A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) declarou que o reajuste de preços de mensalidades das escolas que atendem o público B, C e D terá um reajuste entre 7,5% e 12,5%. Isso afetará cerca de 15 milhões e meio de alunos no Brasil, 8,5 milhões destes na educação básica. Os motivos alegados para o reajuste são: folha de pagamento de funcionários; aluguel de imóvel – caso a escola não tenha prédio próprio -; contratos de prestadores de serviços; investimento em novas tecnologias; entre outros.
O que a FENEP não explica é porque com a inflação anual em 2023, de 4,72%, todos esses reajustes chegam ao absurdo de três vezes o valor desta. A verdade é que o setor da educação privada é cada vez mais dominado por monopólios, fator determinante para os preços das mensalidades. Cabe ressaltar que é improvável que isso se reverta em aumentos de 12,5% de salários para os professores e demais funcionários das escolas.
Outro fator interessante é que a recuperação do setor desde a pandemia da COVID-19 ainda não foi efetivada. A estimativa é que apenas nesse ano de 2024 se volte ao número de alunos matriculados que existia em 2019. O crescimento esperado é de em torno de 3%. O aumento no número de matriculados também deveria facilitar as contas, pois aumenta o fluxo geral de mensalidades para as escolas.
No fim, não é possível confiar no setor privado da educação, assim como o da saúde. Os monopólios controlam ambos esses importantíssimos setores da economia que englobam dezenas de milhões de pessoas. Seu objetivo é substituir o setor estatal e abocanhar lucros com serviços essenciais para a população brasileira. Por isso, é preciso defender a educação 100% estatal, o fim do ensino privado.