Nos últimos meses, três pessoas foram assassinadas no acampamento São Francisco, em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. O último foi o de Josimar da Silva Pereira, morto a tiros em 5 de novembro, um dia depois que um incêndio feito por pistoleiros ocorreu em uma plantação vizinha.
Nesse sentido, moradores do acampamento em questão denunciam que houve um aumento da violência nos territórios ocupados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região.
“Acho que ninguém dorme aqui. Se aconteceu com o Josimar, que era uma pessoa que estava na luta com a gente, mas não era diretamente ligado à coordenação, pode acontecer com qualquer um de nós”, diz Denise Alves dos Santos, uma das coordenadoras do acampamento.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), foram 973 casos de conflito no campo apenas no primeiro semestre de 2023. Já em 2022, no mesmo período, foram 791 casos, o que representa um aumento de 8%.
Segundo Tânia Maria de Sousa, membro da CPT há mais de 30 anos, o aumento das tensões no campo se dão pela expectativa de que a reforma agrária avance durante o governo Lula. “Ainda são promessas [do governo], mas isso provoca os proprietários de terra. Eles começam a ameaçar mais para ver se o povo recua”, afirmou à Repórter Brasil.