No último sábado (6), o Partido da Causa Operária foi convidado a participar de uma solenidade, promovida pela comunidade iraniana no Brasil, em lembrança aos quatro anos do assassinato do general Qasem Soleimani, feito pelo imperialismo de forma covarde com um ataque aéreo a Bagdá, no Iraque, onde Soleimani se encontrava no momento. A solenidade também homenageia os iranianos assassinados pelas bombas do atentado ocorrido na última quarta-feira (3), durante o ato em memória do próprio general Soleimani em Kerman, no Irã.
O evento foi transmitido pela Causa Operária TV e apresentado pelo militante do PCO, o companheiro Henrique Áreas. Durante a atividade, foram feitos uma série de discursos e colocações de pessoas ligadas a essa comunidade e ligadas à luta dos povos do Oriente Médio contra o imperialismo. A luta dos palestinos, por ser uma questão central nesse sentido, foi lembrada a todo momento e a participação do PCO teve grande destaque através do discurso do presidente nacional do Partido, Rui Costa Pimenta.
Discursaram também no evento, Dr. Hossein Gharibi — embaixador da República Islâmica do Irã no Brasil, Claude Fahd Hajjar — Conselheira da Presidência de Federação das Entidades Americano Árabes (Fearab), Thiago Ávila — ativista em defesa dos palestinos, José Reinaldo — jornalista e presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Marcelo Buzzeto — professor e coordenador da Campanha Global pelo Retorno à Palestina e Norian Segatto — diretor de saúde da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Além dos palestrantes, houve também a exibição de filmes produzidos para o evento com os temas “terrorismo”, Palestina, Líbano, Resistência e a própria questão do Irã.
Durante seu discurso, Rui Costa Pimenta destacou a violência do imperialismo, segundo ele, “o imperialismo a época da maior violência entre os seres humanos, de toda a história da humanidade até hoje, inclusive em comparação com os tempos mais bárbaros da história do ser humano”. Relembrando que caso de Soleimani é apenas uma entre milionário número de atrocidades cometidas pelo imperialismo diariamente.
Além disso, ele também destacou a monstruosidade do que ocorre diariamente na Palestina e o quanto isso causa repulsa e indignação no povo brasileiro, segundo ele “o mundo está vendo que o sionismo é uma forma repugnante de fascismo e, como tal, deve ser julgado por toda a humanidade que tem o mínimo de sentimento humano, de compaixão e de inteligência”.
Outro ponto a ser destacado é a tarefa presente de mobilizar todas as organizações populares, partidos de esquerda, com todo o esforço que for possível, para defender e apoiar a luta dos palestinos. Segundo o companheiro Rui “(…) o povo brasileiro sabe que é uma monstruosidade, que aquilo é fascismo, que é uma coisa indigna do ser humano, então nós temos que fazer todo o esforço possível para mobilizar a população brasileira. Essa luta está começando, ela não está no fim, e nós podemos prever, infelizmente, com toda a tranquilidade, que tem muito sangue pela frente. Nós temos que organizar o povo brasileiro, as organizações populares, os sindicatos, os partidos de esquerda, para desenvolver aqui um grande movimento em defesa da Palestina”.
Cerca de 50 pessoas estavam presentes no evento, que ocorreu próximo à Avenida Paulista, em São Paulo. A atividade teve uma grande importância, não só no sentido de homenagear todos os que lutam no Oriente Médio, mas também para estreitar os laços entre o Partido da Causa Operária e os companheiros da comunidade iraniana, tão importantes na mobilização da população para a defesa dos palestinos.
Abaixo, leia na íntegra os discursos do companheiro Rui Costa Pimenta, da representante de Fearab, Claude Fahd Hajjar e do jornalista e presidente do Cebrapaz, Zé Reinaldo:
Discurso de Rui Costa Pimenta
“Boa noite a todos.
