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Guerra Palestina-'Israel'

Netaniahu rejeita cessar-fogo e intensifica genocídio

Netaniahu rejeitou proposta feita pelo Hamas, afirmando que a guerra só irá termina com vitória total sobre a resistência.

Na quarta-feira (7), Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, rejeitou a proposta de cessar-fogo que havia sido feito pelo Hamas, partido político mais popular entre os palestinos, e que lidera a resistência contra a ocupação sionista. 

Em coletiva de imprensa, o chefe de governo israelenses disse que “Israel” não irá terminar a guerra a não ser que o resultado seja uma “vitória total” sobre o Hamas.

Falsificando a realidade, disse que “Israel” está a caminho de uma vitória absoluta”. Nesse sentido, afirmou também que a guerra deve durar meses, não anos. Disse que “não há outra solução” senão continuar a guerra até derrotar a resistência.

A respeito da proposta feita pelo Hamas, qualificou-a como “delirante”, descartando quaisquer acordos que permitam ao Movimento de Resistência Islâmica ser a força política dominante sobre a Faixa de Gaza

Contudo, Antony Blinken, Secretário de Estado norte-americano, diz ainda haver espaço para negociações. “Há espaço para prosseguir nas negociações, para ver se conseguiremos chegar a um acordo. É isto que pretendemos fazer”.

Já Sami Abu Zuhri, um membro do alto-escalão do Hamas, chamou de bravatas as mais recentes alegações de Netaniahu, e que elas servem para mostrar que o primeiro-ministro  pretende prosseguir com o genocídio contra o povo palestino.

Em face de os sionistas terem rejeitado a proposta, nesta quinta-feira (8) delegação do Hamas liderada por Khalil Al-Haiia viajou ao Cairo para prosseguir nas negociações do cessar-fogo com mediadores do Catar e do Egito, ao mesmo tempo, em que ordenou à resistência palestina, em especial às Brigadas Al-Qassam, a seguirem combatendo os invasores sionistas. Afinal, foi justamente a luta armada do povo palestino que forçou “Israel” a aceitar a primeira trégua, ao final de novembro de 2023.

A proposta de acordo feita pelo Hamas, como representante do povo palestino (afinal, é a principal organização da resistência), é dividida em três fases, iniciando com a libertação de mulheres, crianças, adolescentes e idosos por ambas as partes, e culminando na total retirada das tropas sionistas invasoras de Gaza e na criação de um Estado Palestino. Seguem abaixo em detalhes o que seriam os termos da proposta, conforme noticiado pela agência de notícia Reuters e confirmado por fontes:

– Durante a primeira fase de 45 dias, todas as mulheres israelenses prisioneiras, os homens com menos de 19 anos e os idosos e doentes seriam libertos, em troca das mulheres e crianças palestinas detidas nas prisões israelenses. “Israel” retiraria as tropas das áreas povoadas de Gaza.

– A implementação da segunda fase não começaria até que as partes concluíssem conversações indiretas sobre os requisitos para pôr fim às operações militares mútuas e restaurar a calma completa.

– A segunda fase incluiria a libertação dos restantes reféns do sexo masculino e a retirada total de “Israel” de toda Gaza. Os restos mortais dos mortos seriam trocados durante a terceira fase.

Conforme noticiado por este Diário, “Israel” já sequestrou quase sete mil palestinos na Cisjordânia somente desde outubro. De forma que se o acordo foi firmado, será uma profunda derrota para o Estado sionista e o imperialismo.

‘Israel’ sequestrou 6.920 palestinos na Cisjordânia desde outubro

A proposta foi feita a “Israel” no dia 6 de fevereiro. O mediador do Catar a considerou “positiva, em sua maior parte”.

