O ato da “Democracia Inabalável” teve ao menos uma boa notícia, um tanto agridoce. O ex-governador do Maranhão, Flávio Dino, deixou de ser oficialmente o Ministro da Justiça, ele agora ocupará uma das 11 cadeiras do Supremo Tribunal Federal. A notícia pode ser encarada de forma relativamente positiva, pois o Ministério da Justiça tem uma cadeira e não 11, o que deixa Dino, no fim, com menos poder de reprimir a população brasileira. Além disso, Dino é só mais um no STF, a troca de Weber por Dino em última instância não mudou nada.
A indicação de Dino para o STF foi possivelmente o maior erro de Lula até o momento, obviamente sua indicação como ministro da justiça foi um dos piores. Em um ano de governo, Dino foi uma espécie de linha de transmissão do bolsonarismo para o governo do PT. O ministro Dino, falando em comunismo, impôs todo o tipo de medida ditatorial e repressora. A sua política para a polícia quase não difere daquela de Sergio Moro, isso ficou bem reconhecido quando eles trocaram carinhos em sua sabatina no Senado.
Flavio Dino era um juiz no Maranhão, é em sua essência um repressor, um homem do aparato de Estado que massacra trabalhadores todos os dias, que mantém quase um milhão de encarcerados no Brasil. Dino é um defensor não só da repressão policial como também da censura, chegou ao cúmulo de censurar um apresentador de podcast por ter sido chamado de “gordola”.
Dino também é o autor do monstruoso pacote da repressão. Dele destaca-se a proposta de redução do acesso da população a armas e munições, bem como a colocação de diversos crimes na categoria de “hediondos”, tornando-os inafiançáveis e o repasse de 1 bilhão para o aparato de repressão policial. O cúmulo é a apreensão de bens e o bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros das pessoas que pratiquem “crimes contra o estado democrático de direito”. Sua mentalidade é de um verdadeiro ditador.
Dino já vai tarde, sua transferência foi guardada para o 8 de janeiro para que assumisse o STF em uma cerimônia macabra. Se Lula cometeu um erro gigantesco, o indicado para a suprema corte, agora poderia ao menos se redimir indicando algum candidato descente para o ministério da justiça. Alguém que ao menos não estivesse em conluio com aqueles que deram o golpe de 2016 na presidenta Dilma e que se tiverem a oportunidade darão o golpe no presidente Lula.