Nesta quarta-feira (17), o novo Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou Mário Luiz Sarrubbo como o novo titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). A oficialização da nomeação ocorre nessa sexta-feira, dia (19), com a posse marcada para o dia 1º de fevereiro.
Se as declarações de Lewandowski já não bastassem, a nomeação confirma que o novo Ministro da Justiça dará continuidade à política repressiva de Flávio Dino contra o povo brasileiro.
Aliás, não só dará continuidade, mas irá aprofundar a repressão.
Com Lewandowski na função de Ministro da Justiça, e Sarrubbo à Frente da Senasp, o governo Lula tende a ser ainda mais repressivo com o povo brasileiro, um erro gravíssimo.
Afinal, Mário Luiz Sarrubbo foi membro do Ministério Público de São Paulo desde 1989.
O Ministério Público, como o povo sabe, é o órgão estatal que acusa o povo de cometer crimes, submetendo-o ao julgamento do Poder Judiciário. Ou seja, promotores e procuradores (uma espécie de promoção na carreira do MP) estão entre os principais agentes da repressão.
E Sarrubbo não só foi promotor e procurador. Mas chegou inclusive a ser procurador-geral do estado de São Paulo. Exatamente! O cargo máximo desse órgão do aparato de repressão do principal estado do País.
Contudo, a situação é mais grave do que parece. Pois Sarrubbo foi nomeado procurador-geral no ano de 2020. E, a nomeação para o cargo é feita pelo governador do estado. E quem era o governador de São Paulo à época? Ninguém menos que João Dória, um político profundamente direitista, da ala mais próxima do bolsonarismo dentro do PSDB. Sim, Mário Luiz Sarrubbo assumiu o posto máximo do Ministério Público de São Paulo, este órgão repressivo, com as bençãos de João Dória.
A escolha de Sarrubbo para liderar o aparato repressivo não foi um raio em céu azul. Segundo matéria publicada no jornal Estadão, o ex-procurador tem todo um histórico de atuação repressiva como servidor do Ministério Público. Antes de se tornar procurador-geral, foi Subprocurador-Geral de Políticas Criminais na Procuradoria de Justiça Criminal. Citando o jornal da imprensa burguesa, “durante sua gestão em tal área, foram realizadas cerca de 500 operações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e apreendidas mais de 100 toneladas de drogas. No Gaeco, Sarrubbo implementou a política da Tríplice Vertente de combate às organizações criminosas, que tem como diretriz o enfrentamento aos três pilares básicos das organizações: o crime organizado, a lavagem de dinheiro e a corrupção de agentes públicos”.
Resumindo, Lewandowski nomeou como Secretário Nacional de Segurança Pública alguém que se utiliza da histeria da segurança pública e do combate ao crime organizado para fortalecer o aparato repressivo do Estado burguês e aumentar a repressão contra o povo. Justamente uma das políticas que está sendo utilizado pelos Estados Unidos para estabelecer uma ditadura no Brasil.
Para além disto, vale citar que Sarrubbo foi contra a decisão de Dias Toffoli que anulou o acordo de leniência da Odebrecht, que havia sido feito no âmbito da Lava Jato, por coação do imperialismo. Segundo noticiou o próprio sítio do Ministério Público de São Paulo, Sarrubbo chegou mesmo a protocolar um recurso contra a decisão de Toffoli:
“Nesta quarta-feira (20/9), o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, interpôs Agravo Regimental com o objetivo de reverter decisão monocrática do ministro Dias Toffoli, que havia anulado todas as provas do acordo de leniência da empreiteira Odebrecht utilizadas nas acusações e nas condenações resultantes da Operação Lava Jato.”
E o que isto significa? Um lavajatista dentro do Ministério da Justiça, à frente da Senasp, órgão responsável por coordenar a política nacional de “segurança pública”, isto é, de repressão contra o povo brasileiro.
Aos poucos, através de erros cumulativos, em especial nas questões referentes às liberdades democráticas da população, o governo Lula vai contribuindo para que a burguesia (brasileira e imperialista) faça do regime político brasileiro uma ditadura.