Na última quinta-feira (25), o deputado federal Evair de Melo (PP-ES) pediu à Procuradoria Geral de República (PGR) a prisão de João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). O direitista ainda pede a abertura de um inquérito e afirma que a prisão deve ser decretada em caráter preventivo.
E qual seria a acusação contra Stedile? De acordo com Evair, o líder sem terra teria “incitado” invasões de terra no Brasil simplesmente porque falou que “as invasões de terra vão aumentar em 2024”.
No pedido encaminhado à PGR, o deputado bolsonarista disse que “não é admissível que o direito de propriedade seja atacado abertamente sem que haja resposta das instituições nacionais”.
Como se não bastasse, Melo ainda quer que a PGR “tome as providências” para realizar busca e apreensão na sede do MST, quebre sigilo financeiro e bloquei as contas do movimento e de suas lideranças. Além disso, o direitista quer que o órgão determine a quebra do sigilo de dispositivos eletrônicos, como computadores e celulares ligados ao movimento.
Este é um caso que atesta o célebre dito popular: pau que bate em Chico, também bate em Francisco. Evair está utilizando um crime de opinião para justificar a prisão de uma figura importante da esquerda brasileira. “Incitar” invasões de terra é algo completamente arbitrário, um ataque ao direito à liberdade de expressão.