Os acordos de Argel, assinados no dia 19 de janeiro de 1981, representaram um capítulo importante da Revolução Iraniana que depôs o fantoche dos norte-americanos no Irã, o xá Mohamed Reza Pahlavi.
Em meio aos eventos que resultaram na deposição do xá, indignados com o fato de que o xá deposto acabara de ser recebido na cidade de Nova Iorque para tratamento médico, um grupo de cerca de 500 estudantes islâmicos conseguiram invadir a embaixada norte-americana em Teerã em 4 de novembro de 1979 e mantiveram por volta de 65 funcionários da embaixada e do corpo diplomático como prisioneiros.
Os Estados Unidos iniciaram, então, uma série de apelações pela devolução dos reféns, incluindo uma fracassada missão de resgate, a operação Eagle Claw, que acabou resultando na destruição de duas aeronaves e na morte de oito militares norte-americanos.
O líder da revolução iraniana e líder político e religioso do Irã, Aiatolá Khomeini, manteve-se firme na absoluta rejeição aos apelos e exigências vindas dos norte-americanos.
Cerca de duas semanas após a tomada dos prisioneiros, Khomeini aceitou fazer uma pequena concessão para libertar o que considerou que eram “minorias oprimidas pelo Estado norte-americano” e libertou, dentre os reféns, mulheres e negros, restando em poder do Irã 52 prisioneiros.
Incapaz de solucionar a crise, o então presidente Jimmy Carter, passou a ser visto pelos norte-americanos como o culpado inclusive pela morte dos oito militares responsáveis pela fracassada missão de resgate e terminou por perder as eleições presidenciais para o republicano Ronald Reagan.
Empossado como o 40º presidente norte-americano, Ronald Reagan, com a assistência e intermediação dos argelinos, iniciou uma série de negociações com os iranianos, as quais culminaram com a assinatura dos acordos de Argel.
Os 52 reféns foram libertos e os Estados Unidos liberaram cerca de 8 bilhões dos ativos iranianos que haviam sido congelados pelo governo norte-americano em represália à deposição do xá.