Nesta sexta-feira (26), a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, sigla em inglês), anunciou que “Israel” havia feito uma acusação formal à entidade, de que pelo menos doze de seus empregados estariam envolvidos na Operação Dilúvio de Al-Aqsa.
Segundo alegações do governo israelense, cerca de 1.200 dos 12.000 empregados da UNRWA em Gaza poderia ter conexões com o Hamas e a Jiade Islâmica. A inteligência foi fornecida pelo próprio Estado sionista, o que já levanta suspeita em relação à veracidade das alegações:
“As autoridades israelenses forneceram à UNRWA informações sobre o suposto envolvimento de vários funcionários da UNRWA nos horríveis ataques a Israel em 7 de outubro”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência de Assistência e Obras da ONU para Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA).
Quase que de imediato, Lazzarini anunciou a rescisão contratual de tais funcionários, mas sem revelar o número exato:
“Para proteger a capacidade da agência de prestar assistência humanitária, tomei a decisão de rescindir imediatamente os contratos destes funcionários e lançar uma investigação a fim de estabelecer a verdade sem demora.”
As supostas revelações feitas por “Israel” também foram condenadas pelo secretário-geral das ONU, Antonio Guterres, que disse ter ficado “horrorizado com esta notícia”, segundo o sua porta-voz, Stéphane Dujarric, que também informou que defendeu eventual processo criminal contra os funcionários, caso fossem confirmadas as acusações feitas por “Israel”.
Não demorou e, como se fosse uma jogada casada, o imperialismo norte-americano resolveu cortar seu financiamento à UNRWA. Segundo Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o órgão “suspendeu temporariamente o financiamento adicional para a UNRWA enquanto analisamos estas alegações e as medidas que as Nações Unidas estão a tomar para as resolver”.
Outros países imperialistas também seguiram a decisão norte-americana, e suspenderam ou estão revendo suas doações à agência. Os países são Alemanha, Suíça, Canadá, Holanda, Reino Unido, Itália, Austrália, Finlândia e Japão.
Apesar de não se poder afirmar, com certeza, os indícios apontam no sentido de que essa nova acusação feita por “Israel” se trata de uma acusação falsa para acentuar o genocídio contra os palestinos, através do bloqueio da pouca ajuda humanitária que chega em Gaza por meio da UNRWA.
Vale ressaltar que, apesar das limitações dessa organização (afinal, é uma organização da ONU, esta sob o controle do imperialismo), a UNRWA vinha expondo o genocídio cometido por “Israel”, através da atuação de seus funcionários locais, que forneciam ajuda humanitária aos palestinos da Faixa de Gaza.
Inclusive, vários abrigos, armazéns de ajuda humanitária, e campos de refugiados sob o controle da UNRWA em Gaza vem sendo constante alvo de ataque por parte da “Israel”.
À luz do fato de que o imperialismo de conjunto suspendeu o seu financiamento à organização, Philippe Lazzarini denunciou o ato como sendo uma punição coletiva contra o povo palestino. Curiosamente, Antonio Guterres condenou as sanções; porém, ao mesmo tempo, frisou a necessidade de punir eventuais funcionários que tenha se envolvido no 7 de outubro.
Sobre isto, mesmo que as acusações de “Israel” sejam verdadeira, de que funcionários da UNRWA tenha participado do Dilúvio de Al-Aqsa, isto só elevaria estes funcionários a um patamar superior de defesa do povo palestino, indo além das amarras da ONU. Portanto, não só não deveriam ser punidos, como respeitados como verdadeiros militantes do povo palestino. De qualquer forma, “Israel” continua cometendo um genocídio contra toda a população da palestina.