Nos últimos dias, tem ganhado destaque nos jornais as barbaridades praticadas pelas Forças de Ocupação de “Israel” contra a população civil de Khan Yunis. Em um único dia, mais de 50 pessoas foram mortas. Centenas foram “deslocadas” da cidades, em cenas que muito lembram a Nakba, a catástrofe palestina. Aos arredores do Hospital Nasser, vários corpos foram enterrados, uma vez que os civis temem serem bombardeados no trajeto até o cemitério.
Apesar de todo o cenário de brutalidade, as coisas não andam bem para “Israel”. A imprensa sionista e o próprio governo sionista tiveram de admitir que o dia 22 de janeiro foi o pior dos últimos três meses, no que diz respeito às baixas militares. As mortes de civis, neste sentido, são a expressão não da força do Exército de “Israel”, mas de sua incapacidade de levar adiante uma batalha de campo contra os militantes do Hamas.
As batalhas em Khan Yunis já são o resultado de uma mudança na estratégia de “Israel”, que antes estava atacando o norte da Faixa de Gaza. Para o comandante Robinson Farinazzo, essa decisão de migrar do norte para o sul mostra apenas que “eles estão perdidos”.
“Eles mudam toda hora a estratégia”, afirmou o analista militar em sua participação no programa Análise Internacional, transmitido pelo Diário Causa Operária e pelo canal Arte da Guerra. “Outra coisa, tem um grupo de analistas, há uma tendência entre os analistas militares, e eu formo com eles, de que setores do governo egípcio estão abastecendo o Hamas com suprimentos, armas, munições, etc., ali na fronteira de Gaza. Eu não duvido disso. Não tenho prova nenhuma. É uma tendência apenas. Mas eu acredito que isso é possível. Eu acho que o exército Israel entrou num beco sem saída”.
A situação internacional de “Israel” piora a cada dia. Na mesma semana em que as forças repressivas tiveram um recorde de baixas, familiares de reféns invadiram o Parlamento, revelando a crise social no interior de “Israel”. O governo de Benjamin Netanyahu é cada vez mais contestado por seus cidadãos. Recentemente, o jornal sionista Haaretz afirmou que a sociedade israelense estaria a caminho de uma guerra civil.
“É o Vietnã de Israel”, cravou Farinazzo.



