A cidade de Maceió, capital de Alagoas, decretou estado de emergência esta semana devido ao risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem. A situação, que já havia sido denunciada pelos civis, entrou em crise com os tremores da última quarta-feira, 29, chamando a atenção das autoridades locais.
A Defesa Civil do município afirmou que esse colapso pode ocorrer a qualquer momento. Embora os danos não sejam tão graves, as 23 famílias que vivem ao redor, por decisão da Justiça, tiveram que ser evacuadas. A mina 18 fica localizada a mil metros de profundidade, abaixo do bairro Mutange, próximo ao antigo Centro de treinamento do CSA e perto também Mundaú. A mina 18 é uma das 35 cavidades abertas pela Braskem para a exploração e extração de sal-gema, um cloreto de sódio utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC).
Em entrevista à CNN, o coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil de Alagoas, garantiu que os riscos são baixos e tranquilizou sobre a questão:
“Não vai ser uma cratera no meio da cidade, não vai gerar terremoto, tsunami, nada disso. Essa cratera será na sua maioria submersa, preenchida de imediato pela água de Lagoa” – afirmou o coronel
A Braskem, declarou em nota que a empresa:
“Continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, localizada no bairro do Mutange, tomando todas as medidas cabíveis para a minimização do impacto de possíveis ocorrências”. E afirma que, “todos os dados colhidos estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades, com quem a Braskem vem trabalhando em estreita colaboração”.
Os problemas não são de hoje, desde 2018, há tremores e rachaduras em casas e ruas, além do afundamento de alguns bairros, como: Pinheiros, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol, em parte. Os problemas que se iniciaram no dia 3 de março de 2018 causaram o êxodo de 55 mil pessoas. Segundo os especialistas, os riscos de um possível colapso são alertados desde 1976, desde que a extração de sal-gema iniciou. O Braskem é uma empresa privada, cuja corporação Novonorm é dona de 50,1% das ações, o que lhe garante o controle da petroquímica, e de 38,3% do capital total. O desprezo pela situação em Alagoas ilustra a ineficiência e o caráter nefasto dos capitalistas para com o trabalhador e a população pobre no geral.