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Confederação Israelita

Fora Conib do Brasil!

Órgão vem atuando no Brasil para intimidar os que denunciam os crimes de 'Israel'

De acordo com o portal Poder 360, na próxima semana, várias autoridades brasileiras viajarão a “Israel” a convite de duas entidades com atuação no País: a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Stand With Us Brasil. Entre as autoridades, estariam o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), cinco juízes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e um magistrado do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro (TRF-RJ).

Embora não tenha confirmado a participação das autoridades, a Conib admite que convidou magistrados para visitarem “Israel”. Em nota, a confederação afirma que:

“A viagem de magistrados a Israel para conhecerem in loco a situação no país depois dos ataques terroristas de 7/10 é uma iniciativa da Conib e da StandWithUs Brasil, de caráter privado e custeada integralmente pelas duas entidades. A Conib e a StandWithUs realizam viagens como essa periodicamente, para promover um melhor entendimento da realidade na região. Já levamos nesse programa dezenas de personalidades de vários setores do Brasil.”

A operação, que, ao que tudo indica, deveria ocorrer sob sigilo, foi vista como um escândalo por várias organizações e figuras públicas. Ao tomar ciência do convite, Ahmed Shehada, presidente do Ibraspal – Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), publicou uma carta aberta aos magistrados brasileiros.

“Circularam notícias e vimos o documento de convite dirigido aos Ministros do Supremo Tribunal Federal e aos juízes do Superior Tribunal de Justiça para visitar Israel”, afirma a carta. “Os convites foram emitidos pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e pela StandWhitUs Brasil.”

Segundo a Ibraspal, “essas duas instituições não apenas praticam a apologia de crimes, glorificam os crimes da ocupação israelense, mas também são conhecidos por espalhar notícias falsas e ódio contra o povo palestino, e por apoiar todas as violações e atos terroristas cometidos por Israel e justificá-los, incluindo ocupação, assassinato, prisão, tortura, limpeza étnica, genocídio e até perseguição de quem critica o terrorismo sionista, que é condenado por cerca de 160 países das Nações Unidas“.

A carta termina exigindo que os juízes não aceitem o convite, que servirá como um “disfarce para encobrir os diversos crimes, e descartamos que Vossa Excelência aceite este papel“.

Conforme revelado pela própria Conib na nota, essa não é a primeira vez em que a Confederação organiza eventos para atrair autoridades brasileiras. A Confederação é, portanto, uma organização voltada para aquilo que é tipicamente conhecido como lobby. De acordo com o Dicionário Aulete, lobby é definido como:

1. Grupo de pessoas cuja profissão é influenciar as decisões de outras, esp. do poder público

2. A atividade desse grupo

É possível, portanto, considerar não apenas a atividade da Conib de lobby, como caracterizar o próprio grupo como lobby.

O lobby não é propriamente um crime no Brasil. Em novembro de 2022, inclusive, foi aprovado na Câmara dos Deputados uma lei para regulamentação da atividade. No entanto, pelas suas próprias características, o lobby é um tipo de atividade em que constantemente se pratica a pressão sobre pessoas, instituições, órgãos públicos etc. Afinal, o lobby é exercido por encontros a portas fechadas, viagens – muitas vezes para outros países – e trocas de “presentes” e homenagens. Trata-se, afinal, de uma forma de tornar oficial – e, portanto, aparentemente “legítimo” – um encontro de um representante do Estado com um determinado grupo social – que, via de regra, representa um setor da burguesia.

E que grupo a Conib, por sua vez, representa? Segundo o próprio sítio da Conib, este é “o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira”. Trata-se, portanto, de uma entidade que visa representar não os interesses do Estado de “Israel”, mas sim os interesses de todos os judeus do Brasil. Israelita, neste sentido, faz referência não ao nascido em “Israel”, mas sim ao passado mítico ao qual os israelenses atribuem aos judeus.

A Conib seria a representante, portanto, de uma comunidade de pouco mais de 120 mil brasileiros (cerca de 0,6% da população). No entanto, essa representação não vai além do próprio fato de que a Conib se autoproclama a confederação dos judeus no Brasil. Não há, por exemplo, uma votação entre a comunidade judaica que eleja os seus representantes na Conib. Neste sentido, não é possível aferir quantos judeus efetivamente se sentem representados pela confederação.