É um privilégio ter sido convidado a participar dessa solenidade, que honra a memória do general Soleimani. Infelizmente, o martírio do general, como estamos vendo por tudo que foi dito até agora, é apenas uma gota d’água no oceano de sangue provocado pelo imperialismo, não apenas no Irã, não apenas no Oriente Médio, mas no mundo todo.
A violência do imperialismo é uma coisa extraordinária. É muito impressionante que as pessoas assistam a toda essa violência e a reação, inclusive a psicológica, seja tão pequena. O imperialismo é a época da maior violência entre os seres humanos, de toda a história da humanidade até hoje, inclusive em comparação com os tempos mais bárbaros da história do ser humano.
O que estamos vendo em Gaza é uma coisa indescritível, uma monstruosidade. É difícil, até para mim, que tenho 40 anos de militância, assistir passivamente à destruição da vida de dezenas de milhares de pessoas, entre elas, uma maioria de crianças e mulheres, uma população indefesa que morre através do bombardeio frio de zonas residenciais, sem defesa militar alguma. Nós, aqui, não vimos o que foi a Segunda Guerra Mundial, não vimos pessoalmente a ação do fascismo italiano e alemão, e das democracias imperialistas que deram sua cota de brutalidade e selvageria naquela guerra. Nós tivemos a oportunidade de ver o Vietnã. O que estamos vendo aqui é muito parecido com o Vietnã. Tivemos a oportunidade de ver o Iraque e o que acontece aqui também é muito parecido com o Iraque. Nós vimos o Afeganistão, isso é parecido com o que aconteceu no Afeganistão, vimos o que aconteceu na Síria. Mas o nível de crueldade fria de extermínio de seres humanos indefesos, é uma coisa inédita. O que mostra para todo mundo, e foi dito aqui em algum momento que o mundo acordou para o que está acontecendo lá. O mundo está vendo que o sionismo é uma forma repugnante de fascismo e, como tal, deve ser julgado por toda a humanidade que tem o mínimo de sentimento humano, de compaixão e de inteligência.
Felizmente, toda essa crueldade e monstruosidade, tem uma contrapartida, e a contrapartida está na luta absolutamente heroica que a resistência palestina está levando nesse momento na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. E na luta daqueles, como o Hesbolá no Líbano, os hutis no Iêmen, a resistência iraquiana, a resistência síria, estão levando adiante. Por que isso aqui é uma contrapartida importante? Porque estamos, acredito nisso firmemente, diante de um ponto de inflexão histórica.
Segundo o que foi dito aqui, o legado do general Qasem Soleimani está presente nessa luta. O que está sendo feito aí é obra de pessoas como ele, que lutaram para organizar a luta revolucionária contra o monstro imperialista e sionista. Então, é justo estarmos fazendo essa homenagem, que não é apenas a homenagem a uma pessoa, mas a todos aqueles que lutam. É uma homenagem àqueles que estão sacrificando as suas vidas na Palestina pela liberdade do povo palestino. Acho que, nesse sentido, essa homenagem aqui tem uma importância muito grande.
Aqui foi muito falado do sofrimento incomensurável dos povos árabes. O sofrimento que o imperialismo provocou naquela região do mundo é extraordinário. Não dá para comparar o sofrimento do povo latino-americano nas mãos do imperialismo, e eu digo que esse sofrimento foi gigantesco, mas o que acontece lá é pior. Ali, foi realizada uma das operações mais maléficas que o imperialismo já fez até hoje, que foi de incrustar uma população colonial no centro nevrálgico da junção dos países árabes mais importantes, detentores das maiores jazidas de petróleo para dominar aquela região a ferro, fogo e sangue. Eu tenho a expectativa de que nós estejamos vendo o fim, ou pelo menos o começo do fim dessa situação.
