Na última segunda-feira (15), o Irã lançou mísseis balísticos tanto contra o território da Síria quanto do Iraque. Segundo suas forças armadas, a Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), os alvos dos ataques foram “a sede de grupos terroristas na região”, que seriam aliados do Estado de “Israel”.
A IRGC declarou posteriormente que o alvo no Iraque era “uma das principais sedes do Mossad na região do Curdistão” daquele país. Disse ainda que o local era “o centro para o desenvolvimento de operações de espionagem e planejamento de operações terroristas na região, especialmente contra o Irã”.
Àqueles que poderiam duvidar das alegações, elas foram confirmadas pelo próprio imperialismo.
Em um ato falho, John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump, publicou em sua conta no X (antigo Twitter) que o governo Biden “precisaria acordar”, pois o Irã admitiu ter atacado uma base israelense no Iraque. Em outras palavras, John Bolton admitiu que as bases atacadas pela Guarda Revolucionária Iraniana eram de fato israelenses, isto é, que as milícias curdas no Iraque estão agindo a serviço dos EUA e de “Israel”.
Para refrescar a memória do leitor, a propaganda a respeito de tais milícias é que elas estariam lutando pela liberdade do povo curdo, contra as “ditaduras” do Irã, do Iraque e da Síria. Contudo, com a admissão do ex-assessor de Trump, a realidade é que estão a serviço de “Israel” e do imperialismo.
Veja abaixo a publicação de Bolton:
The Biden administration needs to wake up. As I outline in @thehill, Tehran is the aggressor in a regional conflict much larger than Israel-Hamas. Iran has now admitted for the first time since Oct. 7 that it directly attacked an Israeli facility in Iraq. https://t.co/w3NVktgm9m https://t.co/VdLuRdsLZR
— John Bolton (@AmbJohnBolton) January 17, 2024
Além disto, um magnata do ramo do petróleo que foi morto pelo ataque Iraniano à dita base israelense em Erbil, no Iraque, era um agente de suma importância do Mossad (agência de espionagem sionista) no país. Assim noticiou a agência de notícias Press TV:
“À meia-noite de segunda-feira, o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica do Irão (IRGC) lançou uma barragem de mísseis contra um centro de espionagem da agência de espionagem israelita Mossad, no Curdistão iraquiano, destruindo-o completamente.
Entre os mortos na operação estava Peshraw Majid Agha Dizayee, um magnata do petróleo multimilionário curdo que partilhava laços estreitos com a Mossad e fez fortuna com a exportação ilegal de petróleo iraquiano para o regime de Tel Aviv.
A presença de Dizayee e dos seus cúmplices no complexo de espionagem de Erbil sugeria que uma reunião de grande importância estava em curso no momento do ataque, segundo uma fonte de segurança informada.
[…]
Dizayee chefiou o conglomerado Falcon Group, com interesses comerciais em segurança, petróleo, gás, construção e agricultura […] Curiosamente, o website da empresa diz que estão “satisfeitos por fornecer serviços de segurança a muitas empresas petrolíferas internacionais”, apontando para as ligações profundas do fundador no aparelho de segurança e inteligência do Curdistão iraquiano, que o aproximaram da Mossad.”
Para fundamentar sua matéria, a agência de notícias publicou foto de Dizayee junto de Elan Nissim, um recrutador para o Mossad no Curdistão Iraquiano (onde Erbil está localizada):
Na foto, também está presente Hussein Yazdanpanah, Secretário Geral do Partido pela Liberdade do Curdistão, um partido iraquiano que possui um braço armado, que atuou também ao lado do imperialismo na guerra que este impulsionou na Síria contra o governo Bashar Al-Assad.
Assim, vê-se que a crise do imperialismo é tamanha que até mesmo o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos de Donald Trump acaba fazendo revelações que não deveria. Um dos pontos positivos da polarização – isto é, o acirramento da luta de classes: põe às claras a realidade das forças políticas em luta.





