O Hesbolá é um dos aliados mais importantes, senão o mais importante, da resistência palestina em sua luta contra “Israel”. O partido mais popular do Líbano iniciou sua guerra contra o Estado sionista no dia seguinte à deflagração da operação Dilúvio de al-Aqsa e, desde então, já impôs derrotas decisivas ao Estado israelense.
Conforme divulgado pelo próprio Hasan Nasralá, líder do Hesbolá, em discurso feito em novembro de 2023:
“A ofensiva do Hesbolá obrigou a deslocar um terço das forças armadas de Israel para fronteiras com o Líbano, aliviando situação em Gaza […] metade da força da naval, metade do Domo de Ferro, um terço das logísticas.”
Ademais, segundo informe divulgado no último domingo (11), a organização revelou que, durante os 127 dias de conflito, do dia 8 de outubro de 2023 a 11 de fevereiro de 2024, seus combatentes realizaram 1.013 operações contra “Israel”.
Não é de se espantar que os israelenses, apesar de toda a propaganda, estejam completamente desorientados por conta da ação do Hesbolá na guerra. Tanto é assim que Avichai Stern, prefeito do assentamento israelense Kiryat Shmona, ao norte dos territórios ocupados, afirmou que os sionistas são alvos fáceis frente à força de elite do Hesbolá na fronteira, a Radwan.
“Enquanto as Forças de Radwan [do Hesbolá] não forem removidas pela força e ação militar, nada mudará”, disse o prefeito sionista segundo a imprensa israelense. Em sua declaração, Stern também ressaltou que os milicianos israelenses no norte “estão bem conscientes disso hoje, enquanto suportamos as repercussões do acordo fracassado”.
O medo de Stern é tão grande que, ao longo do conflito, o prefeito já orientou diversas vezes os milicianos israelenses a não retornarem aos assentamentos na região fronteiriça até que a situação com o Líbano mude. Ao mesmo tempo, a imprensa israelense já noticiou repetidas vezes que os colonos fascistas do norte do território ocupado saíram da região com o começo da participação do Hesbolá.
Uma espécie de simulação feita pelo Instituto de Política Anti-Terrorista da Universidade Reichman, uma universidade israelense, demonstra a mesma preocupação que tem Stern. Segundo a Reichman, caso uma guerra completa entre “Israel” e o Líbano seja deflagrada, os libaneses enviarão centenas de soldados das forças de Radwan para os assentamentos sionistas buscando ganhar controle da região.
As consequências disto, segundo o estudo, seriam terríveis para “Israel”. O exército sionista precisaria imediatamente redirecionar seus soldados para o Líbano para tentar neutralizar a ameaça.
O relatório ainda especifica que, provavelmente, o Hesbolá não estaria sozinho nessa batalha. Grupos de resistência do Iraque e da Síria; o Hamas e a Jiade Islâmica em Gaza; e o Ansar Alá do Iêmen contribuiriam para o que o relatório sionista chama de “revolta violenta e extensa”.
Jogando lenha na fogueira da derrota israelense, também é esperado que a operação gere revolta na Cisjordânia ocupada, com tumultos em cidades diversas, desafios na percepção da guerra por parte do público e a diminuição das expectativas do exército e das forças de resgate.
O relatório da universidade Reichman é concluído com a descrição de vulnerabilidades e pontos fracos nas Forças de Ocupação Israelenses, bem como nas comunidades das milícias fascistas na região. Por fim, o texto alerta que a força aérea israelense, bem como os serviços de inteligência sionistas, podem não conseguir impedir que a maioria dos ataques com mísseis atinjam os territórios palestinos ocupados pelos israelenses.
Falsificação ou não, o cenário levantado pela universidade sionista demonstra como o Hesbolá representa um problema para a ocupação sionista – um grande problema! Nesse sentido, serve como um aviso ao regime de que a situação na fronteira é extremamente preocupante para os israelenses, o que obriga o texto a ter certo grau de precisão, já que se trata de uma projeção militar de interesse do Exército do enclave imperialista.