Nós, brasileiros, podemos fazer pouco, perto do que as pessoas que estão lá estão fazendo, nossa contribuição é muito modesta. Mas eu acho que nós temos que fazer o máximo possível dentro das nossas limitações. O Brasil é um país importante, a população é grande, o Brasil tem uma população que olha para essas coisas com horror. A imprensa diz que os brasileiros apoiam “Israel”, mas isso é uma mentira. É uma minoria que apoia o que está acontecendo lá. A maior parte do povo brasileiro está bestificado pelo nível de violência que eles veem lá, e eles não estão vendo, efetivamente, o que está acontecendo porque a grande imprensa capitalista brasileira oculta a realidade, a realidade vai se mostrando através de iniciativas menores. Mas o povo brasileiro sabe que é uma monstruosidade, que aquilo é fascismo, que é uma coisa indigna do ser humano, então nós temos que fazer todo o esforço possível para mobilizar a população brasileira. Essa luta está começando, ela não está no fim, e nós podemos prever, infelizmente, com toda a tranquilidade, que tem muito sangue pela frente. Nós temos que organizar o povo brasileiro, as organizações populares, os sindicatos, os partidos de esquerda, para desenvolver aqui um grande movimento em defesa da Palestina.
As pessoas aqui devem ter visto a notícia de que a mesma tentativa, que foi feita no Brasil de criar um fictício perigo terrorista está sendo feita agora na Argentina. O imperialismo está numa batalha para tentar recuperar a consciência das pessoas através dessas operações de bandeira falsa. Não há nenhum perigo terrorista, de nenhuma natureza, na Argentina. O único perigo que existe lá é o governo argentino. Mas isso daí mostra a importância para a luta dos palestinos de como a população dos países latino-americanos vão reagir. O Brasil é o maior deles, a Argentina é um dos mais importantes. Então, nós temos o dever de defender a luta do povo palestino, mas não apenas a luta em geral do povo palestino, precisamos estar aqui irmanados com as pessoas da Palestina que estão lutando. Temos que defender essa luta, a luta é que é importante. O líder do Hesbolá disse uma coisa muito importante, ele falou que se a resistência palestina não tivesse freado a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, hoje ninguém estaria mais falando de nada disso daí, o que é verdadeiro. A luta é o único caminho da salvação.
Nós brasileiros não estamos lutando pelos palestinos porque nós tivemos aqui nossa cota de monstruosidade do imperialismo. Nós tivemos a ditadura militar brasileira, temos o saque permanente da riqueza nacional. Somos milhões de pessoas na miséria no Brasil por causa do imperialismo. Então, a nossa luta e a luta dos palestinos são uma única e mesma luta. A luta dos trabalhadores brasileiros e do povo palestino é a mesma luta. Por isso, nós temos que nos levantar e temos que ter uma coisa fundamental para essa luta, que é a certeza de que essa luta vai ser vitoriosa, e não num futuro distante, mas a partir do processo político iniciado no dia 7 de outubro. Obrigado”.
Discurso de Claude Fahd Hajjar
“Boa noite, senhoras e senhores,
Neste evento estamos lembrando os 4 anos do martírio do General Qassem Soleimani e Abu Mahdi Al Muhandis.
Podemos hoje dizer aos dois Mártires:
A Escola de Resistência na qual vocês se destacaram está hoje revelando os seus frutos, seja na Resistência na Palestina, no Líbano, no Iraque, na Síria e no Yemen
O novo ano começa com grandes acontecimentos.
O primeiro é a retirada dos soldados reservistas sionistas de Gaza, seja porque Washington assim o exige, seja devido à perda insustentável de vidas e aos ferimentos nas tropas de ocupação.
O segundo é o chocante assassinato do líder do Hamas, Saleh al-Arouri, e de seis outros, em Beirute, no Líbano, em 2 de janeiro.
E exatamente nesta semana em que o Eixo da Resistência relembra o martírio de um dos seus Pilares, o inimigo executou dois covardes atos de terror e conduziu ao martírio 84 pessoas e deixou centenas de feridos na cidade de Kerman, no Irã, aonde estava o Mausoléu do General Qassem Soleimani. Estes ataques visam preencher o vazio deixado pela derrota do exército sionista e seu aliado americano. Assim procedem os derrotados! E eles se autodenominam de “democracias” e pregam a liberdade e querem dar lições ao mundo.
