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Partido da Causa Operária

Uma campanha sórdida contra o PCO: a serviço do que?

No momento em que o Partido leva adiante luta em defesa do povo palestino, é confrontado com acusações grotescas

Recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), utilizou seu perfil nas redes sociais para reproduzir um trecho da fala de Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), em sua participação semana no programa Entrevista com Attuch, da TV 247. No trecho em questão, Rui Pimenta afirma que:

“[Bolsonaro] não é uma instituição, é uma pessoa. Então, o problema do Bolsonaro é o mesmo problema do Trump, é uma pessoa que tem cacife político para ganhar uma eleição presidencial. Por exemplo, se você tiver que derrotar o Lula, o único candidato que teria condições seria o Bolsonaro. Isso mostra o tamanho e a importância do Bolsonaro. Ele está sendo perseguido por isso, não é por golpe de Estado, nada…”

A declaração foi suficiente para que alguns articulistas com espaço em imprensas consideradas “progressistas” abrissem fogo contra o Partido. Um deles é o senhor Francisco Fernandes Ladeira, cujo artigo PCO e a extrema direita foi publicado em GGN e A terra é redonda.

O grande argumentado de Ladeira é o de que a caracterização que Rui Pimenta faz de que Bolsonaro seria uma figura perseguida pelo regime político brasileiro não passaria de uma “estratégia discursiva do PCO para atrair o público de extrema direita”. Segundo Ladeira, o PCO seria, portanto, um partido sem programa, nem princípios, mas sim uma espécie de agência de publicidade interessada exclusivamente em angariar recursos de apoiadores de Jair Bolsonaro.

O que Ladeira esqueceu de explicar, no entanto, é porque que o PCO, que viveria das receitas oriundas de apoiadores da extrema direita, é hoje o partido mais perseguido pelo bolsonarismo. Para citar um único fato, recentemente, 27 deputados bolsonaristas pediram a prisão de João Jorge Caproni Pimenta, membro da direção nacional do Partido. Esse caso, que é apenas um dos muitos indícios de que há uma ampla campanha de perseguição ao Partido, será tratado com mais detalhes futuramente.

Voltemos, então, aos argumentos do senhor Ladeira. Ele nos explica que “o PCO não prioriza as vitórias eleitorais de seus quadros, pois não são raras as candidaturas indeferidas (por motivos banais, como falta de documentos) ou entrega de materiais de campanha para os candidatos somente após os processos eleitorais”. Aqui, nosso detrator se denuncia: para ele, o PCO não seria um partido porque, ao contrário de legendas como o PSDB, o União Brasil ou o MDB, seu objetivo não é eleger pessoas a qualquer custo. O PCO não participa das eleições para que seus membros conquistem cargos públicos mentindo para o povo. Isso é admitido pelo próprio Ladeira: “’Não entramos nas eleições para vencer, mas para denunciá-las’, diz um dos mantras dos candidatos do PCO. Pura cortina de fumaça para esconder as reais intenções do partido.

O partido que faz das eleições uma tribuna de seu programa revolucionário seria, para Ladeira, uma organização suspeita Para ele, a propaganda do PCO, que, por exemplo, fez do centro de sua campanha eleitoral de 2020 a campanha por Lula presidente, quando nem mesmo o PT o fazia, é necessariamente algo suspeito! O que não parece nada suspeito para o senhor Ladeira, por exemplo, é que um partido como o PSOL se diga socialista, mas, em nome de um cargo na Câmara dos Deputados, se alia a nomes como Marina Silva.

O partido revolucionário “suspeito”, que se preocupa mais com o seu programa que eleger um vereador, só poderia, segundo as conclusões de Ladeira, ser uma “empresa”. “Diante disso, não é por acaso que boa parte dos discursos do PCO se alinham às bandeiras bolsonaristas (cujos adeptos atuam bastante nas redes sociais)”, diz o articulista.

Francisco Ladeira vai além e nos explica que “caso se tratasse de uma empresa, não haveria problema algum em empregar parentes, mas o PCO é um partido político que, como tal, recebe recursos públicos (Fundo Eleitoral). Portanto, as contas do partido, em boa medida pagas por todos nós, são de interesse nacional”.

Trata-se, no mínimo, de uma distorção, se não uma mentira contada de má fé. O PCO não recebe o chamado Fundo Partidário, que é o recurso milionário destinado aos grandes partidos do regime. O único recurso público que o PCO recebe é o referido Fundo Eleitoral, um valor pago a cada dois anos, que devem ser gastos exclusivamente com a campanha eleitoral. Não há relação alguma entre a propaganda que o Partido faz nas redes sociais, por exemplo, e o Fundo Eleitoral.

O que chama mais a atenção disso tudo é que Ladeira diz que as contas do PCO “são de interesse nacional”. Quantos artigos Ladeira já fez questionando as contas do União Brasil? Qual investigação jornalística nosso detrator fez sobre as contas de Guilherme Boulos, que, em 2020, gastou, com gastos advocatícios, R$300 mil reais, sendo o valor R$50 mil mais do que todos os 143 candidatos e 40 diretórios do PCO juntos na mesma eleição. As contas do PCO não são de “interesse nacional”, mas sim da polícia, do Ministério Público e de todos os inimigos da esquerda e dos trabalhadores. As suspeitas infundadas de Ladeira servem apenas para aumentar a intervenção do Estado no funcionamento dos partidos.

