Segundo a imprensa estatal iraniana, o Irã lançou com sucesso três satélites pela primeira vez usando seu foguete lançador desenvolvido pelo Ministério da Defesa e Logística das Forças Armadas.
Os satélites foram enviados para uma órbita mínima de 450 km no último domingo (28). Um satélite pesando 32 kg e dois nanossatélites, cada um com menos de 10 kg, foram impulsionados usando o foguete lançador de satélites Simorgh (Fênix).
Ainda segundo a imprensa iraniana, os nanossatélites, chamados Kayhan-2 e Hatef-1, serão utilizados para testar tecnologia de comunicação de banda estreita e geoposicionamento. Já o satélite maior, chamado Mahda e construído pela Agência Espacial Iraniana, visa testar a precisão do foguete Simorgh ao entregar múltiplos carregamentos ao espaço.
O lançamento, segundo a Associated Press, foi feito no Centro Espacial Imam Khomeini, na província rural de Semnan, no Irã. “O rugido do Simorgh [foguete] ressoou no céu e espaço infinito de nosso país”, disse Abbas Rasooli, repórter da televisão estatal em vídeo sobre o lançamento.
O desenvolvimento do programa aeroespacial do Irã ocorre em meio a uma escalada das tensões no Oriente Médio. O avanço tecnológico iraniano está causando preocupações ao imperialismo, que já indica que pode, no futuro, tomar ações mais diretas para sabotar o desenvolvimento do país persa.
No início de janeiro, por exemplo, o Irã lançou o satélite Sorayya com um foguete construído pela Guarda Revolucionária Militar do país. Frente a isso, a Europa afirmou acreditar que os iranianos usarão o satélite para desenvolver mísseis balísticos de longo alcance.
O Irã, por sua vez, rejeitando a acusação, deixou claro que tem o direito ao avanço tecnológico pacífico no campo aeroespacial. Declaração que, por si só, deixa claro que existe uma ofensiva imperialista contra o país que, consequentemente, está se defendendo.
Enquanto isso, a avaliação global de ameaças de 2023 da comunidade de inteligência dos EUA afirmou que o desenvolvimento de veículos de lançamento de satélites aproxima o Irã de desenvolver mísseis.
Os Estados Unidos afirmaram anteriormente que os lançamentos de satélites pelo Irã desafiam uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e pediram a Teerã que não realize atividades envolvendo mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares.
As sanções da ONU relacionadas ao programa de mísseis balísticos do Irã expiraram em outubro passado. Desde a retirada dos EUA do acordo nuclear em 2018, o Irã aumentou o enriquecimento de urânio para níveis próximos aos de armas, embora as agências de inteligência dos EUA e outros avaliem que Teerã ainda não começou a buscar ativamente uma arma nuclear.




