Segundo o exército de “Israel”, 17 soldados foram eliminados em batalhas no centro e no sul da Faixa de Gaza nas 48 horas que antecederam o anúncio, feito no último domingo (24). No mesmo dia, no início de sua reunião semanal de Gabinete, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro da ocupação sionista, referiu-se às mortes afirmando que foi “uma manhã difícil, depois de um dia muito difícil de combates”.
“A guerra está cobrando de nós um custo muito pesado. No entanto, não temos escolha senão continuar a lutar”, afirmou Netanyahu.
Segundo a estação de rádio oficial do exército de israelense, quatro soldados foram eliminados quando seu veículo foi atingido por um míssil antitanque. Os outros foram mortos separadamente, em lutas espalhadas, sendo que um dos soldados perdeu a vida na parte norte de “Israel” após ser atingido pelo grupo libanês Hesbolá.
Ainda segundo o governo israelense, mais de 150 militares foram mortos em Gaza desde que “Israel” iniciou seu genocídio após as operações da resistência palestina do dia 7 de outubro. Os números reais, entretanto, parecem ser muito maiores do que aqueles divulgados pelo Estado nazista.
Há cerca de um mês, por exemplo, um coveiro israelense denunciou que não paravam de chegar corpos de soldados sionistas no cemitério militar que administra. Para se ter uma noção, em um momento em que “Israel” afirmava que apenas 53 de seus soldados haviam sido eliminados, David Orin Baruch, diretor do cemitério Monte Herzl, a oeste de Jerusalém Oriental ocupada, disse que, em apenas 48 horas, um grande número de sepulturas foi aberto e que “apenas no Monte Herzl, enterramos cerca de 50 mortos”.
O número cada vez maior de baixas israelenses está gerando uma grande crise no interior do enclave imperialista. A popularidade de Netanyahu junto aos israelenses é uma das mais baixas da história, de modo que protestos contra o governo do Likud, partido do primeiro-ministro, são cada vez mais frequentes.
Na segunda-feira (25), por exemplo, parentes de israelenses mantidos como prisioneiros pela resistência palestina interromperam um discurso de Netanyahu quando ele afirmou que precisa de “mais tempo” para cumprir a promessa de resgatar todos os israelenses.
Os familiares gritaram “agora, agora” no momento em que o líder sionista fazia seu discurso na frente do Parlamento de “Israel”. Além disso, os manifestantes trouxeram cartazes criticando a atuação do governo, com alguns deles dizendo “E se fosse seu filho?”, “80 dias, cada minuto é um inferno” e outros.
Antes disso, no sábado (23), milhares de pessoas foram às ruas de Telavive para protestar contra Netanyahu mesmo debaixo de chuva. Os protestantes gritavam “Bibi, Bibi, não queremos mais você”, utilizando o apelido de Netanyahu.
Ao mesmo tempo, os números relativos às baixas israelenses também deixam claro que o Hamas está travando uma brava luta contra o Estado nazista de “Israel”, resistindo firmemente contra a tentativa dos sionistas de varrerem os palestinos da face da Terra.
O próprio Netanyahu, devido ao tamanho da crise, já não consegue esconder os feitos do Hamas. Na segunda-feira (25), ele afirmou que “Israel” expandirá, nos próximos dias, sua ofensiva terrestre – que, desde o começo, não avançou praticamente nada.
Ao anunciar essa “nova fase” de sua empreitada genocida, entretanto, o primeiro-ministro sionista deixou escapar que a guerra “não está perto do fim”: “não vamos parar. Continuamos a lutar e expandimos a luta nos próximos dias”, declarou Netanyahu, reforçando que “será uma longa batalha e não está perto de terminar”, um reconhecimento da superioridade do Hamas e da resistência armada como um todo.
Em meio a toda essa crise, “Israel” não parou seus bombardeios genocidas contra a população de Gaza nos últimos dias, nem mesmo durante o Natal. Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), no mínimo 106 pessoas foram assassinadas após um ataque israelense ter destruído um prédio de três andares e destruído outros nas proximidades no campo de refugiados de Maghazi.
Equipes de resgate retiraram dezenas de corpos dos escombros, horas depois do atentado. O número foi divulgado com base em registros hospitalares e representa um dos ataques mais mortíferos do Estado nazista contra o povo palestino em Gaza.
“Fomos todos alvo”, disse Ahmad Turkomani, que perdeu vários membros da família, incluindo a filha e o neto. “De qualquer forma, não existe lugar seguro em Gaza”. “Israel”, obviamente, não reconheceu o ataque, afirmando que “analisa” as informações que recebeu sobre esse “incidente”, repetindo a mentira de que toma “as medidas possíveis para minimizar os danos aos civis”.
Como se não bastasse, durante a madrugada do Natal, um adolescente de apenas 17 anos foi baleado no pescoço com munição letal por soldados sionistas durante uma invasão à região da Cisjordânia ocupada. De acordo com a agência de notícias palestina Wafa, o garoto foi levado a um hospital. Entretanto, ele não aguentou os ferimentos e, segundo o portal BNN Breaking, faleceu.
Pelo menos 20 pessoas foram presas na mesma operação que resultou no assassinato do garoto de 17 anos, que atingiu habitantes das cidades de Jericó, Ramala e Belém, cidade tida como o local de nascimento de Jesus.
Imran Khan, correspondente da emissora catariana Al Jazeera na Cisjordânia, afirmou que pelo menos 10 casas foram invadidas pelas forças de ocupação nazistas de “Israel”. Os soldados afirmaram que estavam procurando “terroristas” para justificar o verdadeiro terror que fazem contra os habitantes.
O problema para os sionistas é que, além de jogar a opinião pública contra o enclave imperialista, esse tipo de ação sanguinolenta não está surtindo efeito algum do ponto de vista militar. Muito pelo contrário: enquanto as tropas de “Israel” parecem estar paradas no mesmo lugar desde o começo do conflito, apenas nos últimos dias, o Hamas mostrou que destruiu parte dos equipamentos.
Confira, abaixo, alguns vídeos divulgado pelo próprio Hamas que mostram tanques, franco-atiradores e posições inimigas sendo alvejadas por combatentes do grupo palestino:
São dados que, junto com as declarações de Netanyahu e a admissão de que dezenas de soldados sionistas foram eliminados em 48 horas; mostram o tamanho da crise israelense. Ao que tudo indica, o Hamas está saindo por cima e está impondo derrota atrás de derrota contra o exército sionista, trabalhando para, no fim, libertar o povo palestino das garras de um dos Estados mais genocidas de toda a história.