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A Questão Palestina

Intifada, OLP e Hamas, temas da aula final do curso do PCO

Após o declínio da OLP e sua guinada direitista, o Hamas representa uma evolução, qualitativa e quantitativa, da luta dos palestinos

Aconteceu na noite do último dia 26 a quarta aula do curso “A Questão Palestina”, parte do programa de formação política do Partido da Causa Operária (PCO). Ministrada pelo presidente nacional da agremiação, Rui Costa Pimenta, a aula abordou o período iniciado no refluxo da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) até a atual crise aberta pelo 7 de Outubro, quando a ofensiva dos grupos guerrilheiros palestinos abre uma nova fase da luta palestina.

Após uma breve recapitulação dos eventos anteriores e dos governos dos ditos “socialistas”, mas que nada mais eram do que instrumentos do sionismo, “a partir de 1977”, diz o dirigente do PCO, “o Likud vai dominar a vida política de ‘Israel’ devido à ação revolucionária da OLP.” Oriundo da milícia fascista Irgun, que, por sua vez, descendia da organização fascista Betar, o partido de extrema direita expressa a impossibilidade de uma coesão social sem uso da máxima brutalidade tipicamente fascista, evidenciando a crise permanente e crescente da manutenção do Estado de “Israel”.

Atuando no Líbano desde 1968, a OLP precisa enfrentar a Guerra Civil Libanesa de 1975 e, posteriormente, a invasão do país árabe por “Israel” em 1982, sendo então derrotada e obrigada a deixar o território libanês.

“Quando o imperialismo expulsa a OLP do Líbano, pensa ter resolvido o problema”, prossegue Pimenta. “A OLP sai devido a uma conjuntura de fatores, mas de maneira organizada e sem ser militarmente derrotada, produzindo uma crise no aparato militar israelense”.

Desse episódio, uma importante organização surgirá no país: o Hesbolá (“Partido de Alá”, em português). Criada para combater os invasores do Estado sionista, o partido islâmico se tornará uma das mais organizadas forças políticas e militares da região, conseguindo expulsar “Israel” do país nos anos 2000. Outra consequência importante do período foi o declínio da OLP.

“Em 1987, parecia que os israelenses tinham enfim dominado a situação. Na conjuntura internacional, o Egito faz um acordo com os EUA, o acordo de Camp David em 1979, prestando-se a sufocar a Faixa de Gaza. A OLP saíra do Líbano e começava sua decadência. Eis que acontece a Primeira Intifada”, explica Pimenta.

Conhecida como “Guerra das Pedras”, devido à determinação da população palestina em enfrentar os israelenses mesmo desarmados – tendo apenas paus e pedras à disposição -, a revolta dos palestinos é generalizada e eclode principalmente na Cisjordânia. Evidenciando se tratar de uma verdadeira insurreição revolucionária, a Primeira Intifada só será sufocada em 1993, com o acordo de Oslo.

“‘Israel’ e a OLP assinam um acordo, permitindo a presença do grupo palestino armado na Cisjordânia, para por um fim à Intifada. Pelo acordo, a OLP deixa de ser um grupo revolucionário e torna-se uma polícia palestina a serviço de ‘Israel’. O povo palestino deixa de ser submetido a uma ditadura israelense e passa a ser oprimido por uma ditadura de ‘Israel’ e da OLP”, esclarece o presidente do PCO.

Dessa guinada direitista da organização palestina, surge ainda, em 1987, o Movimento Resistência Islâmica (Hamas). Criado como uma instituição de assistência social, o Hamas rapidamente evolui para um partido político com um braço armado e dedicado à luta pela libertação da Palestina. “Boatos surgem de que ‘Israel’ criou o Hamas, mas ao meu ver são infundados, uma vez que os sionistas já tinham um acordo com o grupo de Yasser Arafat”, diz Rui Costa Pimenta.

“13 anos depois”, continua Pimenta, “explode a Segunda Intifada, evidenciando que os acordos de Oslo estavam superados. No ínterim, a OLP se torna um verdadeiro instrumento da ditadura sionista contra os palestinos e uma fonte de corrupção enorme. A organização recebe muito dinheiro do imperialismo, mas quase tudo é gasto no pagamento de salários”, continua o dirigente marxista.

A Segunda Intifada dá origem aos acordos conhecidos como “Oslo 2” e, entre as manobras usadas para aplacar a revolta palestina, está a criação da Autoridade Palestina (AP). “Isso, no entanto, não traz grande mudança no quadro geral”, destaca Pimenta.

Em 2004, o Hamas participa das eleições para o governo permitido da AP. “As eleições eram uma farsa”, diz Rui, “mas a participação do Hamas foi positiva por expor a farsa. A vitória acabou com o veto de ‘Israel’ e dos EUA ao governo do Hamas”, diz.

Com a crise política da dominação da OLP e temendo que Arafat desse uma guinada à esquerda, o imperialismo pressiona para que outra pessoa lidere a organização. Nesse momento surge Mahmoud Abbas. Logo depois, o antigo dirigente da OLP morre, sob suspeita de envenenamento, o que jamais seria confirmado.

No âmbito das eleições e seus desenvolvimentos, mesmo tentando fazer um governo de coalizão com as forças palestinas, o Hamas é levado a se confrontar com a OLP. O conflito termina com o partido revolucionário controlando Gaza e o segundo encastelando-se na Cisjordânia.

“O 7 de Outubro”, destaca Pimenta, “vai criar a maior derrota e ameaça a ‘Israel’ em toda a história da ocupação sionista. Se ‘Israel’ não conseguir invadir Gaza, esta é uma demonstração sólida da independência palestina, que só pode ser conquistada pela força, não por acordos. Estamos em uma etapa superior da luta e o Hamas representa essa evolução, qualitativa e quantitativa, da luta palestina”, diz.

“Anteriormente liderada por camadas privilegiadas, latifundiários em um primeiro momento, uma pequena burguesia culta depois, a atual etapa da luta pela libertação da Palestina é empreendida de dentro do território – o que é uma vantagem imensa – e pelas massas palestinas. 80% dos militantes do Hamas são órfãos, ou seja, são pessoas que sofreram mais duramente a invasão israelense”, reforça o presidente do PCO.

Por fim, Rui Costa Pimenta lembra que ditaduras costumam projetar a imagem de serem invencíveis, mas isso nunca é verdade. “Na Espanha”, exemplifica, “a ditadura franquista de 40 anos desabou no primeiro abalo sério enfrentado”.

“Podemos estar no limiar de uma etapa política mundial revolucionária, o que vai gerar uma mudança geral na situação”, conclui Rui.

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