Um aroma de chuva inundou o ambiente
Era você que abria a janela, após uma longa noite
A luz o inundou,
Eu ainda sonhava.
Um sonho de puro desalento
um cheiro de ocre,
Os cabelos amalgamados do vizinho
As cores de cobre mal pintadas
O azul profundo
Era esse azul
O azul me fazia vibrar, vociferar.
Mas o negro da cena engolia tudo.
Um sorriso sarcástico
O vestido sem decoro
As mãos.
Gostaria de sair da cena fixada da mente
Uma cena pálida de uma morte lenta
O clássico ao fundo, o lento escorrer do sangue.
E as mãos pálidas. Impossíveis.
Tento esquecer a cena da janela.
Estava fechada.
Você a abriu.
E o vento retirou o meu corpo
Estava sem corpo
Quando as mãos de um fotógrafo,
Aquelas fotos impossíveis.
E a história interminável.
Não gostaria de caminhar novamente pelo piso ocre
Com o clássico ao fundo
Marcha fúnebre
Interminável.
Esse som que não saía da mente
O rosto encoberto
O cabelo
E as mãos