O fato de que os Estados Unidos, representados pelo secretário de Estado, Antony Blinken está fazendo enorme esforço para que “Israel” aceite o acordo, mostra a necessidade que o imperialismo tem de manter o pouco controle que lhe resta sobre o Oriente Médio. De impedir que o conflito se alastre sobre toda a região, isto é, de que a resistência palestina seja uma fagulha para um movimento revolucionário de todo mundo árabe, contra o imperialismo (o que já dá sinais de estar ocorrendo).

Em sua tentativa de chegar a um acordo, os EUA vem defendendo inclusive a criação de um Estado Palestino, política esta que é colocada como condição pela Arábia Saudita para normalizar as relações com “Israel”.

Contudo, conforme já noticiado no início dessa matéria, Benjamin NetanIahu rejeitou a proposta de acordo. Segundo analisou Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), a posição do primeiro-ministro israelense em insistir no genocídio é decorrente de pressão exercida setor mais fascista do sionismo, isto é da ala mais radical da extrema direita da política israelense (já que Netanahu é ele mesmo um elemento de extrema direita):

“É uma política forçada dele. Para mim, essa decisão do Netanyahu é o resultado da incapacidade do regime político israelense de lidar com a extrema extrema direita israelense. Eu já expliquei isto aqui várias vezes, mas é bom explicar de novo: a política de ‘Israel’ está dominada pela extrema direita. Netaniahu é um fascista. Contudo, como acontece dentro de todo tipo de formação política, dentro de todo o partido, você sempre vai ter direita centro esquerda. É uma coisa natural. À medida que os acontecimentos se desenvolvem, as forças vão se distribuir nessas três grandes zonas. E dentro do bloco de sustentação do governo Netaniahu, de sustentação do regime, existe uma extrema direita da extrema direita, que é um pessoal muito doido, mas também muito poderoso. Foram eles que empurraram a política que levou a essa crise, isto é, os ataques incessantes contra a Cisjordânia, enfrentamento contra os palestinos em todos os lugares. Ataques estes que obrigaram os palestinos a uma intervenção do armada.” 

Rui Pimenta aponta então que, apesar de nessa extrema direita haver políticos que parecem folclóricos, eles detém muito poder político dentro do regime israelenses, de forma que podem agravar a crise que já se agrava diariamente:

“Nessa extrema direita extrema extrema direita tem gente que fala em matar inclusive as crianças. Esse tipo de gente que parece folclórica, não são folclóricos eles dominam uma uma parte importante eu diria até muito importante da opinião pública dentro do Estado de ‘Israel’”.

De forma que é capaz de eles chegarem até mesmo a derrubar Netaniahu. Dominando o regime político sionista, essa extrema direita poderia levar o país a uma guerra civil, dificultando mais ainda o controle do imperialismo sobre a região.

Daí a necessidade que os Estados Unidos tem de firmar um acordo, necessidade esta que ficou demonstrada com a quinta viagem de Antony Blinken pelo Oriente Médio, em quatro meses desde a bem sucedida Operação Dilúvio de Al-Aqsa. Durante ela, Blinken encontrou-se na última terça-feira (6) com líderes do Catar e do Egito, e também com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em Ramalá, Cisjordânia, na quarta-feira (7).

Contudo, conforme informado no início dessa matéria, Netaniahu, pressionado pela extrema-direita, negou o acordo. E segue dando continuidade ao genocídio.

Ao fechamento desta edição, o número de palestinos assassinados em Gaza já chega a 27.840, dos quais 12.150 são crianças e 8.300 mulheres. Ressalta-se que mais de 7 mil estão desaparecidos, provavelmente mortos.

E este número tende a aumentar exponencialmente, pois a Organização das Nações Unidas alertou que “Israel” pretende realizar um ataque contra Rafá, cidade fronteiriça com o Egito, para onde o Estado sionista já expulsou 1,9 milhões de palestinos.

Ademais disto, a ONU também relatou que cerca de 300 mil palestinos no norte de Gaza correm perigo de morrer de fome, pois “Israel” bloqueou metade das ajudas humanitárias ao território desde o começo do ano.

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