Há mais de quatro meses, Neymar vinha se recuperando de uma grave lesão no joelho. Na última quarta (14), ele voltou às atividades no seu clube, o Al-Hilal, e uma foto divulgada aos quatros ventos virou tema de discussão em praticamente todos os programas esportivos no Brasil. Na foto, Neymar estaria acima do peso.
Sentindo o cheiro da carniça, as hienas da imprensa esportiva nacional (melhor dizendo: estrangeira) caíram matando. “É um fim de carreira”, “é um jogador em declínio”, “é incontratável (sic)”, “é um jogador sem mercado, que ninguém quer”, “ele não quer mais jogar futebol” ― poderíamos aqui elencar um sem número de colocações que, em resumo, decretam o fim da trajetória de Neymar como jogador, todas colhidas de comentários dos “especialistas” abrigados nos monopólios da imprensa capitalista.
A campanha contra o mais talentoso jogador brasileiro do último período não dá descanso e aproveita qualquer brecha. Alguns jornalões, como O Globo, fazem do limão uma limonada. Valem-se do episódio recente para listar “todas” as ocasiões em que Neymar estaria acima do peso, com fotos ilustrativas e assim por diante. Campanha é campanha!
Neymar está há mais de quatro meses parado. O sobrepeso não deveria ser motivo de escândalo, portanto. Quando se trata de Neymar, porém, nada segue os padrões da normalidade. Porque estamos diante de uma campanha. Neymar e sua trajetória não são analisados à luz da objetividade, da sobriedade, da racionalidade. Há o interesse em desmoralizá-lo, rebaixá-lo, diminuí-lo, antes de qualquer outra coisa. As análises sobre o jogador, nesse sentido, subordinam-se a esse interesse.
Isso é assim porque Neymar ainda é uma realidade. Neymar ainda tem um papel fundamental a cumprir, especialmente na seleção brasileira. E os inimigos da cultura popular, os capachos do capital estrangeiro, ao atacarem o craque, reconhecem esse fato. A máxima é batida, mas verdadeira: ninguém bate em cachorro morto.