Nessa terça-feira, 16 de janeiro, o Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica, também chamado de Guarda Revolucionária Iraniana, assumiu a autoria de uma série de ataques em territórios da Síria e do Iraque. Segundo a Guarda Revolucionária, os ataques, realizados com mísseis balísticos, visavam “a sede de grupos terroristas na região”, que seriam aliados do Estado de “Israel”.
Em uma declaração posterior, a Guarda Revolucionária confirmou que tinha como alvo “uma das principais sedes do Mossad na região do Curdistão do Iraque”. A Guarda Revolucionária ainda explicou que a sede era “o centro para o desenvolvimento de operações de espionagem e planejamento de operações terroristas na região, especialmente contra o Irã”.
Ao menos oito explosões foram ouvidas em Erbil, a capital do Curdistão. Quatro altos funcionários do Mossad foram mortos e outras seis pessoas se encontram feridas. Segundo correspondentes do portal de notícias árabe Al Mayadeen, o Ministério das Relações Exteriores iraquiano teria confirmado a morte de um importante empresário curdo-israelense chamado Peshraw Dizayee, proprietário da empresa Falcon Security Services. Dizayee teria desempenhado um papel significativo na facilitação das relações comerciais, especialmente no setor de petróleo, entre “Israel” e algumas entidades na região do Curdistão do Iraque.
As pessoas atingidas em Erbil teriam se encontrado em uma reunião entre oficiais do Mossad e alguns líderes de facções separatistas no Irã que prestam serviços de segurança a “Israel” e países hostis ao Irã. Essas reuniões serviram para planejar maneiras de minar a segurança iraniana, tanto internamente, quanto em um sentido mais amplo.
Os ataques desferidos pelo Irã são uma resposta aos ataques recentes de “Israel” contra autoridades – militares e civis – do país persa. No dia 3 de janeiro, durante o aniversário do martírio do general Qassem Soleimani, mais de uma centena de pessoas foram mortas pelo Estado Islâmico, que, segundo denúncias, estaria agindo sob ordens do Mossad.
O ataque do Estado Islâmico, embora tenha sido o mais impactante, não foi o único realizado por “Israel” contra o Irã no último período. No dia 25 de dezembro, o comandante militar Seyyed Razi Mousavi, da Guarda Revolucionária, foi assassinado por “Israel” em Damasco, na Síria. O comandante iraniano foi martirizado depois que a ocupação israelense lançou três mísseis em sua localização nos subúrbios da capital síria.
Mousavi era um dos comandantes mais antigos da Síria, tendo sido uma pessoa próxima a Soleimani. Durante a procissão fúnebre de Mousavi, o Comandante-em-Chefe do Corpo da Guarda da Revolução Islâmica (IRGC), Hossein Salami, declarou que o comandante martirizado era “o principal pilar da Resistência na região, já que os frutos de seu trabalho são hoje visíveis na Síria, no Líbano, e na Palestina”.
“A ocupação israelense”, disse também Salami, “conheceu muito bem o mártir Mousavi – talvez mais do que nós – porque recebeu vários golpes pesados dele”. “Não ficaremos ociosos em relação à morte e ao martírio de nossos compatriotas; nossa vingança será severa e severa, e não será nada menos do que pôr fim à entidade israelense”, finalizou o comandante iraniano.
No mesmo dia em que o Irã abateu os agentes do Mossad, o país também atingiu uma nova marca no que diz respeito a sua capacidade de lançamento de mísseis balísticos. De acordo com a própria televisão israelense, os mísseis da Guarda Revolucionária que atingiram o noroeste da Síria teriam alcançado uma distância de 1.200 km. De acordo com o Al Mayadeen, este seria “um evento sem precedentes”.
A reação iraniana, ainda que tenha tardado quase um mês, mostra que o país persa não está intimidado com os ataques de “Israel”. Pelo contrário: na medida em que o enclave imperialista se vê cada vez mais pressionado pela opinião pública mundial e se vê mais incapaz de derrotar militarmente os militantes do Hamas, ele tem tentado, desesperadamente, arrastar o Irã para o conflito, na esperança de que, assim, os Estados Unidos viesse em seu socorro.
O Irã, em vez reagir de maneira apressada às iniciativas de “Israel”, vem agindo com frieza, demonstrando estar no controle da situação. O país persa, que é o grande articulador e financiador do Eixo da Resistência, que inclui o Hamas, a Jiade Islâmica, o Hesbolá, os Hutis e as milícias xiitas no Iraque e na Síria, segue fornecendo seu apoio decisivo aos combatentes que estão levando as forças armadas israelenses à ruína, ao mesmo tempo em que reage com firmeza e cautela às provocações.





