A juventude em todas as épocas é a parte da sociedade que mais busca mudanças. Desde Alexandre, o Grande, que, com apenas 34 anos, já havia conquistado quase a totalidade do mundo conhecido; até a revolução cubana, com os jovens revolucionários do M-26, os jovens são sempre a vanguarda de qualquer sociedade.
Isso vale mais ainda para a juventude revolucionária, aquela que, desprovida de meios e posses, luta para derrubar o poder opressor. O desejo é quase sempre acompanhado da necessidade, como no caso dos jovens palestinos que vivem sob o jugo do poder do Estado sionista israelense.
A juventude palestina, em suas organizações, ultrapassou a carcomida e capacha OLP que, desde os acordos de Oslo, capitulou frente à pressão do imperialismo.
Essa opção, adotada pelo líder da OLP à época (Yasser Arafat), mostrou-se ineficaz como alternativa aos palestinos, como evidenciado pelos fatos ocorridos desde a sua assinatura.
Israel continuou ocupando territórios e expulsando os palestinos para fora da Palestina, chegando ao ponto atual, com 90% do território original ocupado pelas forças sionistas, e o restante, Gaza e partes da Cisjordânia, sob ferrenho cerco militar.
A maioria dos jovens palestinos não conhece o Mar Mediterrâneo, que está a poucos quilômetros de suas casas, ou do campo de refugiados onde vivem.
Não ver o mar não é nada comparado às extensas necessidades com que convivem todos os dias: falta de água, comida, trabalho, assistência médica e estudos. E não estamos falando nem de Gaza, onde a situação sempre foi pior, mas sim dos jovens que vivem em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.
Não restando outra opção para esses jovens além da revolta, Israel tem uma lei especial para jovens adolescentes, já os encarcerando desde os tenros 12 anos, pois sabe que eles serão os futuros soldados da Palestina.
Os que estão lutando agora são aqueles que eram crianças na segunda Intifada, que ocorreu em 2006. Hoje mais experientes, organizam ataques contra as forças invasoras sionistas que ocupam Jerusalém e a Cisjordânia. São ataques arriscados, mas que têm o apoio da maioria dos palestinos.
Esses ataques provocam medo e insegurança nos sionistas, que reagem de forma cada vez mais violenta. No entanto, isso não consegue derrubar o ânimo dos jovens lutadores.
E nem estamos falando ainda dos jovens pertencentes ao Hamas e a outras organizações armadas, mas da juventude palestina que, por conta própria, se organizou, se armou como possível e criou métodos de luta para enfrentar as bem armadas e treinadas forças de segurança de Israel.
A OLP e o Fatá foram ultrapassados por esses jovens, que os veem mais como inimigos do que como parceiros de luta.
A OLP se tornou uma corretora de imóveis palestinos para negociá-los com os sionistas, e o Fatá são os seguranças da corretora. Não realizam a luta, não fazem nada para impedir o avanço sionista sobre os bens e propriedades palestinas, nem conseguem controlar a Cisjordânia, perdendo o apoio quase que total da população palestina.
Esses jovens e todos os movimentos armados que lutam no campo de batalha contra Israel têm total apoio do povo palestino.