No início de 2003, a preparação para a invasão do Iraque já estava no último estágio. O governo dos EUA, após o atentado as Torre Gêmeas, começou a campanha militar no Afeganistão e preparou o terreno para invadir o Iraque, seu principal inimigo no Oriente Médio naquele momento. Assim, a esquerda mundial organizou protestos contra a guerra que naquele momento foram gigantescos. No dia 15 de fevereiro aconteceram algumas das maiores manifestações.
Se estima que milhões de pessoas participaram das manifestações em centenas de cidades ao redor do mundo. Os eventos ficaram conhecidos como “Um Mundo Unido Contra a Guerra” ou “Dia Mundial do Protesto”. Os maiores deles aconteceram na Europa, sendo as maiores estimativas em Roma e em Madri, 3 milhões e 1,5 milhão de manifestantes, respectivamente. Além dessas houve também manifestações nas grandes cidades europeias como Londres, Berlim, Paris e também nos EUA em Nova Iorque principalmente.
Para os que participam dos protestos atuais em defesa da Palestina há muitos aspectos em comum, mas os protestos de hoje em dia são muito mais fortes, pois se mantém nas ruas mesmo após 4 meses de guerra. Fora trabalhadores de todo o mundo, na prática, lutando contra o imperialismo e em defesa de uma nação oprimida, o Iraque. No Brasil também aconteceram manifestações, as principais foram em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
No dia anterior aos protestos, 14 de fevereiro, o Conselho de Segurança da ONU foi convocado mais uma vez para ouvir os relatórios supostamente finais dos dois inspetores de armas da ONU para o Iraque. Era esperado que eles falsificassem a realidade, apoiando a tese farsesca do governo dos EUA de que havia armas de destruição em massa no Iraque. No entanto, eles se recusaram a distorcer a verdade, declarando inequivocamente que nenhuma dessas armas foi encontrada.
No protesto em Nova Iorque, talvez o mais importante, pois eram os EUA quem liderava a ofensiva contra o Iraque, diversas figuras participaram do ato. Uma delas foi Harry Belafonte, em seu discurso ele afirmou: “o mundo esperava com tremenda ansiedade, com grande medo de que não existíssemos. Mas os EUA são um país vasto e diverso, e fazemos parte da verdade maior que compõe nossa nação. Defendemos a paz, a verdade do que está no coração do povo americano. Vamos fazer a diferença – essa é a mensagem que enviamos ao mundo hoje”.
No fim, uma grande manifestação não foi capaz de impedir a guerra. Era preciso muito mais para parar o plano do imperialismo de dominação do Oriente Médio. Quem derrotou os EUA foi o povo do Iraque, principalmente as guerrilhas xiitas, que depois se transformariam nas atuais Forças de Mobilização Popular.