Seu funcionamento é, portanto, semelhante ao de uma Organização Não Governamental (ONG), conforme os dizeres encontrados no próprio sítio da Conib: “associação sem fins lucrativos, atua amparada por princípios como paz, democracia, combate à intolerância e ao terrorismo, justiça social e diálogo inter-religioso“. É, portanto, uma entidade com atuação política, uma empresa que, embora diga não ter fins lucrativos, tem objetivos políticos bem definidos. Esses objetivos, contudo, assim como em uma ONG, são definidos pelo grupo que controla a Conib, e não pela comunidade que diz representar.

Não é porque uma ONG alegue defender os interesses de uma determinada favela que ela expressa, necessariamente, os interesses dos moradores dessa comunidade. Da mesma forma, não é porque a Confederação Israelita do Brasil se diz representante da comunidade judaica que ela seja, efetivamente, uma ponte entre as demandas da comunidade judaica e o Estado brasileiro.

Na qualidade de “representação e coordenação da comunidade judaica”, a Conib, por exemplo, se reuniu com a Polícia Federal, em novembro de 2023. Segundo texto publicado pela própria Confederação, “os diretores da Conib Andrea Vainer e Octávio Aronis visitaram nesta quarta-feira (22) o Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e outras violações de direitos humanos da Polícia Federal em Brasília. A reunião foi presidida pelo Delegado de Polícia Federal Nilton Carvalho e acompanhada pelos agentes Caio e Gabriel. Foram discutidas possíveis iniciativas conjuntas para combate ao discurso de ódio no Brasil“.

O que chamou ainda mais a atenção, neste caso, é que, semanas antes, a Polícia Federal havia prendido três pessoas sob acusação de estarem ligadas ao partido libanês Hesbolá, apresentado pela grande imprensa como organização “terrorista”. Pouco depois, o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netanyahu, revelou que a operação da Polícia Federal havia sido coordenada pelo Mossad, serviço de inteligência israelense.

A alegação de que o encontro com a Polícia Federal tinha como objetivo o “combate ao discurso de ódio no Brasil” também merece atenção devido ao fato de que essa alegação está sendo utilizada para processar pessoas de origem judaica no Brasil. O jornalista Breno Altman, do Partido dos Trabalhadores (PT), já foi obrigado, em três momentos distintos, a apagar publicações de suas redes sociais porque criticava o Estado de “Israel”. E ele não é o único: há vários judeus que são a favor do fim do Estado sionista. Em Nova Iorque, o grupo de judeus “Não em nosso nome”, por exemplo, vem ganhando notoriedade por fazer críticas semelhantes às que Breno Altman faz.

Por causa de uma das ações movidas pela Conib, Breno Altman hoje está sendo investigado pela Polícia Federal.

Os processos contra Breno Altman causaram tanto desconforto dentro do Partido dos Trabalhadores que a sua presidenta nacional, Gleisi Hoffmann, teve de se pronunciar. Na ocasião, ela afirmou:

“Altman é perseguido pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), que age em nome daquele governo em nosso país.”

A fala de Gleisi Hoffmann foi rechaçada por vários veículos da direita nacional, incluindo articulistas do jornal O Globo.

O que a presidenta do PT falou, contudo, é fato. Embora não tenham aparecido provas de que o Mossad controla diretamente a entidade, como apareceu no caso da Polícia Federal, não há como negar que a Conib atua no Brasil contra os interesses dos brasileiros. Não é possível, nem mesmo, afirmar que ela aja em nome da “comunidade judaica”: os únicos interessados em censurar jornalistas que falem a verdade sobre “Israel” é, obviamente, o próprio Estado de “Israel” e os seus aliados. Merece destaque também o fato de que, se a Conib é capaz de promover viagens para “Israel”, ela tem, naturalmente, ligações com este Estado.

A Conib não age em nome dos brasileiros. Não age tampouco em nome da comunidade judaica. Em nome do que, portanto, se reúne com magistrados, processa jornalistas, se encontra com a Polícia Federal e ainda critica publicamente o presidente da República? No fim das contas, trata-se de uma entidade que está pedindo a prisão de brasileiros para satisfazer os interesses de um outro país. Um país que está, neste momento, promovendo um genocídio na Faixa de Gaza.

Organizações como a Conib, que agem a partir de interesses estrangeiros para tentar influenciar na política nacional, não devem ser toleradas. São, inclusive, proibidas. Fora a Conib do Brasil!

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