Depois da doação de dinheiro para os grandes capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais, através da privatização das empresas estatais, os recentes acontecimentos no estado de São Paulo com os sistemáticos apagões revelam a falência dessa política.
A grande imprensa capitalista sempre procura saudar a “privatização” como um fato de acirrar a concorrência entre as empresas, mas ao contrário disse o que se verifica é formação de um monopólio, que na maioria das veze, cai nas mãos de meia dúzia de especuladores internacionais, cujo objetivo é garantir superlucros às custas de um maior endividamento do estado e prejudicar toda a população com o aumento das tarifas e a precarização dos serviços.
No último dia 07 de novembro, um temporal deixou milhares de residências e estabelecimentos comerciais por mais de seis dias sem energia elétrica, foram mais de 2,1 milhões de estabelecimentos sem eletricidade.
Um fato que poderíamos considerar cômico, mas no final das contas se revela trágico para toda a população, foi que no último dia 17 de novembro, no momento que se realizava, na sede do governo de São Paulo, uma reunião para debater e preparar um plano contra possíveis apagões elétricos na capital paulista, o Palácio dos Bandeirantes foi acometido por um apagão. A cena se repete da mesma forma, no dia 14 de novembro, quando o presidente da Enel, Max Xavier Lins, em depoimento em uma sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os apagões, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), sofreu queda de energia. Em ambos os casos, é claro, que os responsáveis por essa verdadeira catástrofe no sistema elétrico, irão justificar que as quedas de energia não foram ocasionadas pela distribuidora. A justificativa dos capitalistas na tentativa de esconder a precarização dos serviços é pura falácia. Quando da privatização diziam ser preciso modernizar o sistema, que o governo não tinha condições de gerir a empresa, ou coisas que o valham. Mas o que a população está vivendo é uma realidade totalmente oposta.
A atividade no setor elétrico tem uma função pública de interesse de toda a população e com a privatização, como estamos vendo, é tratada, pelos governos de plantão dos capitalistas, como um instrumento de enriquecimento de meia dúzia de parasitas que vivem às custas de sugar o sangue dos trabalhadores e de toda a população. Tanto é assim que é a população mais pobre que sofre com a política de privatização do setor elétrico através do encarecimento das tarifas e do mau serviço prestado.
A direita golpista e entreguista tenta, a todo custo, apontar que o estado de São Paulo não tem condições de gerir empresas, que nenhum serviço estatal funciona e que a privatização é o único caminho possível diante dessa realidade, contudo, essa é uma premissa completamente falsa, pois o Brasil possui um longo histórico positivo com suas estatais.
O mito da ineficiência das estatais deve ser derrubado para a soberania nacional poder ser uma realidade. Estatais como Eletrobras, a antiga Eletropaulo (hoje Enel) não podem morrer para favorecer os interesses dos grandes empresários e do imperialismo, que sempre tem uma mão por trás dessas táticas.
O Brasil precisa lutar para manter vivas suas estatais, pois, sem elas, a situação do Brasil em todas as esferas sociais estaria dizimada, tanto na economia quanto na saúde e educação. A mentira de que serviços privatizados funcionam melhor deve ser quebrada (vide a privatização da Eletropaulo em que os preços foram para as alturas e o serviço só piorou), já que esse é o plano da burguesia brasileira, sucatear os serviços públicos até estes terem que apelar para a privatização para sobreviverem. É um verdadeiro ataque à autonomia do País e esses ataques devem ser derrubados junto dos golpistas que tomaram de assalto o País.