Como a tese de que o PCO é sustentado pelo Fundo Eleitoral é uma farsa, Francisco Ladeira afirma também que, “além do Fundo Eleitoral, o PCO obtém recursos financeiros por meio de rifas virtuais, financiamentos coletivos, superchats em canal do YouTube e nas vendas de jornais impressos, revistas e outros produtos em sua loja virtual”. Que rifas são essas que o PCO vende? Ao que se sabe, a única “rifa” que pode ser associada ao PCO é a ação entre amigos, promovida pelos comitês de luta, que são apoiados pelo PCO. E qual é o prêmio da ação entre amigos? Uma viagem para Cuba! Sem dúvidas, de grande interesse para os bolsonaristas!

Chegamos, então, à grande conclusão de Ladeira: “para os propósitos do PCO, ‘consumidores’ e ‘engajamento digital’ são mais importantes do que ‘eleitores’ e ‘votos'”. Por que haveria uma contradição entre uma coisa e outra? Isto é, por que o PCO teria um amplo público de “consumidores”, mas não um grande eleitorado?

Não há nada na tese de Ladeira que se sustente. É, portanto, uma campanha ridícula, uma tentativa de acusar o PCO de ser “bolsonarista”, para que o Partido seja, assim, hostilizado por setores da esquerda brasileira. A grande questão que fica é: a serviço do que estaria o senhor Ladeira?

Embora parta de uma fala de Jair Bolsonaro, a questão não está diretamente relacionada com o ex-presidente. Na verdade, Ladeira escolheu uma péssima hora para acusar o PCO de “bolsonarismo”, o que só torna ainda mais suspeito o seu interesse em atacar o Partido.

Como já foi introduzido acima, o PCO é hoje o partido mais perseguido pelos bolsonaristas. Atacar o PCO neste momento é, isso sim, aliar-se ao bolsonarismo. Afinal, o PCO é o partido que mais está envolvido na luta do povo palestino, sem qualquer margem para dúvida. Atacá-lo neste momento é, na verdade, uma canalhice.

É ridículo acusar o PCO de estar a reboque da extrema direita quando o Partido é o único que imprimiu centenas de milhares de cartazes, panfletos e adesivos em apoio aos palestinos. O PCO é o único, inclusive, que defende, abertamente, a resistência armada palestina. E é justamente por isso que está sendo perseguido pelos sionistas – isto é, pelos bolsonaristas. É por isso que seus militantes estão sofrendo ameaça de morte, que dois de seus dirigentes estão sendo processados por Deltan Dallagnol e que a direita está pedindo a cassação do registro do Partido.

Trata-se de uma campanha sórdida. PCO e bolsonarismo não têm absolutamente nada em comum. O PCO foi, inclusive, o primeiro partido a levantar a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”, ainda em 2018, e permaneceu defendendo sozinho esta palavra de ordem até o ano de 2020. O PCO, em inúmeras vezes, já se enfrentou fisicamente com os bolsonaristas. E, neste momento, o PCO é a expressão da luta contra o sionismo, que, no Brasil, é o mesmo que o bolsonarismo.

O que há em comum entre todos aqueles que atacam hoje o PCO é a sua simpatia com a política de “frente ampla”. São figuras como Francisco Ladeira, que tem voz em portais ligados ao PSDB, e Alberto Cantalice, da ala direita do PT.

O PCO está sendo atacado porque é uma séria ameaçada, pela esquerda, a esse tipo de política. Em 2021, por exemplo, o PCO foi o maior obstáculo à tentativa de todo um setor da direita nacional de transformar os atos “Fora Bolsonaro” em atos da “terceira via” – isto é, da direita “tradicional”, como PSDB. Militantes do PCO chegaram, inclusive, a se enfrentar com o PSDB, quando setores da esquerda os convidaram para as manifestações.

A política de submissão ao PSDB, por sua vez, não apenas uma questão de tática eleitoral de setores da esquerda. Muito pelo contrário: é um plano que vem da burguesia. Neste momento, diante da crise em que se encontra o regime político, que praticamente levou os partidos mais alinhados ao imperialismo à ruína, um problema central na situação política está em, por parte da burguesia, reconstruir o chamado “centro político”.

Pela direita, o plano consistiria em tornar Jair Bolsonaro inelegível e procurar um acordo com uma figura do bolsonarismo que seja mais fácil de manter sob controle. Trata-se, ainda assim, de uma manobra arriscada, uma vez que o bolsonarismo conta com uma ampla base social.

Pela esquerda, o plano seria semelhante. Consistiria em forjar uma “terceira via” que seria apoiada pelo PT e pelo conjunto da esquerda. O que só seria possível removendo dois obstáculos: o próprio Lula, que está sendo pressionado a todo instante para aderir a uma política de colaboração com a direita, e o PCO.

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