Na plenária final da Conae (Conferência Nacional da Educação), com a presença de cerca de 1850 delegados de todos os estados do País e do DF, encerrada na última terça-feira (30), foi aprovada uma moção contra o genocídio promovido pelo Estado sionista de “Israel” e em defesa da luta do povo palestino, que unificou amplos setores da esquerda.
Para ser apreciada pelo plenário, cada moção necessitava do apoio de, pelo menos, 185 delegados (10% do total) ou de 20 entidades inscritas na Conferência. A moção – que publicamos abaixo – alcançou, com folga, ambas as metas, e foi a que obteve mais adesões, em uma campanha de poucas horas, como parte de um trabalho de intensa agitação política realizada pelos militantes do PCO/Educadores em Luta presentes na Conferência e com base em uma ampla articulação entre a esquerda, amplamente majoritária no encontro.
A moção aprovada pelo plenário teve assinatura de mais de 500 delegados – incluindo importantes lideranças da esquerda – e de mais de 50 entidades do movimento sindical e estudantil.
Mobilização
Para conquistar esse amplo apoio, foi realizada uma articulação prévia, principalmente entre os companheiros do PCO e do PT, na elaboração da proposta e, principalmente, intensa campanha de agitação entre os delegados, o que inclui o uso de carro de som no horário do almoço no restaurante universitário para coletar as assinaturas de mais de 1/4 dos delegados presentes na Conae.
Dentre outros, foram proponentes os companheiros Antônio Carlos Silva, diretor da Apeoesp e da Direção Nacional do PCO; Maria Izabel Noronha (“Bebel”), segunda presidente da APEOESP e deputada estadual (PT-SP); a senadora Teresa Leitão (PT-PE); o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ); a presidente da UBES, Jade Beatriz; a dirigente do PSTU, Vanessa Portugal; o diretor do Sintfub, Ieri Júnior; e Vinícius Soares, da ANPG.
Também assinaram a moção, toda a bancada da APEOESP (com 50 delegados), dirigentes do SEPE/RJ, Sind-UTE/MG, CPERS/RS, Sinpro (DF), SINTEAM/AM, APLB/BA, SINDIUTE/CE, SINTEPP/PA, SINTEPE/PE, APP/PR, SINTE/SC, SINPEEM/SP, SindRede-BH, da UNE e outras entidades estudantis estaduais, da CUT, do MST, da CSP-Conluta, dentre outros.
A campanha da moção não foi a única iniciativa a favor da causa palestina e contra os crimes do regime sionista no evento. Companheiros do Comitê de Luta de Brasília, juntamente com lideranças árabes do Ibraspal (Instituto Brasil Palestina), realizaram no auditório da Faculdade de Comunicação da UnB o lançamento do vídeo sobre o massacre de Sabra e Chatila, seguido de um breve debate entre dirigentes do Instituto e do PCO presentes.
Leia o texto da moção:
ABAIXO O GENOCÍDIO DO POVO PALESTINO
Os delegados da Conferência Nacional da Educação (Conae) se manifestam contra o genocídio promovido pelos sionistas de Israel, que já levaram à morte mais de 30 mil palestinos, incluindo mais de 12 mil crianças (uma a cada 10 minutos, segundo a ONU) e mais de 10 mil mulheres.
Denunciamos os crimes de guerra, que incluem a destruição de 80% dos prédios da Faixa de Gaza, dentre eles quase toda a rede escolar e quase 90% dos hospitais.
Nos solidarizamos com a luta do povo palestino e propomos que o governo brasileiro adote todas as medidas necessárias para expressar o repúdio do povo brasileiro ao genocídio e apoiamos a mobilização em curso em favor do povo palestino.
Expressamos nossa posição a favor da paz, de um cessar-fogo imediato e pelo cumprimento das resoluções da ONU nesse sentido, apoiadas pelo governo brasileiro.
Brasília, 30 de janeiro de 2024.