A esquerda deveria ficar ao lado das tropas norte-americanas no Afeganistão porque os militantes do Talibã são “misóginos”? Setores da esquerda tinham razão em apoiar Joe Biden porque ele seria “antirracista”? Marina Silva, à frente do Ministério do Meio Ambiente e Sonia Guajajara, no comando do Ministério dos Povos Indígenas, são aquilo que há de mais progressista no governo Lula?
Perguntas como essa revelam que a esquerda se encontra completamente desorientada em relação aos seus objetivos, seus princípios e seus métodos. O chamado “identitarismo”, que prega a substituição da luta de classes pela luta das “identidades”, se infiltrou com uma extrema facilidade em diversas organizações, escancarando o problema.
Entre muito que pode ser dito sobre essa desorientação, está o fato dos partidos da esquerda brasileira que se dizem “revolucionários”, à exceção do Partido da Causa Operária (PCO), ignoram por completo a teoria do imperialismo sistematizada por Vladimir Lênin. Não sabem do que se trata, não sabem analisar o mundo através de suas premissas, não sabem extrair as conclusões necessárias.
Diante de tudo isso, o PCO anuncia com entusiasmo a realização da nova edição da Universidade de Férias, o mais tradicional evento de formação política da esquerda brasileira. Entre os dias 21 de janeiro a 4 de fevereiro de 2024, militantes de todo o país convergirão para uma experiência única, marcada pela fusão entre aprendizado teórico profundo e momentos de lazer e confraternização. O assunto? “Imperialismo, fase superior do capitalismo”, mesmo nome dado à obra-prima de Lênin, que detalhou o funcionamento do modo de produção contemporâneo.
Neste ano, a Universidade de Férias irá, na verdade, prestar uma homenagem um dos maiores revolucionários de todos os tempos: o próprio Vladimir Lenin, no centenário de seu falecimento. Dirigente da Revolução Russa de 1917, Lênin faleceria em 1924, vítima das consequências de um derrame.
Ao longo de duas décadas, a Universidade de Férias tem se estabelecido como uma atividade sem paralelos, ocorrendo duas vezes ao ano durante os períodos de férias escolares. O compromisso central é formar militantes não apenas na luta imediata, mas também sob a égide da doutrina marxista em sua totalidade.
Os cursos, ministrados por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, representam um passo crucial na formação marxista. Destinados tanto aos veteranos no debate quanto aos novos militantes, esses cursos proporcionam uma visão abrangente e profunda do pensamento marxista, uma ferramenta essencial para os que buscam engajar-se na militância revolucionária.
A Universidade de Férias não é apenas um local de aprendizado; é também uma atividade coletiva onde a experiência socialista se manifesta em todos os aspectos. O evento acontece em um local equipado com alojamentos, áreas de esporte, lazer e uma gama de atividades culturais organizadas pelos integrantes do Partido. A fórmula única combina a formação marxista mais profunda com momentos de descontração.
A organização, baseada em princípios socialistas e coletivos, garante refeições fartas e variadas, além de momentos de confraternização entre os participantes. Em resumo, a Universidade de Férias não é apenas um evento; é um compromisso histórico com a formação e a tradição marxista, uma oportunidade de aprofundar o conhecimento e fortalecer os laços que unem os militantes na luta pela revolução socialista.