Em artigo recente publicado pelo portal Esquerda Diário, editado pelo Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT), a Faísca Revolucionária, grupo juvenil do MRT, nos brinda com a seguinte tese: “o aquecimento global é um fato”. O fato, contudo, é que o aquecimento global não é “fato” algum – nunca foi demonstrado. Para o Faísca dizer tal coisa, teria, portanto, de apresentar quais são as suas provas.
O primeiro grande argumento é o seguinte: “Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), São Paulo atingiu a temperatura mais alta já registrada na história (39ºC), e ao lado de outros 13 estados e o Distrito Federal, está há dias sob Alerta Vermelho, com elevação anormal da temperatura e com sério risco à vida”
Esse argumento, contudo, não prova nada. Se for fato que essa é a temperatura mais alta já registrada em São Paulo – o que seria difícil de comprovar -, a informação do Faísca prova apenas que São Paulo teve teve temperaturas altas. O “aquecimento global”, por sua vez, não é uma tese que diz que São Paulo terá temperaturas altas em 2023. É uma tese que diz que o planeta está aquecendo – e irá se aquecer até um ponto que tornará a vida no planeta impossível – por causa da ação humana.
Nem São Paulo é o planeta inteiro, nem há prova que a ação humana tenha causado as altas temperaturas. Segundo as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e da agência Climatempo, após a onda de calor, as temperaturas em São Paulo devem ficar entre 10°C e 14°C mais baixas até segunda.
Há, na verdade, outros “fatos” que levam o Faísca a adotar essa tese. Os “fatos” que fazem com que a imprensa capitalista tanto fale em “mudanças climáticas” e “aquecimento global” são os dados apresentados por um instituto controlado diretamente pela Organização das Nações Unidas: o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
O fato mostra, portanto, que o MRT, como o conjunto da esquerda pequeno-burguesa, não lida com fatos. Lida, isso sim, e tem como base todo o seu programa político, a propaganda que vem da imprensa imperialista.