Partido dos Trabalhadores

Marta Suplicy, apoiadora do golpe de Estado, se filia ao PT

Cerimônia contou com a participação do presidente Lula

Ocorreu, na tarde do dia 2 de fevereiro, às 18h, o evento de filiação de Marta Suplicy ao Partido dos Trabalhadores. O evento ocorreu na Casa Portugal, centro cultural que está localizado no bairro da Liberdade, em São Paulo, capital do Estado. Além da presença do Presidente Lula (PT), o ato de filiação contou com figuras do governo como Fernando Haddad (PT), Ministro da Economia, Paulo Teixeira, (PT) Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Luiz Marinho (PT), Ministro do Trabalho e Alexandre Padilha (PT), Ministro das Relações Institucionais.

Apesar do protesto de uma ala minoritária do diretório nacional do PT, liderada por Valter Pomar, contra a filiação de Marta Suplicy, a filiação partidária foi concretizada com a ficha assinada de maneira simbólica pelo presidente de honra do PT, Lula.

“A moral da história é: qualquer um pode fazer qualquer coisa e, apesar disso, em nome de uma possível vantagem eleitoral, estamos sempre dispostos a ‘virar a página’. O resultado prático é desmoralizar os que se mantiveram firmes nos momentos mais difíceis e, ao mesmo tempo, estimular futuras traições”, escreveu Valter Pomar, em carta enviada à Secretaria-Geral do Partido dos Trabalhadores.

Marta Suplicy foi prefeita de São Paulo de 2001 a 2004 e se alinhou à direita de tal maneira que rendeu a então prefeita o apelido de “Martaxa”, em função da Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares (TRSD) e da Contribuição Para Custeio da Iluminação Pública (Cosip). A repressão estatal contra perueiros, em favor da máfia dos monopólios do transporte privatizado, foi outro ponto de destaque na sua gestão.

Marta, durante seus anos de filiação, nunca teve uma contribuição real para o desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores. Pelo contrário: sempre fez parte do grupo de políticos burgueses e oportunistas. É uma política de carreira e colecionadora de cargos: ela já foi ministra do Turismo, no governo Lula, ministra da Cultura no governo Dilma, e exerceu o cargo de senadora. Além disso, foi secretária municipal de Relações Internacionais, no governo de Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, e posteriormente aceitou o cargo de secretária de Relações Internacionais no governo de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, em 2020.

O Partido dos Trabalhadores foi quem fez de Suplicy uma figura com relativa importância na política. Marta Suplicy nada tem de popular. Se sequer possui alguma importância política, ela vem do fato de que é uma política ligada a setores da burguesia paulistana e dos grandes capitalistas nacionais.

O que é importante destacar nesse momento é: Marta Suplicy não é do PT. Ela deveria permanecer no MDB, pois ela, inclusive, apoiou o golpe de Estado de 2016, rompendo, então, com o partido que lhe projetou.

Ela declara que votou pelo impeachment e achou “que era coerente com o que eu achava que era o certo naquele momento”. Ela ainda explicou, tentando demonstrar confusão jurídica, por que não classifica o que aconteceu como golpe: “Não achei que foi golpe, de jeito nenhum. Passou por todos os canais legais, foi absolutamente dentro da Constituição”.

A movimentação foi de caso pensado. Marta, se alinhando ao golpismo e fazendo o trabalho sujo de seus patrocinadores burgueses, articulou uma saída do PT para o MDB, partido que verdadeiramente representa sua natureza política, sabendo que o que estava ocorrendo ali era um golpe. Nenhum político com tanto tempo de política quanto Marta poderia dizer que não sabia que o que estava em jogo ali era um golpe.

O apoio ao golpe levou Marta a deixar o partido durante o período turbulento marcado pelos esforços golpistas do imperialismo, que resultaram no golpe de Estado de 2016 e, subsequentemente, na prisão do presidente atual, Luiz Inácio Lula da Silva. Ao apoiar todos os ataques da direita contra o PT, Marta Suplicy abandonou o partido e se juntou ao PMDB (atual MDB), que naquela época estava articulando a queda da então presidente Dilma Rousseff, tornando-se assim uma aliada do golpe.

Não suficiente, a ex-ministra de Dilma Rousseff, Marta Suplicy, (assim como Michel Temer), negou em janeiro de 2023 que o impeachment de Dilma Rousseff no ano de 2016 tenha sido um golpe de Estado. Durante entrevista concedida para a TV Folha, ela criticou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas quais ele se refere a Temer como golpista e o culpa por destruir os avanços sociais, assim como econômicos, conquistados durante o governo do PT.

O PT, incapaz de aprender com seus erros do passado, está repetindo a forma que liquidou o partido na capital fluminense. Ao apoiar Freixo em uma chapa com o MDB, que era do Psol e acabou se deslocando para a direita, indo para o PSB, o Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro se esfacelou. 

A política petista de sacrificar o próprio partido em busca de governabilidade não pode levar, senão, para a ruína política e a desmoralização do partido diante da classe trabalhadora. Como explicar para a classe operária as alianças com os golpistas de 2016 e a reintrodução no partido desses elementos direitistas?

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