A Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou sua nota de solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por conta dos ataques por ele sofridos após ter se posicionado, corretamente, contra o genocídio do povo palestino e denunciado que o governo de “Israel” comete crimes de guerra na Faixa de Gaza.
Mesmo diante da gravidade da situação, a nota é bastante comedida e procura se ater a aspectos meramente legais, tratando do direito internacional. A nota deixa de lado que a CUT é uma das maiores organizações de trabalhadores do mundo e que, em vários países há manifestações combativas dos trabalhadores, se opondo, por exemplo, a embarcar armas e equipamentos militares para “Israel”. A CUT, por exemplo, deveria ter se posicionado, mesmo antes do presidente Lula, em termos classistas, combativos, do lado do povo trabalhador palestino contra o regime fascista de “Israel” e o massacre que promove contra crianças, mulheres e idosos. Tudo isso para fazer valer os interesses de um Estado invasor, criado contra a vontade do povo da região, e que há mais de 75 anos vive da expulsão, massacre e tortura do povo palestino e que, em pouco mais de quatro meses, fez mais de 100 mil vítimas entre as pessoas cercadas no maior campo de concentração do mundo.
A posição correta de defesa do presidente Lula precisa ser completada pela maior organização de luta do povo brasileiro por um amplo chamado à mobilização contra o genocídio e em defesa da luta do povo palestino, nas ruas, pois é evidente que ações juntos aos tribunais e apelos aos “caducos” órgãos internacionais – cujas decisões nunca foram acatadas por Israel – não serão suficientes para parar a mão assassina dos sionistas.
A luta em defesa da Palestina, da sua luta contra o sionismo e o imperialismo, é uma causa da classe trabalhadora de todo o mundo e deve ser impulsionada por todas as organizações dos trabalhadores.
O posicionamento dos bolsonaristas, de outros setores da direita, da imprensa golpista – com a Rede Globo – e das organizações sionistas no Brasil contra Lula, exigem uma resposta efetiva, que só pode ser dada nas ruas, por meio da mobilização que a CUT e os partidos da esquerda precisam assumir, imediatamente.
A íntegra da nota
Nota em solidariedade ao Presidente Lula após declaração sobre os crimes de Israel contra a humanidade
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), apresenta sua total solidariedade ao Presidente Lula contra os duros e injustos ataques que está sofrendo da extrema direita, do sionismo e da grande imprensa, cúmplices dos crimes que o governo de Israel comete contra o povo palestino e a humanidade.
As declarações do Presidente Lula durante coletiva à imprensa nesse domingo (18), na Etiópia, estão amparadas no direito internacional e na recente decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), em julgamento dos crimes do governo de Israel que incluem matar civis palestinos na Faixa de Gaza; causar graves danos mentais e corporais na população; impor, de forma deliberada, condições para causar destruição física em um grupo. Atos do governo de Israel que tipificam o crime de genocídio.
Vale destacar que a Corte Internacional de Justiça segue analisando outras acusações da África do Sul contra o governo de Israel por violação da Convenção das Nações Unidas sobre “genocídio” na Faixa de Gaza.
O Presidente Lula com suas declarações honrou os versos do poeta e diplomata brasileiro Guimarães Rosa que já nos alertava que “o que a vida quer da gente é coragem!”. Sim, pois é preciso coragem para desmascarar a indústria internacional do medo patrocinada pelo governo de Israel que tenta inclusive silenciar jornalistas no Brasil com ameaças e processos.
A CUT, que defende a revogação de todos os acordos militares que o nosso país possa ter com Israel, não poderia deixar de solidarizar-se com o Presidente Lula que rompeu relações de obediência ao status quo israelense e reestabeleceu uma posição humanitária e soberana no cenário conturbado da atual geopolítica global.
Toda solidariedade ao Povo Palestino!
Cessar-fogo já!
Não ao massacre e genocídio!
Sim à paz e não à guerra!
Sérgio Nobre Antonio Lisboa
Presidente Secretário de Relações Internacionais