Limpeza étnica na Palestina

Ministros de ‘Israel’ defendem abertamente expulsão de palestinos

As declarações contradizem a de André Lajst, que disse que "Israel" "não visa ocupar a Faixa de Gaza ou forçar um deslocamento permanente da população civil local"

Na última segunda-feira, 1º de janeiro, o ministro das Finanças de “Israel”, Bezalel Smotrich, defendeu abertamente a limpeza étnica do povo palestino – isto é, a expulsão do povo de suas terras de origem, o saque de suas propriedades e a extinção de toda sua memória nacional e cultural.

Segundo o sionista:

“se houver 100 mil ou 200 mil árabes (em Gaza), em vez de dois milhões, tudo seria diferente (na relação entre Israel e o território palestino) […]”.

Deixando claro que o interesse do sionismo é expulsar para que “Israel” domine todo o território, e para que ele seja destinado tão somente para os judeus sionistas, Smotrich justificou seu raciocínio declarando que:

“para controlar militarmente o território ao longo do tempo, também é necessário ter uma presença civil”.

E complementou, afirmando que:

“a maior parte da sociedade israelense dirá: ‘por que não? É um lugar lindo, vamos fazer o deserto florescer”.

No mesmo sentido, o sionista Itamar Ben Gvir, ministro israelense da Segurança Nacional, igualmente defendeu a limpeza étnica da Palestina, defendendo a expulsão massiva dos palestinos. Veja, abaixo, a declaração, que foi publicada em sua conta do X (antigo Twitter):

“Os Estados Unidos são o nosso melhor amigo, mas, acima de tudo, faremos o que for melhor para o Estado de Israel. A emigração de centenas de milhares de pessoas de Gaza permitirá que os residentes [israelenses] voltem para suas casas”.

Diante dessas declarações, que causaram ainda mais revolta aos palestinos, árabes e muçulmanos em geral, aprofundando a crise de “Israel” e do imperialismo no Oriente Médio, até mesmo o Departamento de Estado norte-americano teve de se pronunciar oficialmente, condenando as declarações dos referidos ministros. Veja abaixo a nota publicada na página oficial do órgão governamental dos EUA:

“Os Estados Unidos rejeitam as recentes declarações dos ministros israelitas Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir que defendem o reassentamento de palestinos fora de Gaza. Esta retórica é inflamatória e irresponsável. O Governo de Israel, incluindo o Primeiro-Ministro, disse-nos repetida e consistentemente que tais declarações não refletem a política do governo israelita. Eles deveriam parar imediatamente.

Temos sido claros, consistentes e inequívocos ao afirmar que Gaza é terra palestina e continuará a ser terra palestiniana, com o Hamas já não a controlar o seu futuro e sem grupos terroristas capazes de ameaçar Israel. É esse o futuro que procuramos, no interesse dos israelitas e dos palestinos, da região circundante e do mundo”.

As declarações dos ministros, embora escatológicas, são importantes, pois são esclarecedoras. À medida que a crise de “Israel” se aprofunda, torna-se cada vez mais difícil esconder a real natureza do sionismo. Seus elementos mais fascistas, isto é, os mais fieis ao sionismo, são os primeiros a relevar referida natureza. O sionismo é uma doutrina política racista, afinal, desde o início teve como proposta erigir um Estado exclusivamente judeu sobre a Palestina, território de população árabe. De forma que os palestinos teriam que ser expulsos, ou, na “melhor” das hipóteses seriam considerados seres sub humanos, da mesma forma como ocorreu com os negros na África do Sul, na época do regime de apartheid.

Assim, é oportuno trazer à tona novamente recentes declarações de André Lajst, que, em sua página do X (antigo Twitter) disse coisas como: “Israel não visa ocupar a Faixa de Gaza ou forçar um deslocamento permanente da população civil local. Tampouco realizar um genocídio ou fazer uma limpeza étnica” e “O único objetivo do país é, trabalhando com parceiros globais – inclusive aliados árabes -, criar um futuro de paz, segurança e coexistência para israelenses e palestinos”.

Enquanto Lajst diz que “Israel não visa ocupar a Faixa de Gaza ou forçar um deslocamento permanente da população civil local”, os ministros israelenses das Finanças e da Segurança Nacional declaram exatamente o contrário, que “se houver 100 mil ou 200 mil árabes (em Gaza), em vez de dois milhões, tudo seria diferente (na relação entre Israel e o território palestino) […]” e que “A emigração de centenas de milhares de pessoas de Gaza permitirá que os residentes (israelenses) voltem para suas casas”.

E o deslocamento forçado enquadra-se na definição de limpeza étnica, dada inclusive pela ONU, segundo a qual entende que tal fenômeno corresponde a “tornar uma área etnicamente homogênea através do uso da força ou da intimidação para remover pessoas de determinados grupos da área”. No caso, etnicamente livre dos palestinos.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.