Há pelo menos uma semana, o Estado nazista de “Israel” vem concentrando seus ataques na cidade de Rafá, localizada no sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito, onde se encontram mas de 1,4 milhões de palestinos (cerca de dois terços da população do enclave), que foram forçadamente deslocados para o local em decorrência dos bombardeios genocidas que as forças de ocupação vem realizando desde outubro de 2023.
Seguindo seu modus operandi, os bombardeios que estão sendo feitos contra Rafá parecem ser uma preparação para uma invasão terrestre das forças israelenses de ocupação, para assassinarem ainda mais palestinos.
Embora uma invasão generalizada e sistemática ainda não tenha sido desatada, ataques terrestres são realizados nas proximidades, na cidade Khan Yunis, tendo como um dos alvos preferenciais o Hospital Nasser. Nessa quinta-feira (14), uma criança palestina foi assassinada na entrada do hospital a sangue-frio por um franco-atirador sionista, conforme noticiado no órgão de imprensa Monitor do Oriente.
É mais um palestino morto por francos-atiradores das tropas israelenses nos últimos dias, totalizando mais de duas dezenas.
Segundo a rede televisiva Al Jazeera, do Catar, os franco-atiradores das forças de ocupação mataram pelo menos 21 palestinos depois de abrirem fogo contra civis que tentavam chegar ao Hospital Nasser, em Khan Younis, no sul de Gaza. Isto foi noticiado no dia 9 de fevereiro. Segundo Hani Mahmoud, correspondente da rede em Rafá, “na sexta-feira franco-atiradores cercaram o hospital e estavam ‘atirando em todos os objetos em movimento’, enquanto as pessoas tentavam alcançá-lo a partir de dois bairros residenciais densamente povoados próximos às instalações.
E, agora, a criança palestina foi o novo alvo dos fascistas sionistas.
Não bastando, blindados dos invasores israelenses destruíram o portão norte do complexo médico, emitindo ordens para as pessoas deixarem o local. Uma ação de genocídio premeditado, de limpeza étnica. Afinal, trata-se de um hospital, onde milhares de pessoas estão sendo atendidas e não possuem condições de se deslocarem.
Muitas pessoas saíram. No entanto, segundo relatos, várias delas foram assassinadas friamente pelas tropas israelenses, de forma que os palestinos que permanecem no hospital, que possuem condição de saírem, não o fazem por medo de morrer.
Diante dessa situação, nem mesmo agências humanitárias do imperialismo conseguem esconder a realidade do genocídio. Os Médicos Sem Fronteiras tiveram de publicar declaração, em que se disseram “bastante preocupados” com a situação que se desenrola no Hospital Nasser. Segundo a organização, em publicação na sua página do X (antigo Twitter):
“As pessoas têm medo de sair do hospital porque ouvem relatos de pessoas sendo baleadas. Aqueles que desejam partir devem ter acesso seguro.”
Apesar da denúncia, percebe-se o caráter imperialista da organização. Dever-se-ia condenar de forma irresoluta o cerco que as tropas sionistas fazem ao Hospital Nasser.
Nesse sentido, vale reproduzir a denúncia feita por Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, que faz parte da resistência palestina. Segundo ele, francos-atiradores sequer pouparam palestinos que estão dentro do hospital: assassinaram três e feriram dez pessoas:
“Três pessoas foram martirizadas e outras 10 ficaram feridas dentro do Complexo Médico Nasser em Khan Younis […] pelas balas dos atiradores israelenses desde ontem à noite”.
Conforme dito acima, a ação de “Israel” contra o Hospital Nasser é parte do genocídio premeditado que os sionistas cometem contra Gaza. Afinal, desde outubro de 2023, as forças de ocupação vêm perpetrando ataques sistemáticos contra hospitais, de forma que apenas 11 dos 35 estão funcionando (e apenas parcialmente). Além disto, um total de 123 ambulâncias já foram destruídas.
Não é por acaso, então, que estes ataques genocidas já resultaram na morte de, pelo menos, 28.340 palestinos, dos quais um mínimo de 12.150 crianças e 8.300 mulheres. Isto sem levar em conta os mais de 7.000 desaparecidos, a maioria dos quais provavelmente estão mortos.
É por estas e outras razões que a luta armada da resistência palestina contra “Israel”, resistência esta liderada pelo Hamas, deve ser defendida incondicionalmente.