No presente artigo, vamos dar continuidade à entrevista realizada por este Diário com Assad Frangieh.
O tema abordado nesta parte da entrevista foi mais relacionado ao funcionamento e estrutura da imprensa, tradução e os conflitos do sistema financeiro do imperialismo com o conflito aberto. Confira:
“A tradução, o pé da letra, ela dá muitos outros sentidos. E ela é complicada. Tanto que no meu trabalho de intérprete com os ministros, eu sempre avisava, você quer que eu interpreto o que vai acontecer ou você quer que traduza o pé da letra? Todos eles falam, não, Assad, eu sei que é muito difícil. O pé da letra pode dar de sentidos diferentes. E você tem que ter pausas. Então eu não consigo fazer uma tradução do pé da letra.
Em dar o significado daquela tradução. Então tem muitas coisas que o cara fala, fala, fala, fala, fala, aí você vai lá e reduz em duas palavras ao estilo brasileiro. É, mas era isso a intenção que ele estava falando. Se eu for traduzir ao pé da leira, vocês não entendem. E cada pé da letra tem que explicar dez vezes mais do que isso. Então, na tradução, é isso. A segunda coisa que a tradução simultânea permite fazer é que ela antecipa as notícias em mais ou menos 6 a 12 horas, porque todas as notícias de lá são publicadas instantaneamente, até traduzida. Ela passa pelo fisco, pelo fisco da agência France Press, da Reuters, da BBC, são todos dos Estados Unidos, da Fox, da CNN já mastigada para ser implantada a fazer a lavagem de cabeça. E nós no Brasil não temos nenhum ganho de órgão para fazer isso. A Folha de São Paulo, muito fraca. O Orival Santana tem um direcionamento. A Globo tem um Guga Chacra. Eu conheço o Guga. O Guga pessoalmente é outro Guga da TV. Ele tenta minimizar os fatos por convicção, mas é impossível ele também poder falar tudo que ele pensa, porque os caras põem ele na rua no dia seguinte. Guga tem uma grande simpatia pelos palestinos, né? Na guerra contra a Gaza, o Globo tirou ele de Gaza, ele cobria a guerra de Gaza em 2006, levou ele para os Estados Unidos e aí ele ficou lá como diretor internacional. Não por falta de gente nos Estados Unidos, mas porque ele era muito influenciado pelos acontecimentos do Líbano e do Oriente Médio. Aí eles levaram para os Estados Unidos para ficar influenciado pelos pensadores judeus que tem lá. Esse Hugo Achogas, eu conheço bem. Eu sou da geração que conversa com o pai dele. Eu já tive um atrito com ele, um dia eu comentei, você não pode ser assim. Aí ele ficou chateado, quem é você para me dar sermão, falou pra mim, olha, Assad, desculpa, mas o Guga não é assim, ele é muito mais, ele tem muito mais sentimentos árabes do que ele fala na Globo, mas a Globo não é uma estrutura dele ou do pai dele, ele tá ali pra falar, aí você não tem mais ninguém. Todos os outros que estão na Globo são idiotas, idiotas em alto nível.
Agora, a fala deles hoje é bem criticada porque tem uma mídia social, o Thiago Vilela, o Breno Altman, o Nasser. Dentro do grupo da gente tem muita gente boa pra falar. O Lejane que se considera orientalista. Eu acho que eu tenho um projeto de tentar fazer uma versão do Al Mayadeen em português. Eu já tive um contato com eles, dois contatos eles pediram pra conversar depois da guerra de Gaza a respeito desse tema, porque o Al Mayadeen tem um grande apoio em Cuba e Venezuela, estrutura física, então fica para eles fácil fazer a linguagem em espanhol, mas o Brasil é um grande elemento para mídia internacional e a mídia ela vive também de promoção e Al Mayadeen quer promover o Irã. Então o Irã fazendo o acordo do Irã nos Estados Unidos, o Irã vai entrar em peso aqui no Brasil.
