja, uma declaração oficial pelo Estado sionista de que o presidente do Brasil, o país com talvez o maior peso diplomático internacional, não é bem vindo. Fato é, na prática, apesar de ainda não oficializado, o que temos é uma suspensão das relações diplomáticas entre ambos os países.

Se é verdade que as declarações do presidente vieram tarde, em parte pela pressão da situação política, também é fato que este não tem o mesmo efeito sob todos os líderes internacionais, especialmente aqueles com posição comparável à do Brasil. Mais, a posição do governo brasileiro não vai no sentido de mera demagogia, o que se demonstra pelo desenvolvimento da situação entre ambos os países, que vem se desagregando. Com os últimos acontecimentos, o Brasil se posiciona de maneira firme junto ao bloco dos países atrasados contra o imperialismo e o Estado nazista de “Israel”. O passo é, inclusive, no sentido da ruptura das demais relações do Brasil com “Israel”, e de todos os acordos entre os países. Um exemplo da importância do posicionamento de Lula se torna ainda mais claro pela colocação seguinte do Esquerda Diário:

“É necessário batalhar para que a defesa do povo palestino seja uma luta de toda a classe trabalhadora e a maioria da população do país. O PSOL, como parte do governo, não tem movido forças nesse sentido e suas principais figuras e parlamentares se mantêm praticamente em silêncio diante de tamanha barbárie e não dão nenhum peso em construir os atos que têm ocorrido. Boulos chegou a dizer, a respeito da entrevista de Lula, que ‘não é comentador das falas do presidente’, em um posicionamento absurdo cujo objetivo é unicamente não abalar sua relação com o arco de alianças e apoios burgueses que está construindo rumo às eleições municipais deste ano.”

Em outras palavras, setores da esquerda, como o PSOL, que sequer representam qualquer coisa de mais significativo, longe da presidência da República, ou seja, que são alvo de uma pressão infinitamente menor, não se posicionaram, e sequer comentaram as falas de Lula. O mesmo fato demonstra ainda a pressão a que todo o cenário político nacional está sujeito após a declaração do presidente, que tornou ainda menos confortável a posição de uma gama de setores da esquerda em se omitir face ao genocídio em curso. As declarações de Lula, nesse sentido, jogam o cenário político brasileiro à esquerda, como um grande impulso ao apoio à luta palestina.

“Para fortalecer o apoio ao povo palestino no Brasil, é necessário que as centrais sindicais, como CUT e CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, assim como o conjunto das entidades estudantis e movimentos sociais rompam o silêncio e a paralisia e construam em cada local de trabalho e estudo uma mobilização de solidariedade internacional, pois somos uma só classe. Assim, expressar o profundo rechaço às ações sionistas contra o povo palestino e ao apoio imperialista a esse massacre.”

Aqui vemos uma incongruência. Se é necessário, e é, que as organizações populares, sindicais, estudantis, etc. rompam com a paralisia que ora está colocada, também é fato que um dos maiores fatores de impulsionamento da ruptura com esta paralisia são as declarações de Lula.

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