Há 155 anos nascia Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, mais conhecido como Euclides da Cunha. Nascido em 20 de janeiro de 1866, na cidade de Cantagalo, Rio de Janeiro, foi um escritor, jornalista e professor brasileiro. Em 1885, com 19 anos, ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha. Por afrontar o Ministro da Guerra do Império, foi expulso da Academia. Em 1889 segue para São Paulo e publica no jornal O Estado de São Paulo, uma série de artigos de caráter progressista que muitos tentam esconder até hoje.
Em sua principal obra, Os Sertões, publicada em 1902, considerado o primeiro livro-reportagem do Brasil retratando a Guerra de Canudos, ocorrida no interior da Bahia, onde o escritor foi enviado como correspondente ao Sertão da Bahia, para cobrir a guerra. Ali ele denuncia a miséria e a repressão na República Velha.
No livro, Euclides mostra uma prosa científica e artística, rompendo com romancistas. Uma obra extensa, pré-modernista, de caráter crítico e sociopolítico que se destaca na literatura. Ao ler se percebe realmente o sofrimento e a luta do povo de Canudos, escrita de forma conflituosa, torturada e angustiada.
Além de sua contribuição literária, Euclides da Cunha foi um importante jornalista, colaborando com diversos periódicos da época. Sua atuação como cronista e analista político proporcionou-lhe uma visão crítica da sociedade brasileira.
Euclides da Cunha faleceu tragicamente em 1909, aos 43 anos, vítima de um crime passional. Sua obra, no entanto, perdura como um legado significativo para a compreensão da cultura e da realidade brasileira, influenciando gerações de estudiosos, escritores e pensadores. A figura de Euclides da Cunha é lembrada como um dos grandes intelectuais do Brasil, cujo trabalho continua a inspirar reflexões sobre a identidade e os desafios do País.