Ao longo do último mês, milhares de pessoas estão lotando as ruas em defesa da causa palestina e da luta do povo palestino em sua guerra nacional por libertação. Frente ao crescente movimento, em todos os continentes, a repressão promovida pelo imperialismo cresce e enquadra cada vez mais pessoas, detendo, prendendo e ferindo um grande número de manifestantes.
No Brasil, porém, as manifestações não lotaram as ruas como Londres, onde 800 mil ocuparam a principal avenida do país, ou na França, em que sucessivos conflitos com a polícia e multidões emergiram na Champs Élysées. O Brasil passa por uma paralisação substancial da classe operária, onde os principais movimentos populares, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), não convoca os trabalhadores de fato para as ruas ou os mobiliza em seus sindicatos. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), também, não age em prol da mobilização concreta, apesar de possuir um espírito combativo, ficando a reboque da política do Partido dos Trabalhadores (PT). Os outros movimentos, porém, que compõem uma federação de pequenos grupos supostamente em defesa da Palestina, como o PSTU, o MES (PSOL) e outros, perdem tempo atacando o PCO e trabalhando contra a construção de um movimento verdadeiramente de massas em defesa do povo palestino e sua heroica resistência.
Como reiterou o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido, “o ataque contra o PCO não é apenas contra o PCO, mas contra todo o movimento em defesa da luta dos palestinos”, à medida que o bloco mais combativo, numeroso e com potencial de mobilizar é constantemente atacado por quem deveria trabalhar pela construção do ato. A cada hora inventam uma justificativa para o porquê do PCO não ser bem-vindo no castelo de areia onde fazem suas reuniões improdutivas, mas a motivação real não é o Hamas, tampouco as posições políticas do PCO ou eventuais divergências que venham a possuir com o Partido. O que evidencia isso, por sua vez, é o POR e a CUT-SP, por exemplo, que estavam presentes na última reunião dessa federação e, mesmo apresentando divergências programáticas contra o PCO e suas eventuais críticas à organização do Partido, não assinaram a carta que demonstra a dura insatisfação contra a política do Partido e joga para o público uma falsa impressão de racha no movimento.
A divergência principal apresentada, na realidade dos fatos, se dá pela forte participação do PCO no movimento e nos atos, principalmente pois os grupos que assinaram a carta contra o Partido, totalizando mais de 48 organizações, não possuem nenhum caráter mobilizador. Se utilizassem o tempo de crítica ao PCO para convocar blocos ainda maiores do que os que o Partido da Causa Operária leva, publicassem ainda mais panfletos e cartazes – sendo que não publicam sequer uma unidade – e tivessem um caráter ainda mais combativo que o do PCO, apesar de difícil, o movimento cresceria, a política dos organizadores cresceria e, ao contrário do que pensam, o PCO não sairia enfraquecido, pois o objetivo do Partido não é outro senão a construção de atos que mobilizem a classe trabalhadora em torno de seus interesses e que unam todos sob a mesma bandeira de luta pela liberdade do povo palestino.
O que fica evidenciado, também, é o fato de setores da organização desejarem raptar o movimento da Palestina para transformá-lo numa plataforma de promoção individual, servindo de base para eventuais campanhas para carreiristas políticos, e não uma luta pela Palestina. Não fazem nada pela própria Palestina, pelo povo martirizado, e isso fica denunciado por alguns grupos que assinaram, como o MES, pois nem dentro de seus partidos (no caso do MES, o PSOL) defendem a Palestina.
Tal fato ficou claro já nos primeiros atos, pois o primeiro, que aconteceu no Al Janiah, houve uma vaia e enorme hostilidade contra o antigo companheiro do PT, Adriano Diogo. O Partido da Causa Operária esteve lá, falou e não teve nenhum problema, diferente do ato seguinte que, por sua vez, queriam que o Partido não levantasse suas bandeiras. Não era do Hamas, mas do próprio PCO. Logicamente levantaram, porque não passa de um truque antigo da direita. Neste mesmo ato, o companheiro João Jorge fez uma fala dura e combativa, viralizando nas redes sociais e se tornando alvo de um processo que pede sua prisão movido por 27 deputados bolsonaristas – dentre eles, Carla Zambelli.
Quando os setores que supostamente deveriam mobilizar o ato viram que o assunto do Hamas causava uma certa comoção, decidiram usar a pressão que a direita fazia contra o Partido, buscando indispor outro setor contra o PCO – o que é absurdo, pois os árabes são, de forma quase absoluta, a favor do Hamas, como constatado nos atos e divulgado por este diário. Por fim, saíram com a narrativa de que os integrantes do PCO não respeitavam as palavras de ordem do ato – o que é uma bobagem, pois o ato sequer possui um dono e a palavra que une os presentes é em defesa da Palestina, a qual compactuamos integralmente.
Por fim, não passa de uma medida de três ou quatro grupelhos que querem aprisionar, para seus objetivos particulares, um movimento amplo em defesa do povo palestino. Nós estamos diante de grupos que buscam manipular a manifestação; que não fazem nada, não levam adiante nenhuma luta real e que, se alguém opta por ser combativo à política sionista imperialista, desperta uma grande hostilidade por parte deles, pois a proatividade de um grupo revela a total ausência de atividade por parte deles.
Ademais, as manifestações seguem firmes, o bloco do PCO segue crescendo e a própria direita, incomodada, reconhece o tamanho do PCO e a expressividade da Bateria Popular Zumbi dos Palmares como condutora do ritmo da manifestação. As críticas da direita não enfraquecem o movimento, mas demonstram que está sendo pavimentado, no que diz respeito ao PCO, no sentido correto.