Em janeiro de 1979, a Revolução Iraniana atingia seu auge: a classe operária estava mobilizada em todo o país, a monarquia ultra reacionária, apoiada pelo imperialismo e que tinha sido estabelecida pelo golpe de 1953, organizado pela CIA, estava prestes a cair. No dia 16 de janeiro, o monarca do Irã, o Xá Reza Pahlavi, fugiu do país para o Egito. Foi a última vez que o Xá pisou na Pérsia. Em 1º de fevereiro, o Aiatolá Khomeini voltava do exílio de 14 anos, ele se tornaria o principal dirigente da revolução.
A dinastia Pahlavi não era antiga, já era fruto da intervenção imperialista no Oriente Médio. Ela governou o Irã a partir de 1925, começando com Reza Pahlavi pai. Seu filho, Mohamed Reza Pahlavi, assumiu o trono em 1941. No entanto, o pós-guerra deu origem ao movimento nacionalista do Irã que teve como figura chave o primeiro-ministro Mossadegh. Ele foi o premiê do Irã de 1951 a 1953 e liderou esforços para nacionalizar a indústria de petróleo do país, que estava sob controle estrangeiro.
Em 1953, a CIA e o MI6 britânico organizaram o golpe para derrubar Mossadegh e impor uma ditadura que teria como cabeça o próprio Xá. Seriam 26 anos de uma das ditaduras mais brutais da história. O Irã, tendo a maior classe operária do Oriente Médio, teve um regime muito semelhante ao das ditaduras militares fascistas na América Latina, por anos foi a capital internacional da tortura. A polícia secreta, Savak, é famosa por sua brutalidade.
Foi na conjuntura revolucionária do final da década de 1970 que aconteceria um dos eventos mais importantes do Oriente Médio: a Revolução Iraniana. A classe operária tomou as ruas em um movimento fulminante, mas sem uma direção. A ditadura da monarquia, no entanto, estava com seus dias contados. Quem assumiu a dianteira do movimento foram os clérigos xiitas, antigos opositores do governo.
Em meio à revolução, o Xá fugiu, temendo perder a cabeça. Foi proclamada a República Islâmica do Irã, a Persia (Irã), pela primeira vez desde o século VI A.C., se tornara uma república. Passados 45 anos dessa revolução, o Irã segue sendo um dos maiores entreves para a dominação do imperialismo não só no Oriente Médio, mas em todo o mundo.