A Europa já estava tendo uma gigantesca crise de petróleo e gás natural logo após o início do conflito entre imperialismo/Ucrânia e Rússia. A situação se acirrou ainda mais depois do dia 7 de outubro quando o movimento de resistência Hamas deu início a operação Dilúvio de Al Aqsa contra o Estado fictício de “Israel”.
Para apoiar o povo palestino contra o genocídio que está em marcha na Faixa de Gaza orquestrado pelos soldados israelenses, os rebeldes do grupo alinhado com o Irã, que controla o norte do Iémen e a sua costa ocidental lançaram uma onda de ataques a navios no Mar Vermelho. Essa semana, por exemplo, dois navios petroleiros norte-americanos foram atacados pelos iemenitas.
De acordo com o Jornal Al Jazeera, “a atividade Houthi tem-se concentrado até agora no estreito de Bab Al-Mandeb, que liga o Golfo de Aden ao Mar Vermelho. Aproximadamente 50 navios navegam pelo estreito todos os dias, indo e voltando do Canal de Suez – uma artéria central para o comércio global.” Os Houthis estão tentando barrar todos os navios na região, que tem uma ligação com “Israel”, para forçar um cessar-fogo e permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Algumas das maiores companhias marítimas do mundo suspenderam o trânsito na região, forçando os navios a navegar ao redor do Cabo da Boa Esperança, na África Austral. A rota mais longa aumentou as taxas de frete devido aos custos mais elevados de combustível, tripulação e seguro. O imperialismo já em crise terá que enfrentar mais esse episódio, nesse momento quem está sendo mais afetado são os países europeus.
Para a Agência de notícias Reuters, Viktor Katona, analista-chefe de petróleo da Kpler afirma que “O Brent (qualidade do petróleo) é o contrato futuro mais impactado quando se trata de interrupções no Mar Vermelho/Canal de Suez”. Para Katona, sem dúvida quem mais irá sofrer esse impacto serão as refinarias europeias. Ainda de acordo com Al Jazeera, o volume de petróleo que vai do Oriente Médio para o Europa caiu quase pela metade.
“O prêmio do contrato de primeiro mês do Brent em relação ao contrato de seis meses LCOc1-LCOc7 subiu para até US$ 2,15 por barril na sexta-feira, o maior desde o início de novembro. Essa estrutura, chamada de retrocesso, indica uma percepção de oferta mais restrita para pronta entrega.” noticiou a Al Jazeera.
Com o início da Guerra na Ucrânia e sanções norte-americanas contra a Rússia, a Europa foi forçada a estreitar o comércio de petróleo Brent com o Oriente Médio, região que fornece cerca de um terço do petróleo Brent mundial. A Europa está recebendo um volume muito reduzido. Cerca de 570 mil barris por dia (bpd) em dezembro, ante 1,07 milhão de bpd em outubro, mostraram dados da Kpler.
A Europa também recebe petróleo africano sem ter que passar pelo canal de Suez, no entanto a China e Índia têm estreitado seu comércio de petróleo com a África o que tem causado uma certa escassez para os europeus. Por outro lado a Rússia ultrapassou a Arábia Saudita e se tornou o maior fornecedor de petróleo bruto para os chineses. A Rússia enviou um recorde de 107,02 milhões de toneladas métricas de petróleo bruto para a China no ano passado, o equivalente a 2,14 milhões de barris por dia
Se essa crise do petróleo continuar podemos considerar mais uma vitória da resistência armada palestina contra o imperialismo. O aumento dos preços dos combustíveis em vários países do mundo pode levar a derrubada de governos e mobilizações populares em todo o planeta, o que forçaria ainda mais o imperialismo por um fim ao extermínio na Faixa de Gaza.