O inimigo ocupante, covarde e impotente, após 90 dias da “Operação Inundação Al Aqsa” na Faixa de Gaza, não conseguiu atingir o menor de seus objetivos nesta batalha. Usando a sua aviação e armas cedidas pelos Estados Unidos e sob a benção da OTAN e de seus parceiros europeus, conseguiu, sim, perpetrar um bárbaro genocídio de mais de 22 mil pessoas, principalmente crianças e mulheres. Destruiu hospitais, escolas, residências, mesquitas e igrejas. Privou a população da faixa de Gaza de água, alimentos, medicamentos. Impediu ajuda humanitária e praticou crimes de lesa humanidade. Mas não conseguiu atingir nenhum dos seus objetivos:
1 — Libertar os reféns
2 — Extinguir e liquidar As Brigadas Al Qassam Al Aqsa, grupo armado do Hamas
3 — Expulsar a população Palestina da Faixa de Gaza para o Sinai e da Cisjordânia para a Jordânia.
Nestes 90 dias vimos aumentar exponencialmente as agressões e usurpações de direitos dos palestinos na Cisjordânia ocupada.
Na fronteira do Sul do Líbano, desde o dia 8/de outubro o Hezbollah iniciou as suas batalhas cirúrgicas de dissuasão e criou uma situação inusitada para a entidade sionista: a presença de mais de 300 mil deslocados internos dentro da Palestina Ocupada.
Os colonos sionistas usurpadores são hoje refugiados!!!
O inimigo ocupante vem sofrendo grandes baixas e prejuízos decorrentes dos fortes ataques na sua fronteira norte.
Mas principalmente, dividiu o seu potencial de fogo em duas frentes, aliviando um pouco a fronteira sul, na Faixa de Gaza.
Na frente do Bab al Mandal no Mar Vermelho, a heróica resistência Iemenita tem mostrado seus êxitos no bloqueio aos navios que se dirigem ou tem alguma ligação com a entidade sionista. Estamos vivenciando a luta dos acessos marítimos e da interrupção do transporte de bens e produtos.
No Iraque e na Síria também temos batalhas e ataques precisos contra as tropas americanas presentes nas bases lá estabelecidas e com grande prejuízo para as forças americanas lá estacionadas.
Estamos vivendo uma nova era que vai demandar um grande esforço e concentração nos nossos objetivos.
O nosso inimigo é forte, mas conseguimos mostrar que ele não é invencível.
Os dois eixos no mundo vão travar grandes batalhas, mas sabemos que nosso destino são as nossas alianças com o Oriente, pois o Ocidente não apenas nos perdeu como parceiros, mas está perdendo a si mesmo pelas escolhas autoritárias e gananciosas com as quais trata Povos e Nações.
Nossa luta é civilizacional.
Estamos certos de que estamos, com o “Eixo da Resistência” e as suas alianças no mundo, dentro do marco do Direito Internacional, do lado do bem e em busca de nossa força, da nossa perseverança, da nossa soberania e pela paz e prosperidade de nossos povos.
Estamos em luta e em guerra, pois precisamos cavar a unha o nosso espaço dentro de um mundo que quer tomar tudo que é nosso, desde Sykes Picot. Quer tomar toda a Palestina Histórica, e territórios do Líbano, da Síria, do Iraque e da Jordânia, assim como do Egito. Nossa população precisa acordar, e saber que chegou a hora de reverter esta equação a nosso favor, já passou da hora!
Pela Palestina Histórica Laica, Livre e soberana!
Lutaremos com dignidade para honrar o rio de sangue dos nossos Mártires e para conquistar a Paz dos Bravos!”
