A empresa privada do setor elétrico Enel é um monopólio que controla boa parte do Brasil. Ela é famosa por deixar no escuro com muita frequência a cidade mais rica da América Latina, São Paulo. No entanto, sua devastação chega também no Ceará. No estado do nordeste, quedas constantes de energia são denunciadas por moradores em diversos municípios. As quedas são tão gerais que afetam não só a economia doméstica como também o setor do comércio.
Um dos piores casos é o da cidade de Ereré. A cidade, que fica a 316 km da capital Fortaleza, tem quedas de energia “a cada dez minutos em média”, de acordo com um morador. Isso fica mais perceptível no período da tarde, na noite e na madrugada. Danilo Freire, que mora no município e iniciou um abaixo-assinado contra a empresa, ainda afirmou: “Desde o ano passado a gente sofre com esses problemas aqui em Ereré, depois os municípios de Pereiro, Iracema, Alto Santo e Potiretama passaram pela mesma situação. Os moradores já fizeram vários pedidos de melhorias e denúncias à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”.
Ele continuou: “é angustiante por que nem água em geladeira gela mais, famílias perdem carne e alimentos, comércio tem tido muitos prejuízos, ventilador, ar-condicionado não funciona, computador e equipamentos não têm como ligar nesses horários. E o pior é que é todos os dias isso, sem descanso”. Esse é o resultado das ações da Enel em quase todo o Brasil. A empresa italiana em um dos países com maior matriz energética do mundo não consegue fornecer serviços básicos, enquanto isso tem lucros gigantescos.
Em sua nota oficial, a Enel mantém a mesma polícia cínica que usou no escândalo em São Paulo quando bairros inteiros ficaram sem energia por uma semana. A culpa seria do clima: ‘em relação ao período do réveillon, a Enel Ceará esclarece que as fortes chuvas acompanhadas por descargas atmosféricas e ventos afetaram o fornecimento de energia para parte dos clientes na área de concessão. De imediato, a companhia iniciou manobras de transferência de cargas e reforçou suas equipes em campo para normalizar os clientes. Só para ter uma ideia, foram registrados, em um curto período, mais de 21 mil raios e 22 transformadores queimados, além de 62 postes abalroados. Durante todo o feriado, a companhia trabalhou com um reforço de mais de 600 equipes.”
A burguesia italiana quer que os brasileiros acreditem que uma empresa multinacional de 50 anos, que em 2018 teve o maior lucro do ano apenas atrás da empresa estatal da China, não tem a tecnologia e a capacidade de combater as chuvas. A realidade é, a privatização da energia elétrica sempre termina com serviços como o da Enel. Os trabalhadores se vem refém dos monopólios que os esfola com contas caríssimas e provem algo que mal pode ser considerado um serviço.