Você vê, o Brasil não vende açúcar, o Irã, porque está dentro das sanções das Nações Unidas. Cara de pau, né? O Irã não consome álcool, só consome açúcar. Então, você vê um acordo entre o Irã e o Irã não vai melhorar as fazendas brasileiras de uma forma enorme. O Irã tem uma série de software de petróleo, porque o petróleo no Irã era explorado muito antes do Brasil. Então isso não acabou, continua sendo desenvolvido. O Irã tem uma coisa muito importante que é a fabricação de remédio, tanto que há grandes desculpas de não estar nuclear para o Irã não está nas armas nucleares, está na fabricação de remédios. O dia que o Irã tiver todo a complexidade da medicina nuclear, ele vai começar a fazer remédios perfeitamente. Eu vou te dar um exemplo para você entender como funciona.
Se você inventa um remédio, você dá para uma pessoa, você tem que acompanhar ela seis meses para ver os sintomas e saber o que aconteceu com o remédio, onde foi, parou. Se você tem medicina nuclear, você dá o remédio, no dia seguinte você sabe onde foi parar o remédio e o que apresentou de melhor. Então você consegue desenvolver uma melhora no remédio no intervalo de um dia quando você tem a medicina nuclear na mão. Imagina quando você tem que ficar seis meses estudando, pesquisando e no final você nem sabe onde foi parar o remédio. Por isso que a medicina nuclear aplicada na medicação vai fazer do Irã um dos países mais fortes na fabricação de remédios. Como eles vão vender a preço baixo, então isso vai bater toda a Europa, todos os Estados Unidos e toda a Austrália, que é o grande inimigo na fabricação de remédios, que fica do outro lado do mundo.
Então essa parte de tradução é uma parte que você tem que fazer em forma de interpretação. Eu não sou profissional nisso, mas até hoje, quando me entregam um texto escrito, até o Google te ajuda um pouquinho, já faz, mas depois tem que corrigir, colocar ele tudo certo, mas a velocidade da tradução melhorou. Tem muitos desses que está acontecendo simultaneamente em inglês e francês, eles são bons, mas eles não se aperfeiçoam, igual o Google, antes era uma porcaria, onde depois de 10 anos o Google quase é perfeito e essa inteligência artificial está melhorando.
Aquela matéria do Economist, por exemplo, que eles tiraram é desesperadora. Quem você acha que são as maiores seguradoras do mundo? American, todas as holandesas são de americano, a Grimm, todo judeu, judeu, judeu. E o que os caras devem estar dizendo? Ah, pra p*** que pariu, vocês fizeram uma guerra, não sabem o que fazer, agora eu não vou ganhar dinheiro, eu não vou mandar os navios, porque se aumentar o preço para que eles dessem a volta, eles não querem mais fazer o transporte, vai dar uma inflação, vai dar atraso de mercadoria.
Não é se consegue uma solução. Tem dois tipos de judeus. Tem um judeu americano que gosta de dinheiro, quer dominar o mundo. E tem um judeu de Israel que vieram para subir nas costas dos judeus americanos e eles não aceitam. Sabe um cara inimigo dos judeus? E é o próprio judeu, o dono do Visacard, o conjunto, o grupo que cuidava. Porque eles queriam por o Visa Card, Visa e o Mastercard no Irã. Imagina colocar em 80 milhões de habitantes, porque eles vão ganhar de dinheiro. Aí, ele vai lá, o Trump, e fala, não quero mais. Elas ficaram, ah, não quer mais? Você quer guerra com eles?
Uma coisa muito importante no Golfo Pérsico, as empresas americanas e com os países árabes, os judeus de Israel vieram expulsar quem? Os americanos. Não tinha uma empresa, pegar uma empresa de informática. Americana, Arábia. A Americana é Saudita. Ah, não queremos mais. O americano sai para entrar. Uma empresa israelense, Saudita.
É isso que é uma normalização. Quem você acha que vai ficar puto da vida? Vai ficar puto o americano. Pô, eu tô dando apoio, tô dando a força. Agora os caras querem me tirar? Como que eles vão me tirar? Eu que vou tirar eles. Por isso que a raiz do problema dentro dos Estados Unidos é muito grande. Você sempre tem que pôr o lado econômico.
E o israelense não quer, é ele, de cima de tudo, mas ele vai pagar por isso. Essa briga Estados Unidos-Israel, por trás dela, além das eleições, são importantes, tem um fundo mais importante que o econômico. Só o fato dos emenitas falarem, fechamos, não passa mais, e nós vamos bombardear. Quer bombardear? Se bombardear, entramos em guerra. Por que eu ganho os Estados Unidos? Por que eu vou entrar em guerra?”