Discurso de Zé Reinaldo
Palavras de José Reinaldo Carvalho, presidente do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz) no ato realizado dia 6 de janeiro, em São Paulo, para homenagear o General Qassem Soleimani no 4º aniversário de seu martírio, em condenação ao atentado terrorista em Kerman, sul do Irã, ao povo palestino e ao povo do Líbano:
“Agradeço em nome do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz) o honroso convite a participar deste ato Saúdo o Sheik Hossein, e por seu intermédio todas as lideranças religiosas, representantes de partidos políticos, movimentos sociais e intelectuais presentes.
Em nome do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), expresso as mais sentidas condolências aos familiares, amigos do General Qassem Soleimani, ao povo iraniano, ao governo e ao presidente da República Islâmica do Irã, Ebrahim Raisi, e ao Líder Supremo do Irã, Sayed Ali Khamenei, no transcurso do quarto ano desde o vil assassinato daquele grande Político e Comandante Militar. O General Qassem Soleimani é um Mártir glorioso do povo iraniano e de todos os patriotas que no Irã e em outros países estão comprometidos com a Resistência e a luta pela libertação nacional e pelo fim do sionismo israelense e o imperialismo estadunidense.
O atentado que tirou a vida do General Qassem Soleimani foi um crime bárbaro do governo dos Estados Unidos, principal inimigo da humanidade. Foi um ato de lesa-humanidade, uma grave violação do direito internacional e do direito internacional humanitário.
O martírio do General Qassem Soleimani não foi em vão. Sua vida foi um exemplo de heroísmo a serviço de sua Pátria e da Humanidade. Seu exemplo é imperecível e permanecerá eternamente como fonte de inspiração para todos os que lutam no mundo pela independência nacional e a justiça. Sua glória será eterna.
Condenamos também veementemente o atentado terrorista em Kerman, no sul do Irã, que resultou em centenas de vítimas civis, entre mortos e feridos. Expressamos nossas sentidas condolências.
A ofensiva política e militar dos sionistas israelenses se afigura cada vez mais como uma guerra sem fim contra toda a região do Oriente Médio. Os agressores de Tel Aviv têm por foco principal o povo palestino e não se detêm diante dos piores crimes de lesa-humanidade visando a perpetuar a ocupação, o que, segundo os estados maiores israelenses, pressupõe a limpeza étnica, o genocídio, o extermínio de boa parte da população palestina e sua redução a meros aldeamentos sob controle seu controle total.
Quando Benjamin Netanyahu anunciou em 7 de outubro que o Oriente Médio nunca mais seria o mesmo, não se referia exclusivamente ao propósito de exterminar o movimento patriótico da Resistência, o Hamas, mas manifestava o desiderato dos colonialistas ocupantes independentemente da facção política a que pertencem. Refiro-me a essas facções para deixar claro que considero uma fraude ideológica e uma falsidade para com os fatos a referência que alguns fazem em ambientes de debates políticos e sociais à existência de um “sionismo democrático” ou de “esquerda”. O sionismo é uma ideologia e um movimento racista, supremacista, defensor da ocupação, da guerra e do genocídio.
O Oriente Médio se tornou palco de uma acirrada luta politica em decorrência da oupação sionista da Palestina, o que só é possível com a hegemonia completa sionista na região. No atual momento estratégico, além do genocídio na Palestina, Israel está prioritariamente focado em encurralar o Irã, visando a uma agressão futura, e no enfrentamento ao Eixo da Resistência. A situação de momento aponta para a tentativa de Israel de expandir os seus crimes a todo o Oriente Médio, mostrando-se cada vez mais decidido a guerrear contra as forças da Resistência, o que ficou demonstrado com o atentado de 2 de janeiro em que Israel assassinou Saleh al-Arouri, que ocupava o segundo cargo de maior responsabilidade no Birô Político do Hamas, em Beirute, no Líbano. Al Arouri era figura relevante da Resistência patriótica, com papel destacado na luta de libertação nacional do povo palestino. Ele era um destacado comandante militar, um dos principais organizadores das Brigadas de Al-Qassam, braço militar do Hamas.
