HISTÓRIA DA PALESTINA

Fundação de Telavive foi financiada pelo barão de Rothschild

A capital de "Israel" foi fundada por um dos banqueiros mais ricos do mundo, o que revela que o criação do Estado sionista sempre foi uma grande manobra do imperialismo

O aparato de propaganda do sionismo e do imperialismo difunde a história de que a colonização da Palestina pelos judeus europeus iniciou-se ao final do século XIX, e prosseguiu durante o século XX, culminando com a fundação do Estado de “Israel” em 1948. Segundo o mito sionista, foi resultado do trabalho abnegado de um povo pobre, que chegara na Palestina fugido da perseguição antissemita que ocorria na Europa do Leste.

Ocorre que, assim como todas a histórias oficiais a respeito de “Israel”, difundidas por sua máquina de propaganda, essa história não condiz com a realidade. E um dos fatos que serve para demonstrar isto é a fundação da própria capital do Estado sionista, Telavive, pois foi um empreendimento financiado por banqueiros imperialistas.

Antes de fundamentar essa afirmação, deve-se relembrar que, nos tempos modernos, a migração de judeus para a Palestina começou no final do século XIX, prosseguindo durante o século XX. Tantos judeus ortodoxos, não associados ao movimento sionista, quantos judeus sionistas, migravam para a região, buscando assentar colônias. Durante essa época, nunca constituíram maioria da população.

Conforme já exposto nesse Diário, a migração de judeus para a Palestina só sofreria um salto qualitativo com o apoio sistematizado do imperialismo britânico, ao fim da Primeira Guerra Mundial, em 1917, tendo como marco a Declaração de Balfour.

Declaração de Balfour, o nascimento de uma nação sionista

Contudo, mesmo antes disso, o terreno já vinha sendo preparado por membros das classes dominantes dos países imperialistas, nomeadamente Inglaterra, França e Alemanha. Em especial, banqueiros Rothschild eram notórios financiadores de judeus sionistas para estabelecer colônias na Palestina, igualmente objeto de matéria neste Diário.

Criação de ‘Israel’, empreendimento de banqueiros imperialistas

Um desses banqueiros, o Barão Abraão Edmond Benjamin James de Rothschild, ou simplesmente Barão de Rothschild, foi o principal burguês europeu por trás da fundação de Telavive.

Um banqueiro francês membro da famosa família Rothschild (de banqueiros), ele era um dos mais importantes apoiadores e impulsionadores do sionismo à época (inicio do século XX). Seu financiamento vultuoso ao projeto colonial do imperialismo sobre a Palestina, o qual utilizava-se dos judeus e do sionismo como correia de transmissão para seus interesses sobre o Oriente Médio, rendeu-lhe as alcunhas de “O Barão Rothschild”, “O Barão” e “O Nobre Doador”.

Conforme já afirmando, Edmond de Rothschild seria um dos principais financiadores dos sionistas que fundaram Telavive. De início, ele financiou a primeira colônia de judeus em Rishon LeZion, cidade a 8km da capital, fundada em 1882 por judeus imigrantes vindos do Império Russo na primeira onda imigratória. Segundo informa o historiador judeu israelense Ilan Pappe, em sua obra A História Moderna da Palestina, “Rothschild não apenas financiou os colonos, ele também enviou agricultores e especialistas para ajudar os colonos a planejar e estruturar a colonização da terra”, demonstrando todas as facilidades que os sionistas tiveram.

A partir desse assentamento (e de outros), Telavive seria eventualmente fundada no ano de 1907. Contudo, ela seria fundada de certa forma em oposição a Jerusalém, onde o sionismo estava sendo rejeitado por judeus ortodoxos. Assim, a cidade que seria a capital de “Israel”, tornou-se um polo aglutinador e a ponta de lança do movimento sionista na Palestina. Pappe relata na obra já citada:

“[…] judeus ortodoxos tinham uma presença particularmente forte em Jerusalém, e não queriam a presença dos judeus sionistas na cidade. Assim, estes fundaram sua própria, moderna e secular, cidade: Telavive. Sessenta e seis ansiosos judeus sionistas, que estavam entre os primeiros a estabelecer colônias na Palestina com a ajuda do Barão de Rothschild, fundaram a cidade na manhã de um sábado, no ano de 1907”.

O primeiro nome de Telavive era Ahuzat Bayit, e, tendo início a partir de uma casa senhorial de mesmo nome, cresceu em grande parte com o financiamento de Rothschild, que se dava através do Fundo Nacional (Qeren Ha-Qayemet), a principal agência de financiamento do projeto sionista.

Não demorou para os primeiros prédios serem erguidos, que ocorreu no verão seguinte, segundo relata Pappe, na já citada obra.

Então, no ano de 1909, com novos financiamentos, a construção de Telavive foi impulsionada visando se estabelecer definitivamente uma colônia judaica sionista na Palestina:

“Em 1909, os sionistas fizeram novo empréstimo com um banco local, compraram terras, e começaram a construir novas casas. Logo menos, as primeiras crianças nasceram, e uma escola foi erguida, Gimnazia Herzlia, que fora, durante um longo período a principal escola secundarista no país. Uma presença sionista bem particular e insular na Palestina, então, teve início; e, tendo em vista o fato de ter sido exclusivamente judaica, permitiu que a enérgica liderança sionista concretizasse seu objetivo para todo o país”.

Vê-se, então, que, desde o primeiro momento, o estabelecimento de colônias de judeus sionistas na Palestina foi financiado por banqueiros do imperialismo, sendo que a própria fundação da capital de “Israel” foi obra de um banqueiro francês, Edmond de Rothschild. O que derruba o mito de que o Estado sionista foi resultado da obra árdua de judeus trabalhadores, que contavam com nada além de sua força de trabalho. Cerca de uma década mais tarde, o sionismo passaria a receber apoio sistemático do imperialismo britânico, o que seria fundamental para as derrotas dos palestinos e a criação de “Israel”.

Mesmo hoje em dia ainda é possível constatar a importância do banqueiro Rothschild na fundação de Telavive e, por conseguinte, de “Israel”. Na capital, há várias atrações turísticas e locais importantes que levam o seu sobrenome, tais como a Avenida Rothschild (uma das principais atrações turísticas e mais ricas vias da cidade, localizada no centro), o Hotel Rothschild e o Hotel Villa Brown Rothschild. Por sua vez, no país, atuam entidades como a Fundação Edmond de Rothschild, o Centro Edmond de Rothschild e a firma de investimentos Edmond de Rothschild Israel.

Em suma, Telavive, assim com “Israel”, é um empreendimento de banqueiros imperialistas.

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