Segundo a imprensa burguesa, uma mulher assumirá a direção da mineradora britânica Anglo American, que opera também no Brasil. Ana Sanches, de 47 anos, teve o anúncio de sua indicação à presidência da companhia divulgao nos principais órgãos de imprensa imperialistas do País. Ela “irá comandar os negócios de minério de ferro (Minas-Rio), em Minas Gerais e Rio de Janeiro, e de níquel (Codemin e Barro Alto), em Goiás”, segundo o jornal Valor Econômico (“Ana Sanches assume presidência da Anglo American no Brasil”, 6/12/2023).
Agradando os leitores identitários da imprensa burguesa, Sanches afirma:
“Temos a meta de reduzir 30% da emissão de gases do efeito estufa em nossas plantas operacionais, até 2030. Em alinhamento a esses objetivos do plano, realizamos a assinatura de contratos de compra e de autoprodução de eletricidade, o que possibilitou uma matriz de energia elétrica 100% renovável nas operações do Brasil”, afirmou a presidente da empresa, em nota.
Segundo o jornal mineiro O Tempo, “em 2018, [Sanches] foi nomeada como uma das mulheres mais influentes na mineração global pelo Women in Mining e, em 2019, ganhou o prêmio Equilibrista do Ibef-MG”. O sítio Acessa, por sua vez, destaca que a executiva “será a primeira mulher” a dirigir uma grande empresa do ramo no País (“Executiva mineira será a primeira mulher a presidir gigante da mineração no Brasil”, 6/12/2023).
Embora veladamente apresentado como uma vitória das mulheres, a “conquista” de Sanches não implica em nenhuma melhoria das condições de vida de ninguém, salvo a própria executiva. O caso já está sendo usado à exaustão pela propaganda direitista dos defensores da conquista de cargos privilegiados, inacessíveis à grande maioria das mulheres e dos homens trabalhadores. Para estes, só sobre uma exploração cada vez mais brutal.
Além disso, a demagogia com a indicação serve para esconder o que a Anglo American veio fazer no Brasil: roubar os recursos naturais do povo brasileiro e entregá-los para o imperialismo. Uma estratégia muito utilizada para a burguesia: mulheres, negros e afins são colocados em cargos importantes para fazer o trabalho sujo da política imperialista. Procurando fingir que o que está sendo feito não é profundamente criminoso.
Afinal, como uma mulher “empoderada” e preocupada com o meio ambiente poderia fazer isso?