Nessa sexta-feira, 26 de janeiro, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), sediada em Haia, na Holanda, emitiu sua primeira decisão sobre a ação da África do Sul contra o Estado de “Israel”. Até o momento, a Corte apenas decidiu dar continuidade à investigação do que está acontecendo na Faixa de Gaza e faz uma série de recomendações para que “Israel” não cometa crimes de guerra. Essa medida extremamente moderada, no entanto, já foi mais que suficiente para que o ministro da Segurança Nacional de “Israel”, Itamar Ben Gvir, acusasse o organismo internacional de “antissemita”.
O caso mostra bem para que serve, hoje, a acusação de “antissemitismo”: apenas para intimidar e constranger aqueles que denunciem os crimes do Estado de “Israel”. Não se trata, portanto, de qualquer agressão, nem mesmo de qualquer hostilidade aos judeus: “antissemitismo”, na boca dos sionistas, é apenas uma ordem para reprimir seus desafetos políticos.
Lançando mão desse truque, os sionistas querem impedir, por exemplo, que José Genoíno, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), defenda um boicote às empresas que apoiam “Israel”. Querem impedir, também, que o Partido da Causa Operária (PCO) defenda o Hamas e os demais grupos que integram a resistência palestina. Querem, enfim, impedir que o jornalista Breno Altman – que, diga-se de passagem, possui ascendência judaica – denuncie o genocídio em curso na Faixa de Gaza.
O pretexto dos sionistas para acusar seus adversários de “antissemitismo” é, no final das contas, o de que denunciar “Israel” seria o mesmo que atentar contra o direito à “autodeterminação” dos “judeus”. Os antissionistas seriam, portanto, comparáveis aos nazistas alemães que assassinaram milhares de judeus nos campos de concentração.
Ora, mas, conforme apontam os judeus ultraortodoxos, a criação do Estado de “Israel” nada tem a ver com a religião judaica. Ainda que tivesse, o argumento da “autodeterminação” seria uma fraude, uma vez que os sionistas defendem não que um povo que vive em um determinado território estabeleça um Estado, como o palestino tem o direito de fazê-lo, mas sim uma ocupação de pessoas que nem viviam na região e que querem se estabelecer pela força no local, promovendo a limpeza étnica de toda uma população.
O fato é que os sionistas se escondem por trás do holocausto judeu, ocorrido no século XX, para encobrir e até mesmo justificar o morticínio que estão provocando na Faixa de Gaza. Uma pessoa que sofreu no Holocausto nunca seria capaz de fazer o que os sionistas estão fazendo na Palestina. Até porque quem promoveu o Holocausto não foram os árabes, mas justamente aqueles que apoiam hoje o Estado de “Israel”.
Os responsáveis por administrar a entidade sionista são criminosos iguais a Adolf Hitler. Os fundadores do Estado de “Israel” não vieram dos campos de concentração. Foram fascistas como Ben Gurion, Ariel Sharon e Goda Meir, que, ainda que vivessem na Europa em um período em que judeus eram perseguidos, nunca foram vítimas de nenhum pogrom. São figuras que vieram para a Palestina com o objetivo de formar milícias fascistas que expulsaram, ao longo de 75 anos, milhões de palestinos de suas terras.
Vale lembrar, inclusive, que uma dessas milícias, a Betar, que posteriormente daria origem ao Likud, partido que hoje governa “Israel”, não era, digamos, muito “bem vista” pelos judeus que verdadeiramente viveram o Holocausto e lutaram contra ele. Em alguns países, os judeus que participaram da resistência contra o fascismo e contra o nazismo fuzilaram os integrantes do Betar por serem colaboracionista desses regimes criminosos.