Israel deu demonstrações de que está em plena ofensiva contra as forças da Resistência em territórios além-Palestina também, com o ataque aéreo na localidade de Seyeda Zainab, ao sul de Damasco, onde Seyed Razi Mousavi, um dos principais conselheiros e comandante sênior do Corpo de Guardiães da República Islâmica do Irã, o pilar central de apoio ao Eixo, foi assassinado, um crime que se soma a outros dois assassinatos de membros da mesma organização militar, Mohamadali Atai Shoorche e Panah Taqizade, martirizados enquanto cumpriam missão de assessoria na frente de batalha da Resistência na Síria em 2 de dezembro passado. Também faz parte da ofensiva imperialista o ataque dos Estados Unidos em Bagdá contra forças da Resistência em 26 de dezembro último.
Os sionistas israelenses cometem diuturnamente crimes de lesa-humanidade contra o povo palestino. O exército agressor, decidido a levar adiante o genocídio e o extermínio da população em Gaza, bombardeia hospitais, escolas, igrejas, mesquitas, mercados, residências, praças, vielas, instalações da ONU e da imprensa. Está evidente quem são os terroristas. Em tais condições, são totalmente desprovidas de sentido afirmações de intelectuais, parlamentares e lideranças de partidos e movimentos sociais, estabelecendo equivalência entre as ações violentas de Israel e a luta armada do povo palestino, protagonizada na Faixa de Gaza pelo Movimento de Resistência Islâmica Hamas.
Por razões históricas já exaustivamente explicadas e justificadas, a luta do povo palestino por libertação nacional e por um Estado plenamente independente e soberano é legítima. Os crimes de Israel mais uma vez evidenciam que os palestinos têm direito a reagir por todos os meios a seu alcance, entre eles a resistência armada.
Nesse quadro em que é evidente a prática do genocídio por parte de Israel, é inevitável que surjam novas “Tormentas de Al-Aqsa”, novas “Intifadas” não só para enfrentar as forças genocidas que já assassinaram mais de 22 mil palestinos, sem contar os mais de 7 mil desaparecidos sob os escombros, mas igualmente para rechaçar os contínuos ataques às forças da Resistência no Líbano, Síria, Iraque e Iêmen.
O embate entre as forças da Resistência, embate patriótico e anti-imperialista contra o Estado sionista de Israel, instrumento dos Estados Unidos, que por seu turno, atua como cúmplice dos crimes de Israel, é uma das frentes de luta mais importantes dentre todos os embates do mundo hoje.
Especialmente as forças progressistas e de esquerda devem intensificar a solidariedade com o povo palestino e todos os povos que no Oriente Médio lutam contra a opressão nacional e não se deixar enganar pelas aparências nem alimentar ilusões.
Há também avaliações apressadas e falsas sobre o desenrolar dos acontecimentos. Fazem o cálculo errado de que Israel venceu o “conflito”. Ledo engano, há muitas evidências em sentido contrário: a reiteração pelos carniceiros de Tel Aviv de que o “conflito” será uma “guerra prolongada”, a retirada tática de tropas, decorrente do número elevado das perdas entre as forças agressoras, a proclamação de uma sanha assassina relacionada com a caçada a líderes da Resistência mundo afora, o que por óbvio vai confrontar a usina de crimes do Mossad com governos estrangeiros, o fracasso das operações para eliminar a liderança do Hamas em Gaza, a corrosão da imagem de Israel no mundo e a crise política interna do regime israelense.
Não basta derramar sangue inocente, semear destruição e morte para ganhar uma guerra contra um povo decidido a resistir e vencer. Paciência histórica, pertinácia e perspicácia é o que não falta aos povo palestino, aos povos árabes irmãos e ao povo iraniano.
Os palestinos são calejados no enfrentamento ao inimigo sionista. Estão decididos a responder à guerra prolongada de ocupação com uma guerra popular prolongada de libertação nacional. Os sionistas e imperialistas serão derrotados. A Palestina vencerá!”