Líder do Hesbolá

‘Se Gaza caísse nos primeiros dias, ninguém lembraria deles’

Em seu discurso no dia 3 de janeiro, líder do Hesbolá tratou da necessidade da luta armada

Em seu discurso nesta quarta-feira, dia 3 de janeiro, o líder do Hezbollah (Partido de Deus), Hassan Nasralá, tratou de vários pontos, entre estes, a necessidade e a eficiência da luta armada. O trecho em que trata do assunto é verdadeiramente espetacular, servindo como lição a todos os oprimidos em sua fala nas homenagens a Qasem Soleimani, ex-comandante da unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, assassinado pelos Estados Unidos.

Nasralá inicia esse trecho do discurso afirmando que “Tudo o que existe em termos de leis internacionais não é capaz de proteger nenhum povo. Ninguém, inclusive os libaneses”. Essa concepção em si supera de longe as ilusões pequeno-burguesas sobre o direito internacional, revelando que o nacionalismo árabe contemporâneo, forjado na luta contra “Israel”, é muito mais radical que os “bem pensantes” que se dizem “revolucionários”.

A afirmação de Nasralá é mais concreta e próxima do marxismo que a maioria das avaliações políticas da esquerda. A história demonstra isso, como apontado mais à frente pelo líder do Hesbolá: “vejam o que está acontecendo em Gaza!”.

E o armamento?

O líder muçulmano segue, então, afirmando acertadamente: “e ainda tem gente que pede que a comunidade internacional proteja o Líbano, pede para o Hesbolá entregar as armas,” colocando a questão da luta armada mais abertamente. No trecho seguinte, ele denuncia o pacifismo desarmamentista: “isso aqui não é uma questão de discussão de opiniões. Isso só entristece e escurece a visão e os corações”.

Quando falamos que política é a violência organizada, estejamos certos que o único critério respeitado nesse jogo é a força. Se a política diverge da violência natural, é porque essa é concretizada coletivamente por meio dos interesses coletivos, mas, em última instância, na correlação de ambos, a força é o elemento decisivo.

Essa máxima na política é apontada por Nasralá no seguinte trecho: “a experiência em Gaza mostra que, se você for fraco, ninguém te protege, ninguém te defende e ninguém chora por você. Se você for fraco, ninguém vai te defender, ninguém vai chorar por você”.

“É sua força, é sua arma, é sua presença, é seu combate. Se você for forte, você é respeitado no mundo”, completa Nasralá.

Exemplo para o mundo

Próximo ao término do seu discurso, Nasralá ainda trouxe o exemplo do povo palestino: “apesar de todo o cerco a Gaza, toda a injustiça em Gaza, se Gaza tivesse caído nos primeiros dias, ninguém estaria lembrando deles”. Outra avaliação corretíssima de Nasralá: se nesta últimas décadas o povo palestino tivesse titubeado em sua luta, a ocupação sionista com expulsão dos árabes seria pacifica e os crimes de “Israel” não seriam segue considerados.

“Esta força que eles tiveram, todo o combate de homens, mulheres, crianças, toda a demonstração de força foi o que fez a opinião pública mudar”, continua acertadamente Nasralá. Os crimes de Israel só se tornaram públicos em razão da luta do povo palestino. Sem essa luta, a imprensa imperialistas contaria apenas a sua história de mentiras, sem qualquer objeção.

Sete décadas

O acerto desta avaliação do Hassan Nasralá é demonstrada pela história recente da região da Palestina. Há 75 anos, mais de sete décadas, os povos da região da Palestina sofrem com a ocupação sionistas. Face à opressão do imperialismo, não foram defendidos por nenhuma governo da região, nem mesmo aqueles governos que historicamente eram do mesmo povo árabe. É um fato demonstrado: se eles não se defenderem, ninguém mais o fará.

A comunidade internacional, seja países ou organizações, não fizeram nada de objetivo contra a ocupação sionista. O máximo proposto foi a “Solução de dois Estados”. A comunidade internacional não realizou nada em defesa dos palestinos massacrados, atacados em seus direitos básicos. Suas ações, como o reconhecimento do Estado de Israel, no geral, beneficiaram no mínimo indiretamente a ofensiva imperialista por meio do sionismo.

A comunidade internacional confirmou na prática que as Convenções de Genebra podem ser rasgadas se uma das partes não puder se defender perante o imperialismo. “Israel” conseguiu quebrar todas as quatro convenções sem contestação da comunidade internacional. 

Armas em punho

Historicamente, todos os grupos armados que entregaram suas armas sofreram com essa ação. Todas as forças que optaram em algum momento por essa política pagaram um preço alto, quando não foram extintas.

Na história recente, temos os exemplos de Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN), Vingadores do Delta do Níger (NDA, da sigla em inglês) e Exército Republicano Irlandês (IRA, da sigla em inglês). Nas palavras do ex-negociador da paz pelas Farc, Iván Márquez: “depor as armas foi um grande erro”.

Operação Dilúvio al-Aqsa, um acerto histórico

Assim como as ações de sequestro da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), que imortalizaram Leila Khaled e trouxeram à tona a questão palestina nas décadas de 60 e 70, a Operação Dilúvio al-Aqsa foi um grande acerto do Hamas, da Jiade Islâmica, da Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP), da FPLP, e dos demais combatentes palestinos. Foi essa ação que mudou o rumo da situação, expondo a campanha da imprensa imperialista.

Se hoje a opinião pública mundial reconhece os crimes sionistas e e apoia sua revolta, essa mudança favorável aos palestinos se deu em razão da Operação Dilúvio al-Aqsa. É a luta do povo palestino que angaria o apoio dos demais povos oprimidos e lhe enche o espirito com esperança contra o beligerante imperialismo.

Todo o mérito na questão da Palestina, pertence à resistência armada desse povo. Se hoje o sionismo enfrenta uma crise histórica, pondo em questão a existência do enclave imperialista de “Israel”, é por merecimento da resistência armada na Palestina.

São os combatentes desse povo massacrado pelo imperialismo, com recursos limitados de uma economia atrasada, que está abalando todo o sistema da dominação econômica mundial. Hamas, Jiade Islâmica, Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP), Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), parabéns pelo trabalho! Como colocado pelo líder do Hesbolá, foi sua força que fez z diferença, vocês são um exemplo de luta aos oprimidos do mundo.

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