Apesar de toda a demagogia por parte do governo norte-americano, de que “Israel” deve fazer todo o possível para evitar a morte de civis, e de que os bombardeios à Faixa de Gaza são excessivos, os Estados Unidos mantêm seu apoio incondicional ao genocídio que os sionistas cometem diariamente com o povo palestino.
Palavras não valem nada quando ações mostram o exato oposto. E, no caso, as ações dos norte-americanos que mostram que eles são ferrenhos apoiadores dos sionistas, garantidores do genocídio, é que os Estados Unidos é o principal fornecedor de armas para “Israel”.
Nessa semana (13), o Senado norte-americano aprovou projeto de lei vertendo 14 bilhões de dólares de seu orçamento para “Israel”. Em que pese esse projeto ainda tenha de ser aprovado pela Câmara dos Representantes, o ponto de divergência entre parlamentares republicanos trumpistas e parlamentares diretamente vinculados ao imperialismo não é “Israel”. Fornecer armas ao Estado sionista não é um problema, nisto eles estão de acordo.
Tanto é assim que não houve nenhum protesto por parte do trumpismo quando o governo Biden mobilizou parte do aparato de guerra dos Estados Unidos logo após a Operação Dilúvio de al-Aqsa. Assim que a resistência palestina deu um profundo golpe em “Israel” e no imperialismo, Antony Blinken, secretário de estado norte-americano, declarou que “o presidente [Joe] Biden esteve ao telefone com o primeiro-ministro [Benjamin] Netaniahu ontem para lhe assegurar o nosso total apoio”.
E o apoio foi o seguinte:
- Envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford para o Mediterrâneo Oriental, junto com os navios de guerra que o acompanhavam.
- Envio do cruzador de mísseis USS Normandy, e dos destróieres USS Thomas Hudner, USS Ramage, USS Carney e USS Roosevelt.
- Aproximadamente 2 bilhões de dólares e munições, fornecidas para seis locais diferentes em “Israel”, para serem usadas em caso de emergências.
Deve ser ressaltado, contudo, que não é de hoje que os EUA fornecem tamanha quantidade de armas a “Israel”
Conforme informações constantes da “base de dados de transferências de armas do Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo, 68% por cento das importações de armas de Israel entre 2013 e 2022 vieram dos EUA”, segundo informa a Al Jazeera.
Em um gráfico elaborado pela imprensa do Catar, é possível constatar que o envio de equipamento bélico por parte do imperialismo a “Israel” vem crescendo progressivamente ao longo dos anos, desde a década de 1960, ocorrendo “picos” de fornecimento durante as guerras de agressão do sionismo contra os povos árabes, especialmente os palestinos e libaneses:
Por exemplo, no ano de 1973, o volume em dólares do equipamento bélico que os EUA forneceu a “Israel” chegou a 2,5 bilhões. Este foi o ano da Guerra de Outbro, chamada também de Iom Quipur.
Já no começo dos anos 1980, o volume de exportação foi ainda maior, chegando a 4 bilhões de dólares. Foi o auge da Guerra Civil do Líbano, ou melhor, a guerra de agressão do imperialismo e do sionismo contra o país, na tentativa de destruir o Fatá e a OLP, principais organizações da resistência palestina à época. No ano de 1982, na conjuntura dessa guerra, houve o cerco à capital Beirute, quando, através de bombardeios, “Israel” assassinou mais de 5 mil palestinos e libaneses.
Foi também nesse, igualmente na capital, que ocorreu o Massacre de Sabra e Shatila, perpetrado por milícias fascistas dos cristãos maronitas, organizadas e armadas pelo sionismo. O massacre ocorreu após a resistência palestina ter sido forçada a deixar Beirute, o que só foi possível graças à superioridade militar de “Israel”, que recebia as armas dos EUA.
O envio de arma seguiu crescendo nos anos seguintes, e novos picos de exportação ocorreram na primeira metade da década de 2000, na época da Segunda Intifada. O imperialismo precisou vir ao socorro de “Israel” para conter a mobilização revolucionária do povo palestino, como sempre o fizera.
Segundo o gráfico exposto acima, antes do atual genocídio, foi em 2014 o ano em que os Estados Unidos mais forneceu armas para “Israel”. Nessa época, assim como hoje, o Estado sionista bombardeou e invadiu a Faixa de Gaza na tentativa de destruir a resistência palestina, especialmente o Hamas. Falhou miseravelmente.
Desde então, segundo informa a Al Jazeera, o EUA fornecia a “Israel”, anualmente, cerca de 3 bilhões de dólares em armamento. Isto antes do 7 de outubro de 2023.
Conforme informado no início dessa matéria, agora o Senado aprovou um pacote de 14 bilhões, um flagrante apoio ao genocídio.
Nada surpreendente, considerando que desde o ano de 1948, quando “Israel” declarou sua fundação, os Estados Unidos já forneceu US$158 bilhões em ajuda militar ao Estado sionista. O que demonstra não só que o imperialismo norte-americano e seus governos de turno são apoiadores do genocídio sionista contra os palestinos, mas que o Estado de “Israel” não seria nada sem o financiamento do imperialismo: seria esmagado rapidamente pela revolta palestina.