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ONU Mulheres

Imperialismo convoca identitários para apoiar genocídio sionista

Imperialismo toma medidas cada vez mais desesperadas para continuar mentindo sobre o Hamas

Em nota emitida em 1º de dezembro, a ONU Mulheres publicou uma declaração no seu sítio na qual repete as falsas acusações contra o Hamas, ao mesmo tempo em que exige um “cessar-fogo humanitário”. Termos como “violência baseada no gênero”, “atrocidades baseadas no gênero” e “crimes baseados no gênero” são escritos ao longo do texto em referência ao que o governo sionista acusa os militantes do Hamas de terem cometido no dia 7 de Outubro.

A declaração começa citando timidamente o avanço do genocídio do povo palestino: “Lamentamos profundamente que as operações militares tenham sido retomadas em Gaza”. Quando é Israel que está fazendo, a ONU chama o bombardeio indiscriminado de moradias, hospitais e escolas de “operações militares”. Já quando a Rússia iniciou sua operação militar especial, atacando especificamente alvos militares, os órgãos internacionais do imperialismo trataram as ações russas como crimes. Leia:

“Lamentamos profundamente que as operações militares tenham sido retomadas em Gaza, e reiteramos que todas as mulheres, sejam elas israelenses, palestinas ou de qualquer outra origem, têm o direito a uma vida vivida com segurança e livre de violência.

Condenamos veementemente os ataques brutais do Hamas contra Israel em 7 de outubro. Estamos alarmados com os inúmeros relatos de atrocidades com base em gênero e violência sexual durante esses ataques. Por isso, pedimos que todos os relatos de violência com base em gênero sejam devidamente investigados e processados, com os direitos da vítima no centro”, diz um trecho da nota.

Enquanto o bombardeio de alvos civis que já deixou milhares de crianças mortas merece um “lamento”, os “ataques brutais do Hamas” ganham uma “condenação inequívoca”. Segundo a ONU Mulheres, existiriam “numerosos relatos de atrocidades baseadas no gênero e violência sexual” durante os ataques em 7 de Outubro. Os tais relatos partem de gente fechada com o Estado sionista, que procura apresentar os árabes como se fossem desprovidos de qualquer valor moral.

O documento da ONU Mulheres, todavia, não é um raio em céu azul. Após dois meses de uma matança sem precedentes de palestinos, atualmente já na casa das dezenas de milhares, a campanha de propaganda pró-Israel vem impulsionando esse tipo de acusação. Uma colunista da Folha de S. Paulo, Becky S. Korich, publicou nessa semana um texto com o chamativo título de A mulher que peitou o Hamas. Falando sobre a refém israelense Rimon Kirst, liberta na recente troca de reféns, a colunista diz que ela “se recusou a participar do teatro armado pelos militantes do Hamas ao ser entregue à Cruz Vermelha”.

“Não acenou o tchauzinho compulsório, não deu o sorriso amarelo, não se deixou abraçar, como fizeram alguns reféns desnorteados depois de sair do inferno. Pérfidos e terroristas até o fim, os militantes do Hamas têm explorado a entrega dos reféns para se apresentarem como ‘bons anfitriões’ e criar um clima de volta de férias dos reféns”, disse a colunista.

O trecho acima mostra que vale tudo para defender um Estado colonial em pleno século XXI. Diante da inevitável repercussão de algumas das cenas de libertação de prisioneiros pelo Hamas, quando eles reagiram amistosamente com os militantes, Israel impulsionou a complicada tese de que eles seriam forçados a fazer isso ou estariam “desnorteados”. O que não faz qualquer sentido, pois qual seria o risco que estariam correndo diante das câmeras de televisão? A coisa é tão farsesca que, desde a entrevista da prisioneira que elogiou o tratamento dado pelos militantes do Hamas, Israel tem controlado o acesso dos prisioneiros aos repórteres para evitar que a verdade escape acidentalmente para o público.

Enquanto os sionistas derramam suas lágrimas de crocodilo, milhares de mulheres palestinas estão sendo assassinadas e estão vendo seus filhos, filhas, irmãos, irmãs e maridos sendo assassinados pela ocupação nazista de “Israel”. Enquanto passam fome e sofrem humilhações constantes – inclusive sexuais, cometidas pelos soldados e milicianos israelenses -, o imperialismo lança mão do identitarismo para tentar convencer quem não conhece nada sobre o que acontece na Palestina de que os vilões são justamente aqueles que lutam contra essa violência.

O que chama muito a atenção é o nível de apelação que vemos na coluna citada, que inclusive critica a declaração da ONU Mulheres por ter vindo “tarde”. Isso mostra que o desespero aumentou, pois as mentiras de Israel estão convencendo cada vez menos pessoas. Por isso parecem arriscar mais, como nos vídeos divulgados pela Força de Defesa de Israel para justificar o bombardeio e a desativação de hospitais, “provas” que foram desmoralizadas e desmentidas rapidamente.

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