Na última segunda-feira (27), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, prestou um depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs. Marina havia sido convidada anteriormente, mas, ao não comparecer à sessão, foi convocada e, portanto, obrigada a participar.
Na ocasião, um dos assuntos tratados no depoimento, que durou mais de cinco horas, foi a reconstrução da BR-319, importante para conectar a região Norte do País com o resto do território nacional. Em relação a isso, Marina afirmou que, se depender dela, a obra não sai se não cumprir três requisitos: viabilidade social, econômica e ambiental.
“Não tenho dúvida de que as pessoas querem o direito de ir e vir, mas a viabilidade econômica e ambiental, a não ser que seja para converter as áreas de mais de 400 km de floresta virgem em outro tipo de atividade, não tem viabilidade. Ambientalmente e economicamente, não se faz uma estrada de 400 km no meio de floresta virgem apenas para passear de carro se não estiver associada a um projeto produtivo”, respondeu Marina Silva, escondendo a importância que a estrada tem para o transporte de recursos e para a integração da região como um todo.
Plínio Valério (PSDB), presidente da CPI das ONGs, questionou a ministra sobre qual órgão pode dar permissão para a obra. “A palavra final, a palavra final, que diz que não pode, que não complementou, que não atende as exigências, quem dá é o Ibama?”, perguntou.
A isso, Marina afirmou que “Quem manda é a lei, é a Constituição”. Plínio, seguindo os resultados que obteve ao longo da CPI, retrucou a ministra, deixando claro que “quem manda no Ibama, quem manda no ICMBio são as ONGs”. “Isso vai constar no relatório”, disse.