Neste sábado, 16 de dezembro, o Partido da Causa Operária (PCO), inaugurou o segundo andar do Centro Cultural Benjamin Péret, um espaço bem no centro de São Paulo que irá promover uma série de atividades políticas e culturais independentes. Como parte da inauguração, o centro sediou a primeira aula do curso sobre A questão palestina, ministrado pelo presidente nacional do Partido, Rui Costa Pimenta.
Segundo Uriel Schramm, membro da Direção Estadual do PCO de São Paulo, 82 pessoas estiveram presentes no curso, havendo a expectativa de que este número passe dos 100 participantes no domingo, 17 de dezembro. Neste dia, acontecerá também uma caminhada contra o assassinato das crianças palestinas. Ele destacou que apesar da sabotagem direta de setores da esquerda para que não
se façam atos, nem manifestações. Com o esforço do PCO, a venda do curso que vem sendo oferecido há meses, a distribuição de
dezenas de milhares de panfletos chamando para esta atividade, a distribuição e colagem de cartazes e finalmente o contato de centenas de pessoas nos últimos dias, o resultado é claro: ”a campanha em defesa do povo palestino é favorável, as pessoas não estão pensando no Natal, estão preocupadas com o que está acontecendo no mundo”.
Para Francisco Weiss, da Loja do PCO, o curse está sendo bastante proveitoso, tratando de temas específicos sobre a questão palestina. Weiss, que é vítima de uma notícia-crime protocolada pelo bolsonarista Deltan Dallagnol por defender a resistência palestina, nos forneceu um panorama dos materiais trazidos pela Loja:
“Trouxemos material novo como, como a camiseta da Jiade Islâmica, da Palestina, e a camiseta da Frente Popular pela Libertação da Palestina, além das camisetas do Hamas, da Palestina Livre, bottons também de todas as outras organizações e bandeiras – tudo isso teve um apelo muito grande, uma aceitação muito positiva. O que é legal nestas atividades é que tem camaradas que vêm de outros estados,
outras cidades e querem até mesmo publicações mais antigas do partido. Exemplos de publicações antigas? Revista dos coletivos. polemicas antigas do partido com a Convergência Socialista, polêmica com o Socialismo e Liberdade, o Jornal-livro que são alguns livros publicados em forma de jornal…”.
Antônio Carlos Silva, dirigente nacional do partido, destacou a importância de armar a militância do Partido e ativistas de esquerda que integram a campanha de solidariedade à Palestina com uma compreensão mais histórica, materialista, mais profunda, não só para o que está acontecendo, mas também para a etapa “que está vindo pela frente”.
“A questão da Palestina e a existência do Estado de Israel estão no centro da crise capitalista neste momento”, declarou o dirigente. “São elementos importantes de agravamento da crise do imperialismo, e em torno disso há enormes pressões, há uma campanha internacional a favor do Estado sionista de Israel e do massacre e do genocídio que vem sendo cometido”. Que a militância saia fortalecida, com uma compreensão mais profunda dos acontecimentos, como começou a se dar nesta manhã em que foram analisados os aspectos históricos antes da existência do Estado de Israel para ter condições para os enfrentamentos do próximo período”.
Direto do interior do Ceará para o curso esteve presente Guilherme Beserra, do Crato, que veio exclusivamente para ao curso para militar com mais convicção em defesa da Palestina. Beserra achou interessante a visão histórica antes da criação do Estado de Israel, o que comprova que a limpeza étnica já algo planejado, que precede 1948.
“Ficou claro como é mais fácil as pessoas serem convencidas pela crença religiosa, mas por trás sabemos pelo materialismo histórico que o fundo é econômico, a dominação daquela área pelo imperialismo inglês foi importante, e em seguida foi importante para os Estados Unidos, uma área importante e estratégica tendo em vista o petróleo, que surgia como uma nova matéria prima para enriquecimento.
Direto de Santo André, veio Edson, que não perde uma edição do Análise Política da Semana, apresentado por Rui Costa Pimenta todos os sábados, e Carlos, que atua em sua cidade na campanha de apoio ao povo palestino, estiveram presentes no primeiro dia do curso. Para Carlos, o o argumento de que os judeus em sua grande maioria na verdade não queriam ir para onde hoje é a Palestina, depois da Segunda Guerra, foi o que mais chamou a atenção.
O professor Felipe Rodrigues, militante do PCO e professor de história do estado de São Paulo, destacou que o assunto abordado pelo curso ainda é pouco conhecido pelo povo brasileiro, que causa ainda muita confusão porque a grande imprensa apoia Israel. “O curso esclarece essas confusões e as pessoas adquirem argumentos e conhecimento para uma visão crítica e não ficar à mercê da visão imperialista, da visão burguesa”.