Na cidade de Castilho, no bairro Beira Rio, a Companhia Energética de São Paulo está despejando um casal de idosos que trabalham com uma olaria. Valdemar Lobo de Almeida, 72, e Célia Carvalho Almeida, 71, trabalharam no local por 39 anos. Além disso, o casal afirma que não recebeu a indenização proposta pela empresa nos anos 99/2000, com os reajustes o valor já alcançaria 20 milhões.
O TJSP deu ganho de causa para a CESP e determinou o cumprimento da sentença. Após tentativas de recurso, o despejo foi deliberado no dia 19/12/2023 e publicado no Diário Oficial do Estado. No entanto, o advogado afirma que ainda há recursos que podem impedir a sentença. A CESP, no ano 2000, ordenou a retirada do casal devido à elevação do rio Paraná e assim ofereceu uma indenização de 124 mil reais, seguindo uma política que estava sendo feita com outros donos de imoveis despejados.
O oleiro Valdemar ainda conseguiu elevar a proposta para 151 mil reais. Na hora de pagar, a CESP apresentou o valor antigo e a transação não aconteceu. Na semana seguinte as indenizações cessaram e o casal ficou preso nesse limbo. Valdemar afirma que foi em 2005 para a prefeitura e descobriu que constava no sistema que havia recebido o pagamento. E, além disso, que a CESP depois passou a alegar que ele invadiu o terreno.
A CESP, por sua vez, afirma que a área do Sr. Valdemar é um imóvel desapropriado para a formação da bacia de acumulação da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sergio Motta e que o local está em Área de Preservação Permanente. Esse seria o motivo que o Judiciário determinou o despejo. Entretanto, ela não explica porque não se dispõe a pagar a indenização para o casal de idosos.
O problema específico do casal Almeida poderia ser resolvido facilmente com uma indenização. Mas o problema geral da moradia só pode ser resolvido com o fim do latifúndio e da especulação imobiliária.