Nascido em 1962 no campo de refugiados de Khan Yunis, Yehya Sinwar é considerado o líder do partido Movimento Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), um homem cujas raízes remontam à diáspora palestina. Sua família foi forçada a abandonar o vilarejo de Al-Majdal Asqalan, destruído pelos sionistas e incorporado à “Israel” sob o nome de Ashkelon durante a Guerra Árabe-Israelense de 1948.
Formado na Universidade Islâmica de Gaza, no curso de Estudos Árabes, o jovem não seguiu a carreira acadêmica, dedicando-se à militância no Bloco Islâmico durante sua vida estudantil. Em 1982, acabaria preso pela ditadura de “Israel”, acusado de promover atividades antissionistas. Esse evento marcou o início de uma série de períodos de encarceramento, testando não apenas sua resiliência, mas também solidificando sua conexão com líderes revolucionários palestinos, incluindo Sheikh Ahmad Yassin, fundador do Hamas preso em 1989 pelas forças sionistas.
A experiência nas prisões israelenses não foi apenas uma provação pessoal, mas também uma fase formativa que moldou a visão estratégica de Sinwar. Co-fundador da organização Al-Majd, focada em expor colaboradores locais e espiões, ele desempenhou um papel crucial na estratégia de consolidar Gaza como a fortaleza da resistência palestina. Em 1988, sua terceira prisão resultou em uma condenação à prisão perpétua por frustrar espionagem israelense, entre outras ações consideradas como subversivas.
A libertação só viria décadas depois, em 2011, como parte de uma troca de prisioneiros, o que marcou um ponto de inflexão em sua vida, devido a sua entrada no Hamas. Rapidamente, transforma-se em uma importante liderança do partido, sucedendo, em 2017, Ismail Haniyeh como líder do partido. Resultado de sua importância crescente no movimento revolucionário palestino, Sinwar é designado como “terrorista” pelo governo norte-americano em setembro de 2015.
Organizador da operação “Dilúvio de Al-Aqsa”, ocorrida em 7 de outubro, e responsável por expor a fragilidade da ditadura sionista sob os palestinos – assim como a fraqueza do próprio imperialismo -, Sinwar tem sido lembrado por um discurso profético de 2022, ameaçando Israel com um “dilúvio”, algo que se revelou uma previsão surpreendente dos eventos subsequentes da operação. A fala refletia a experiência resultante da Grande Marcha do Retorno, ocorrida em 2018, quando uma tentativa pacífica de quebrar o cerco a Gaza, foi recebida com brutalidade israelense, evidenciando que só a resistência armada poderia acabar com o martírio do povo palestino.
Atualmente, Sinwar desempenha um papel crucial na pressão exercida para que Israel não liberte os prisioneiros palestinos em suas masmorras, refletindo a própria experiência do atual líder do Hamas. Personificando, assim, a luta palestina e os perigos que a ditadura sionista e o imperialismo enfrentam nesse delicado momento, onde a autoridade dos invasores da Palestina encontra-se seriamente danificada.