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HISTÓRIA DA PALESTINA

Wadie Haddad, envenenado pelo Mossad

Espiões sionistas utilizaram toxina para assassinar covardemente o dirigente da FPLP, na tentativa de derrotar a resistência

Mesmo após sete décadas de ditadura fascista contra o povo palestino, “Israel” nunca conseguiu derrotar completamente as organizações de resistência desse povo martirizado. Assim, em tentativa falha, perpetrou inúmeros assassinatos covardes das lideranças palestinas, que só serviram para enfurecer mais ainda as massas, e impulsionar a luta contra o sionismo.

Um desses líderes palestinos assassinados foi Wadie Haddad.

Também conhecido com Abu Hani, foi um membro de suma importância da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), pois era responsável por liderar as operações de combate da organização da resistência.

Nascido na cidade de Safed, no ano de 1927, viu sua casa ser destruída pelas hordas sionistas quando da Nakba, em 1948. Foi obrigado a fugir para o Líbano, assim como milhares de outros refugiados palestinos.

De maneira semelhante à maioria dos líderes da resistência palestina daquela época, Haddad iniciou sua luta política contra o sionismo na universidade. Especificamente na Universidade Americana de Beirute, onde, estudando medicina, conheceu ninguém menos que George Habash, quem eventualmente viria a fundar a FPLP. Contudo, antes de fundarem a frente, ambos foram responsáveis pela criação do Movimento Nacionalista Árabe, uma organização política que tinha como objetivo a unidade dos países árabes e o desmantelamento do Estado de “Israel”.

Após a universidade, Haddad e Habash decidiram fundar uma clínica médica na capital da Jordânia, Amman. Também trabalharam com a Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA).

Contudo, a repressão da monarquia jordaniana não tardou. Haddad foi preso na segunda metade da década de 1950 por sua militância nacionalista. Não ficaria muito tempo encarcerado, contudo. Em 1961, conseguiu fugir para a Síria. A repressão o levou a se tornar um defensor da luta armada. E, com isto, passou a colocar em prática o armamento do Movimento Nacionalista Árabe.

Foi desse movimento que surgiu a FPLP, especificamente de sua ala palestina. A organização surgiu logo após a Guerra dos Seis Dias, sob a liderança de George Habash.

Como afirmado no início dessa matéria, Haddad ficou responsável por comandar a ala militar da organização. Foi o comando por trás do sequestro de inúmeros voos, um dos métodos de resistência contra “Israel” mais utilizados pela FPLP. Um dos mais notórios sequestros foi o do Airbus A300, operado pela Airfrance. Com rota entre Telavive e Paris, a FPLP sequestrou o voo durante parada em Atenas, redirecionando-o para a Líbia, e então para Uganda, à época governada por Idi Amin Dada Oumee. O episódio resultou na Operação Entebbe, a qual, dada o escopo, serviu para voltar as atenções do mundo (ao menos temporariamente) para a opressão de “Israel” sobre o povo palestino.

Abu Hani (Wadie Haddad) morreu em 28 de março de 1978, inicialmente diagnosticado com leucemia.

Contudo, em 2006 o jornalista israelense Aaron J. Klein revelou, em seu livro Contra Atacando, que o câncer que acometeu Haddad foi induzido pelo Mossad.

Ao que se relata, Haddad era um amante de chocolates belgas. Então, os espiões do Mossad armaram uma operação, conseguindo que uma caixa de chocolate fosse parar em suas mãos, sem que ele suspeitasse de nada. Ocorre que os doces estavam revestidos com veneno de ação lenta, o que resultou em sua morte, meses depois (Israel usou chocolates para envenenar os palestinos, 8 de maio de 2008, recuperado em 27 de fevereiro de 2013).

Em outra denúncia, o jornalista investigativo israelense Ronen Bergman afirma que o Mossad assassinou Haddad envenenando sua pasta de dente. A denúncia é feita em sua obra Rise and Kill First: The Secret History of Israel’s Targeted Assassinations, publicada no ano de 2018.

Segundo o autor, um agente do Mossad teria entrado na casa de Haddad em 10 de janeiro de 1978, e trocado o tubo normal de sua pasta de dente por outro contendo toxina criada pelo Instituto de Investigação Biológica de “Israel” (um laboratório de armas químicas, basicamente).

De toda forma, o que se pode concluir é que este é mais um caso de assassinato covarde por parte dos sionistas, em face de sua impotência em derrotar as organizações da resistência em si. No caso em tela, a Frente Popular para a Libertação da Palestina.

Finalizando, vale lembrar que a FPLP é uma das organizações que participaram da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, ação revolucionária que colocou “Israel” e o imperialismo de joelhos. Igualmente, a frente segue lutando diariamente contra o monstro sionista pela libertação do povo palestino.

Assim, apesar do assassinato covarde de Wadie Haddad, seu legado como líder da ala militar da FPLP segue vivo.

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